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#136 Mensagem por Maestro Alex » 08 Jun 2006, 08:53

Qua, 07 Jun - 20h41
Instituto Cervantes abre mostra de quadrinhos espanhóis em SP

Agência EFE



São Paulo, 7 jun (EFE).- O Instituto Cervantes de São Paulo abriu hoje a mostra "As Histórias em Quadrinhos da Democracia Espanhola: 1975-2005/6", uma exposição que reflete a evolução do gênero na Espanha após a queda do regime franquista.

Através da mostra, que reúne cerca de cem originais de 84 autores, o visitante pode perceber que até 1975 a estética e os conteúdos da história em quadrinhos tinham linha de pensamento e obra "politicamente correta", baseada nos costumes e freqüentemente pueris.

Em suas páginas, os artistas retratavam as boas maneiras que as moças deveriam seguir, aventuras de heróis pátrios e peripécias de personagens simpáticos e inofensivos. Por trás das passagens aparentemente inofensivas, escondiam-se críticas veladas à ditadura.

Com a transição democrática e o histórico período de 1975 a 1982, surgiu uma heterodoxa geração de desenhistas que introduziu temáticas até então inéditas, que incluiam o homossexualismo e as drogas.

"Nascia assim uma sátira sobre a realidade imediata, que passou a ocupar as páginas de publicações como 'El Popus' ou 'El Jueves', numa das crônicas mais incisivas feitas na Espanha", disse à Efe José María Conget, escritor e curador da mostra.

A mostra apresenta autores como o ácido Álvarez Rabo e o iconoclasta Miguel Angel Martín, cuja obra chegou a ser censurada em outros países.

"Não pretendo que todos estejam presentes, há gente muito boa dos anos 70 que não estão, porque seus originais não existem mais", afirmou Conget.

Todas as obras expostas são originais, exceto uma reprodução de Mauro Entrialgo, que abandonou o papel pelo computador, segundo o curador.

"Dos jovens, é o único que tem duas obras na exposição", acrescenta Conget em relação ao autor basco, cuja obra, "uma crônica de costumes com pessoas de sua geração", está fortemente influenciada pela cultura do rock.

"Esta exposição é uma homenagem às pessoas que fizeram história em quadrinhos em condições heróicas, e uma forma de divulgar no exterior um meio nem sempre reconhecido culturalmente", disse Conget.

"Industrialmente, nossa história em quadrinhos é deficiente, mas esteticamente muito valiosa, já que temos autores de primeira, comparáveis a figuras européias ou americanas", concluiu Conget. EFE hm mac/an

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Maestro Alex
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#137 Mensagem por Maestro Alex » 08 Jun 2006, 11:23

e a água é a bebida por excelência, para Tom Standage, em seu livro História do mundo em 6 copos, há mais seis bebidas que se destacaram na trajetória da humanidade: a cerveja, o vinho, os destilados, o café, o chá e a Coca-Cola. Segundo Standage, nos últimos 10 mil anos, elas assumiram funções variadas, chegando a ser usadas em transações de escravos como moeda, em rituais religiosos e até como fonte de inspiração filosófica e artística. Algumas têm servido para ressaltar
o poder da elite ou para subjugar e apaziguar os oprimidos. E, ainda, para celebrar nascimentos, homenagear mortos, estabelecer e fortalecer relações sociais, selar negócios e tratados, aguçar os sentidos, entorpecer a mente, curar ou envenenar.

Essas bebidas – das quais três contêm álcool, três cafeína – ganharam proeminência em momentos, lugares e culturas diversos, desde as aldeias da Idade da Pedra até os salões de festas da Grécia antiga. A descoberta de uma forma rudimentar de cerveja, por exemplo, na Mesopotâmia, pode ser associada às primeiras técnicas de plantio e armazenamento de grãos.

Já o vinho surgiu séculos depois, no auge da civilização grega, como indicativo de posição social. O mais antigo registro do seu consumo data de cerca de 870 a.C., quando o rei assírio Assurnasirpal II, comemorando a inauguração da nova capital Nimrud, serviu a seus 70 mil convidados o equivalente a 10 mil jarros da bebida para demonstrar sua riqueza. Então vieram os romanos, que adotaram os vinhos mais finos e as técnicas de preparo da Grécia, chegando a transplantar videiras das ilhas gregas.

A etapa seguinte na evolução das bebidas se deu com o conhecimento do processo de destilação, um dos muitos aspectos da sabedoria antiga preservados e aprimorados pelos árabes. O aparecimento dos destilados ocorreu ao mesmo tempo em que os exploradores europeus começavam a abrir as rotas marítimas em direção ao Oriente e ao chamado Novo Mundo. Primeira bebida globalizada, o rum já era consumido em Barbados quando os navegadores ingleses ali aportaram. De lá, o “mata-diabo” (como era chamado) espalhou-se pelo Caribe e para além dele, e influenciou a relação das metrópoles européias com suas colônias. Sua taxação precipitou o processo de independência dos Estados Unidos através da Lei do Melaço, imposta pelo governo britânico. Da mesma forma, o chá provocou embates na Ásia, onde a disputa pelo comércio das folhas resultou na Guerra do Ópio e na exploração crescente da China.

Intitulado na obra como “o grande incentivador da sobriedade” e precursor da Idade da Razão – em que os pensadores ocidentais avançaram para novas idéias –, o café teve sua difusão ligada à propagação do racionalismo na Europa e ganhou status de “epítome do progresso”. As casas de café fomentavam o encontro dos intelectuais e o debate do pensamento vigente. E o autor nomeia a Coca-Cola como a bebida do século XX, ícone da ascensão dos Estados Unidos, do triunfo do capitalismo sobre o comunismo e do avanço da globalização. Para encerrar a jornada líquida, ele dedica um capítulo à primazia da água – primeira a direcionar o curso da história humana e forte candidata a símbolo do futuro.

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Maestro Alex
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#138 Mensagem por Maestro Alex » 10 Jun 2006, 12:01

Seg, 05 Jun - 14h24
ENTREVISTA-John Updike traz terrorista simpático em novo livro

Por Claudia Parsons

NOVA YORK (Reuters) - O escritor John Updike foi testemunha ocular da queda da primeira torre do World Trade Center, mas, mesmo assim, fala com afeto do jovem muçulmano idealista que é o protagonista de seu novo romance, "Terrorist", que planeja explodir um túnel em Nova York.

As resenhas do 22o. romance de Updike, a ser lançado na terça-feira, vêm sendo positivas, embora o retrato simpático feito do personagem-título -- Ahmad, de 18 anos -- provoque inquietação entre algumas pessoas.

"Me pareceu a coisa mais evidente do mundo. Qualquer pessoa pode escrever um romance sobre um terrorista malévolo", disse o escritor premiado com o Pulitzer, em entrevista concedida no domingo.

"Eu procurei mostrar como um americano totalmente humano pode ver-se convocado para fazer parte de uma conspiração catastrófica. Eu quis levar o leitor para dentro da cabeça de um terrorista."

Ahmad é filho de uma americana de origem irlandesa e de um estudante egípcio que fez intercâmbio nos EUA e que abandonou mulher e filho depois de alguns anos. Quando criança, Ahmad adere ao islamismo e, na época em que está concluindo o secundário, sente-se enojado pelo o que vê à sua volta em uma fictícia cidade industrial de Nova Jersey.

"'Demônios', pensa Ahmad. 'Esses demônios tentam afastar meu Deus."' É a primeira linha do livro, em que Ahmad olha para a cena em seu colégio, onde garotas expõem as barrigas e parte dos seios, enquanto ele próprio é maltratado por seus colegas negros e latinos.

Rejeitando a idéia de fazer faculdade, Ahmad é aconselhado por seu imã a aprender a dirigir caminhões e consegue trabalho numa empresa de móveis. Seduzido pela idéia do paraíso, ele concorda em levar um caminhão-bomba para explodir o túnel Lincoln, que liga Nova Jersey a Manhattan.

Apesar disso, como diz o crítico do New York Times Charles McGrath, "Ahmad é amável, ou, pelo menos, uma pessoa que atrai. Sob muitos aspectos, é o personagem mais moral e mais atencioso do livro inteiro."

Updike disse que se interessou pelo misto, presente em adolescentes e jovens, de idealismo, religião e incerteza quanto ao futuro.

"Senti muita empatia por ele quando ele se vê sozinho em sua missão", disse o escritor com afeto, comparando o momento em que Ahmad caminha pela rua para buscar o caminhão-bomba com as caminhadas que ele próprio fazia quando jovem, planejando seu futuro como escritor.

"É o mesmo senso de missão secreta, algo que diferencia você do resto do mundo", disse ele.

Updike comentou que, desde que assistiu em pessoa à queda da primeira torre do World Trade Center, sente uma ligação com o desastre. Para ele, o livro, cujo primeiro título provisório foi "Land of Fear" (Terra do Medo), foi um passo óbvio.

Na realidade, o livro diz respeito menos a política do que às raízes do ódio, especialmente as tensões raciais, e Updike reconhece que não é politicamente correto.

Apesar de ser um dos escritores americanos de ficção mais bem-sucedidos da atualidade, Updike admite que não tem tido sucesso com o cinema.

"Este livro vem sendo proposto a diversos estúdios, mas não tenho conhecimento de nenhum interesse sério", disse ele. No cinema, "as pessoas esperam conseguir identificar os personagens bons e os maus. Mas o meu interesse é indagar 'o que é bom e o que é mau?"'

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Maestro Alex
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#139 Mensagem por Maestro Alex » 10 Jun 2006, 18:46

Sáb, 10 Jun - 12h54
Coleção de Marthin Luther King será leiloada no fim do mês

Agência EFE



Víctor Martin Nova York, 10 jun (EFE).- Uma coleção com mais de 10 mil livros e manuscritos do pastor e líder do movimento dos direitos civis Martin Luther King está a procura de um destino, o que será decidido em um leilão organizado pela casa Sotheby's no próximo dia 30.

"A coleção é sem dúvida alguma o mais importante arquivo americano do século XX em mãos privadas", afirmou David Redden, vice-presidente da casa de leilões, ao anunciar a venda, que acontecerá em Nova York e que deve obter de US$ 15 a US$ 30 milhões.

Os herdeiros impuseram como condição que a coleção seja adquirida em sua totalidade e se possível por uma grande instituição que se encarregue de preservá-la e disponibilizá-la a acadêmicos e pesquisadores.

A morte de Coretta Scott King, viúva do reverendo, no último dia 31 de janeiro, acelerou o desejo "de que o processo para encontrar um destino adequado" para a coleção termine logo, segundo os herdeiros de Martin Luther King.

Os documentos pessoais, muitos dos quais nunca foram expostos publicamente, abrangem mais de duas décadas de intensa atividade - entre 1946 e 1968 - e dão detalhes sobre a dimensão espiritual e humana de King, assassinado em 4 de abril de 1968 em Memphis (Tennessee).

A coleção inclui textos de quase todas as proclamações e discursos feitos durante a década de 60, entre os quais o que ele pronunciou quando ganhou Prêmio Nobel da Paz, em 10 de dezembro de 1964.

Luther King foi o terceiro negro a receber o prêmio e o mais jovem, já que tinha 35 anos quando foi agraciado.

Entre os itens que serão leiloados, está a minuta da reflexão que fez pouco após o assassinato do presidente John F. Kennedy, em 22 de novembro de 1963, e que constituiria o núcleo de um artigo intitulado "Quem matou John F. Kennedy?".

"A grande pergunta hoje é 'Quem matou Kennedy?'. (Kennedy) fala a cada um de nós em sua morte. Ele não está morto", escreveu King, para quem o vigor, a vitalidade e a inteligência do presidente assassinado simbolizaram "a coragem e a esperança do século XX".

Outro dos maiores atrativos da coleção é "a caixa de sermões", um arquivo que King conservava em sua biblioteca e no qual guardava quase uma centena de notas com meditações teológicas escritas entre a década de 1950 e começo da de 1960.

A coleção também inclui um dos primeiros rascunhos do famoso discurso "I Have a Dream" (Eu tenho um sonho), pronunciado em Washington em 28 de agosto de 1963, perante 250 mil pessoas, por ocasião de grande manifestação na qual se reivindicava mais emprego e liberdade nos EUA.

Outros documentos e anotações pessoais ilustram diferentes períodos da luta de King pelo reconhecimento dos direitos civis para a comunidade negra, o que o levaria a prisão em várias ocasiões e a se pronunciar em funerais de ativistas e inocentes assassinados por racistas.

A biblioteca pessoal de King contém cerca de mil volumes, desde livros de infância e do período de formação escolar e universitário a outros de conteúdo literário, filosófico e teológico, muitos com anotações pessoais e dedicatórias.

Mais de meia centena de livros e folhetos são relacionados com a vida e a obra de Mahatma Ghandi, o ideólogo do pacifismo e autêntica fonte de inspiração para King por sua luta ferrenha e pacífica contra a injustiça racial.

Todo o material que será leiloado ficará exposto ao público na sede da Sotheby's entre 21 e 29 de junho. EFE vm mac/sc

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#140 Mensagem por binho1979 » 10 Jun 2006, 21:54

O ocidente e a verdade do sexo

v “L’Occident et la vérité du sexe”, Le Monde, n. 9885, 5 novembre 1976, p. 24, Traduzido por Wanderson Flor do Nascimento.



Um inglês, que não deixou o nome, escreveu, nos fins do séc. XIX uma imensa obra que foi impressa em uma dezena de exemplares, não foi nunca a venda e acabou ficando com alguns colecionadores ou em raras bibliotecas. Um de seus livros mais desconhecidos, chama-se My Secret Life. O autor cita meticulosamente uma vida que foi essencialmente consagrada ao prazer sexual. Noite após noite, dia após dia, ele conta até suas menores experiências, sem fausto, sem retórica, com o único cuidado de dizer o que aconteceu, como, segundo qual intensidade e com qual qualidade de sensação.

Com este único cuidado? Talvez. Porque desta tarefa de escrever o cotidiano de seu prazer ele fala como de um puro dever. Como se tratasse de uma surda obrigação, um pouco enigmática, à qual ele não saberia recusar submeter-se: é preciso tudo dizer. E, entretanto, há outra coisa que, para esse inglês teimoso, trata-se de, neste “jogo-trabalho” combinar justamente um com o outro o prazer, o discurso verdadeiro sobre o prazer e o prazer próprio enunciado nesta verdade; trata-se de utilizar este diário – ao qual ele relê em voz alta, que ele escreve à medida – no desenvolvimento de novas experiências sexuais, segundo as regras de certos prazeres estranhos onde “ler e escrever” teriam um papel específico.

Steven Marcus consagrou a este obscuro contemporâneo da Rainha Vitória algumas páginas notáveis. Eu não seria tentado, de minha parte, a ver nele um personagem da sombra, localizado de um “outro lado” em uma época de pudicidade. É antes uma revanche discreta e risonha sobre a pudicidade da época? Parece-me, sobretudo, situado em um ponto de convergência de três linhas de evolução bem pouco secretas em nossa sociedade. A mais recente é aquela que dirigiria a medicina e a psiquiatria da época para um interesse quase entomológico pelas práticas sexuais, suas variantes e todo seu disparate: Krafft-Ebing[ii] não está longe. A segunda, mais velha, é aquela que, desde Rétife e Sade, tem inclinado a literatura erótica a buscar seus efeitos não somente na vivacidade e raridade das cenas que imaginaram, mas na busca obstinada de uma certa verdade do prazer: uma erótica da verdade, uma relação da verdade até intensidade são características desta nova “libertinagem” inaugurada no final do séc. XVIII. A terceira linha é a mais antiga; ela tem atravessado, desde a Idade Média, todo o Ocidente cristão: é a obrigação estrita para cada um de ir buscar no fundo de seu coração, para a penitência e exame da consciência, os traços, mesmo imperceptíveis, da concupiscência. A quase clandestinidade de My Secret Life[iii] não deve iludir. A relação do discurso verdadeiro com o prazer do sexo tem sido um dos cuidados mais constantes das sociedades ocidentais. E isso desde séculos.

O que não se disse sobre esta sociedade burguesa, hipócrita, pudica, avara de seus prazeres, teimosa em não querer nem reconhecer e nem a nomeá-los? O que não se tem dito sobre a mais pesada herança que ela teria recebido do cristianismo – o sexo-pecado? E sobre a maneira como o séc. XIX utilizou esta herança para fins econômicos: o trabalho mais que o prazer, a reprodução das forças mais do que o puro gasto de energias?

E não estava ai o essencial? E se houvesse no centro da “política do sexo” engrenagens bem diferentes? Não de rejeição e ocultação mas de incitação? E se o poder não tivesse por função essencial dizer não, interditar e censurar, mas de ligar, segundo uma espiral indefinida a coerção, o prazer e a verdade?

Imaginemos somente o zelo com o qual nossas sociedades têm multiplicado, já há muitos séculos, todas as instituições que são destinadas a extorquir a verdade do sexo e que produzem para elas mesmas um prazer específico. Imaginemos a enorme obrigação da confissão e todos os prazeres ambíguos que, ao mesmo tempo, a perturbam e a tornam desejável: confissão, educação, relação entre pais e filhos, médicos e doentes, psiquiatras e histéricas, psicanalistas e pacientes. Se diz, as vezes, que o Ocidente não foi nunca capaz de inventar um único novo prazer. Não conta para nada a vontade de escavar, extrair, interpretar brevemente o “prazer de análise”, no sentido largo do termo?

Mais que uma sociedade dedicada à repressão do sexo, eu veria a nossa dedicada à sua “expressão”. Que me perdoem essa palavra desvalorizada. Eu veria o Ocidente obstinado em extrair a verdade do sexo. As ciências, as barreiras, os ocultamentos não devem ser subestimados; mas eles apenas podem se formar e produzir seus duvidosos efeitos sobre o fundo de uma vontade de saber que atravessa toda nossa relação com o sexo. Vontade de saber, nesse ponto imperiosa e na qual somos envolucrados e pela qual chegamos não só a buscar a verdade do sexo, mas a enviá-la à nossa própria verdade. A ela caberia dizer o que somos. De Gerson a Freud, toda uma lógica do sexo é edificada e organiza a ciência do sujeito.

Nós nos imaginamos de bom grado como pertencentes de um regime “vitoriano”. Parece-me que nosso reinado é mais aquele imaginado por Diderot em Os beijos indiscretos: um certo mecanismo, uma pena invisível, faz falar o sexo em uma tagarelice quase interminável. Estamos em uma sociedade do sexo que fala.



*



Assim, talvez seja preciso interrogar uma sociedade sobre a maneira com a qual ela organiza as relações do poder, da verdade e do prazer. Parece-me que se pode distinguir dois regimes principais. Um é o da arte erótica. A verdade é ai extraída do prazer mesmo, recolhido como experiência, analisado segundo sua qualidade, seguindo ao largo de suas reverberações no corpo e na alma e esse saber quintessenciado é, sob o selo do segredo, transmitido por iniciação magistral àqueles que se mostraram dignos e que souberam fazer uso ao nível mesmo do seu prazer, para intensificá-lo e torná-lo mais agudo e mais acabado.

A civilização ocidental, em todo caso, há séculos, quase nada conheceu da arte erótica; ela amarrou as relações de poder, do prazer e da verdade, sobre uma outra forma: uma “ciência do sexo”. Tipo de saber onde o que é analisado é menos o prazer do que o desejo, onde o mestre não tem a função de iniciar, mas de interrogar, de escutar, de decifrar, onde o processo não tem por fim uma majoração do prazer, mas uma modificação do sujeito (que se encontra perdoado ou reconciliado, curado ou liberto).

Desta arte à esta ciência, as relações são muito mais numerosas como que se pudesse fazer uma linha de divisão entre dois tipos de sociedade. A que trata da direção da consciência ou da cura psicanalítica, o saber do sexo ligado aos imperativos do segredo, uma certa relação com o mestre em todo um jogo de promessas que aparecem ainda na arte erótica. Creríamos que, sem essas relações turvas, alguns pagariam tão caro o direito bi-semanal de formular laboriosamente a verdade de seu desejo e esperar com toda paciência o benefício da interpretação?

Meu projeto seria fazer a genealogia desta “ciência do sexo”. Empreendimento que não é por ele mesmo uma novidade, eu o sei; muitos o fazem hoje e mostram o quanto de recusa, de ocultamento, de medos, de desconhecimento sistemático tiveram muito tempo em sua margem todo um saber eventual do sexo. Mas eu gostaria de tentar esta genealogia em termos positivos, à partir das incitações, dos focos, das técnicas e procedimentos que têm permitido a formação deste saber; gostaria de seguir desde o problema cristão da carne, todos os mecanismos que tem construído sobre o sexo um discurso de verdade e organizado em torno dele um regime misto de prazer e poder. Na impossibilidade de seguir globalmente esta gênese, eu tentaria, em estudos distintos, marcar algumas destas estratégias, as mais importantes, em relação às crianças, às mulheres, às perversões e à regulação dos nascimentos.

A questão que tradicionalmente se coloca é esta: Por que o Ocidente culpabilizou tanto tempo o sexo e como, sobre o fundo desta recusa ou deste medo, se veio a colocar através de muitas reticências a questão da verdade? Por que e como, desde o fim do séc. XIX se tem tentado levantar uma parte do grande segredo e isto com uma dificuldade da qual inclusive a coragem de Freud é ainda testemunha?

Eu gostaria de colocar uma questão totalmente outra: por que o Ocidente se tem interrogado continuamente sobre a verdade do sexo e exigido que cada um a formule sobre si? Por que se quis, com tanta obstinação que nossa relação conosco mesmos passe por esta verdade? É preciso então se espantar que no início do séc. XX nós tenhamos sido tomados por uma grande e nova culpabilidade, que nós tenhamos experimentado um tipo de remorso que nos fez crer que há séculos estamos em falta a respeito do sexo.

Parece-me que nesta nova culpabilização que nos parece tão ávida - o que é sistematicamente ignorante – é justamente esta grande configuração do saber que o Ocidente não cessa de organizar em torno do sexo, através de técnicas religiosas, médicas e sociais.

Suponho que estejam de acordo neste ponto. Mas ainda assim me dirão: "Esta grande confusão em torno do sexo, esse cuidado constante teve, até pelo menos o séc. XIX apenas um objetivo: Proibir o livre uso do sexo". Certamente, o papel das proibições foi importante. Mas o sexo é, em qualquer condição, proibido? Ou antes as proibições não são armadilhas no interior de uma estratégia complexa e positiva?

Toca-se aqui em um problema mais geral que seria preciso tratar antes como um contraponto desta história da sexualidade, o problema do poder. De uma maneira espontânea, quando se fala do poder se o concebe como lei, como interdição, com proibição e repressão; e somos bastante desarmados quando se trata de segui-lo em seus mecanismos e efeitos positivos. Um certo modelo jurídico pesa sobre as análises do poder, dando um privilégio absoluto à forma da lei. Seria preciso escrever uma história da sexualidade que não fosse ordenada pela idéia de um poder-repressão, de um poder-censura, mas por uma idéia de um poder-incitação, de um poder-saber; seria preciso desprender o regime de coerção, de prazer e de discurso que é não inibidor, mas construtivo deste domínio complexo que é a sexualidade.

Eu desejaria que esta história fragmentária da “Ciência do sexo” pudesse valer igualmente como o esboço de uma analítica do poder.





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Marcus, S. The Other Victorians. A Study of Sexuality and Pornography in MidNineteenth Century. England, New York: Basic Books, 1966.

[ii] Krafft-Ebing (R. von), Psychopathia Sexualis: eine klinisch-forensische Studie, Stuttgart, Ferdinand Enke, 1886. La seconde édition développa l'étude de la «sensibilité sexuelle contraire»: Psychopathia Sexualis, mit besonderer Berücksichtigung der conträren Sexualempfindung. Eine klinisch-forensische Studie, Stuttgart, Ferdinand Enke, 1887. A obra, disponível em francês, é a tradução da nova edição elaborada e ampliada por Albert Moll em 1923 a partir da décima sexta e décima sétima edições alemãs: Psychopathia Sexualis. Étude médico-légale à l'usage des médecins et des juristes (trad. R. Lobstein), Paris, Payot, 1969

[iii] My Secret Life (anonyme), Amsterdam, 1890, Il vol. (rééd. par Grove Press en 1964). Des extraits parurent en français sous le titre My Secret Life. Récit de la vie sexuelle d'un Anglais de l'époque victorienne (trad. C, Charnaux, N. Gobbi, N. Heinich, M. Lessana), avec une préface de Michel Foucault, Paris, Les Formes du secret, 1977.


Se Foucalt estivesse vivo e conhecesse o Gp guia, ele poderia produzir uma nova teoria do sexo e do poder! É uma pena. Estou pensando em produzir algo do genero, utilizando o Gp Guia como paradigma.
No momento estou pensando em como fazer isso sem cair nos seguintes equívocos:
1-Não ser uma etnografia antropológica
2-Não ser um estudo de fenomeno grupal
3-Não ser apenas um mapeamento da sexualidade pós-moderna.
Também preciso pensar
1- Em como não expor o Gp Guia.
2- Não expor os colegas do Gp Guia.
3- Não expor minha vida de putaria.
Preciso pensar nessas estratégias!

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#141 Mensagem por karlmarx » 12 Jun 2006, 01:59

Xico Sá é ótimo... crônica excelente... na FolhaSP de hoje:

Em inferninhos da rua Augusta, a pátria veste e tira biquínis e shortinhos

Amigo torcedor, amigo secador, o inferno são os outros, o inferninho somos nós todos. O melhor lugar para ver esse torneio chinfrim chamado Copa do Mundo é a casa alheia, a casa de tolerância, a casa das moças, a casa da luz vermelha.
Deixemos para os nossos lares, doces lares, apenas o futebol de verdade, o futebol sagrado do dia-a-dia, o futebol dos nossos times, o futebol que merece muito mais nosso respeito.
No inferninho, a pátria não está em chuteiras, a pátria se despe do seu verde-e-amarelo conforme o gosto do freguês, como nos strips patrióticos da rua Augusta.
A nossa "Red Light District", melhor do que a badalada área de prostituição de Amsterdã, está toda voltada para a Copa. A pátria está em biquínis e shortinhos com o verde de nossas matas e o amarelo do ouro que um dia foi de Serra Pelada...
Na boate Casarão, na citada área nobre da Augusta, a cada gol do Brasil o amigo torcedor terá, durante o torneiozinho da Fifa, uma rodada de cerveja e churrasquinho-de-gato de graça. No Caribe, rolará um strip cada vez que o Brasil for às redes. Solta o quadrado mágico, Parreira!
"Aqui não tem 0 a 0, pode ter lá na Alemanha. Aqui a gente dá um jeito", diz Cinthia, 21, "nome artístico", cheia de boas maldades e metáforas futebolísticas. "O perigo é o cliente sair de maca, de tão satisfeito."
Na Maison, nos mesmos arredores, a tabela da Copa ocupa toda a fachada. "Trabalho aqui há três anos, mas só agora estou de roupa completa. Os homens têm tesão de me ver tirar esse verde-amarelo", conta Márcia, 25.
O chão de estrelas pintado sobre o asfalto já indica que no My Love a pátria merece todo o respeito desse mundo.
E haja brasileirinhas mestiças, daquelas que valem por mil teses de Gilberto Freyre, nos colos dos mais tarados dos "japas".
Todos equipados com telões na pista e TVs nos quartos, para que o amigo não perca um só momento de emoção, os inferninhos estão mais festivos do que os treinos do time de Parreira.
Ali, temos a certeza de que a Copa é apenas uma celebração amistosa da nossa loucura futebolística, não vale um Pânico x Grêmio 100 Juízo, para citar o clássico-mor que une os timaços de Cajamar e Francisco Morato, aqui no cinturão da Grande São Paulo.
Só descendo a um inferninho temos a noção de que a Copa é apenas uma festa, não aquele futebol cotidiano que nos sufoca e enfarta.
"O bicho pega é num Corinthians x São Paulo, né? Com a seleção, está tudo em casa, só vai ter briga se a Argentina de Tevez fizer a final contra o Brasil", alerta Edy, da recepção do Love Story, um clássico da madrugada do centrão de Sampa.
"Vai ter briga porque os corintianos, se Tevez for titular, serão todos argentinos."
O bom mesmo é que, na Augusta e nas boates do centro, a pendenga entre o presidente Lula e Ronaldo já está resolvida: a ordem é comer, beber e viver sem culpa.

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Maestro Alex
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#142 Mensagem por Maestro Alex » 14 Jun 2006, 00:34

Ter, 13 Jun - 18h43
Buenos Aires homenageia Borges no 20º aniversário de sua morte


Hernán Di Bello Buenos Aires, 13 jun (EFE).- Há 20 anos, Jorge Luis Borges morria em Genebra, longe de sua amada Buenos Aires, que a partir de hoje lembra o grande escritor e poeta argentino com mostras, homenagens e publicações.

Segundo as palavras de seu biógrafo, Alejandro Vaccaro, Borges "era um ser literário" no qual conviveram o vanguardista e o clássico, o tradutor e o jornalista, o mestre da língua e o objeto de culto, o ensaísta irônico e o genial contista.

A partir dessa multiplicidade de ângulos, a cidade que em 23 de agosto de 1899 viu nascer o autor de "O Aleph" promove a partir de hoje várias atividades em sua homenagem, as quais vão de exposições a um passeio por regiões "borgeanas" de Buenos Aires.

O escritor também será homenageado em Genebra, onde morreu em 14 de junho de 1986 e onde estão seus restos mortais; e na Biblioteca de Alexandria, onde haverá uma série de conferências e uma mostra sobre sua obra.

Apesar da devoção que sentia por sua cidade natal, homenageada em várias de suas obras, como o poema "Fervor de Buenos Aires", Borges escolheu a cidade suíça onde viveu na infância com a família para passar seus últimos dias.

"Borges dizia que em Genebra tinha passado uma época maravilhosa de sua vida. Sentia-se à vontade porque achava que não havia invasão em sua vida", lembra sua viúva, Maria Kodama, com quem o autor de "Ficções" se casou meses antes de sua morte.

"Em Buenos Aires (sua vida) teria sido um inferno", conta Kodama, que ressalta que o escritor "adorava" a capital argentina "porque foi onde viveu e onde sua obra foi feita": "Mas ele dizia que era o dono da escolha do lugar em que morreria como gostaria".

Às vésperas do 20º aniversário de sua morte, o Centro Cultural Borges de Buenos Aires inaugura hoje uma exposição de fotos, textos, desenhos, poemas e cartas do autor.

O Ministério da Cultura de Buenos Aires organizou para esta semana uma série de visitas guiadas por especialistas pelos lugares da cidade nos quais Borges viveu, trabalhou ou passou momentos especiais de sua vida.

Por sua vez, a Fundação Jorge Luis Borges, liderada por Kodama, realizará amanhã, quarta-feira, a jornada "Borges e os outros", na qual será abordada a relação do escritor com a filosofia, o tango e a ciência.

No mesmo dia, a Assembléia Legislativa de Buenos Aires fará uma sessão solene em homenagem ao autor de "O livro de areia", ao passo que a Editora Emecé lançará uma reedição das obras completas de Borges.

Por conta dos 20 anos do seu falecimento, nas últimas semanas foram publicados vários livros sobre o escritor na Argentina, entre eles "Literatos e originais: os ancestrais ingleses de Jorge Luis Borges", que revela uma espécie de mandato familiar que empurrou o argentino às letras.

Vaccaro, presidente da Associação Borgesiana de Buenos Aires, destaca que, além de sua condição de "grande escritor", Borges foi "o leitor mais importante do século" XX, já que era "capaz de ler e de reciclar tudo o que lia".

Do Borges "humano", o biógrafo ressalta o "homem austero, generoso e bondoso", ao qual "a fama e os benefícios pessoais e econômicos jamais interessaram", o que "também faz parte de sua obra".

"Cometi o pior dos pecados que um homem pode cometer. Não fui feliz", disse em um dos seus poemas o homem que, por causa de uma cegueira hereditária, não foi capaz de ler e escrever durante mais de 30 dos seus 86 anos de vida.

A propósito do 20º aniversário da morte de Borges, o escritor argentino Guillermo Martínez reflete sobre "duas reações típicas, e aparentemente opostas, que permitem dar a medida da grandeza de um autor depois que ele morre".

"A primeira é a tentativa de apropriação da sua figura por correntes contraditórias entre si ou pelas quais o autor em vida nunca teria se inclinado. A segunda é o ataque obstinado, as sucessivas tentativas de minar sua figura ou destroná-la", afirma.

Segundo o autor do livro "Borges e a matemática", reeditado recentemente, "ultimamente Borges teve o privilégio" de ser vítima das duas situações. EFE hd mac/sc

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#143 Mensagem por Maestro Alex » 15 Jun 2006, 09:34

Livro sobre Shakespeare é premiado na Inglaterra


LONDRES (Reuters) - A história de um ano na vida de William Shakespeare, descrita como "uma pequena pérola" por um dos juízes, venceu o maior prêmio para uma obra de não-ficção em língua inglesa, na quarta-feira.

O livro de James Shapiro, "1599: Um Ano na Vida de William Shakespeare", descreve o 35o ano do dramaturgo, quando ele escreveu o primeiro rascunho de "Hamlet".

O livro traz "uma notável contribuição para o entendimento da nossa maior figura cultural", disse Robert Winston, presidente do júri do prêmio Samuel Johnson, que distribuiu premiação de 55 mil dólares.

Segundo Winston, um dos jurados elogiou o grau de detalhamento do livro, e outro disse se tratar "de uma pequena pérola".

Shapiro, professor de inglês na Universidade de Columbia, em Nova York, inspirou-se em uma crítica literária do estudioso de Shakespeare Simon Davis. Nela, Davis disse estar cansado das tediosas "biografias convencionais" que focalizam uma vida inteira e fez um apelo por livros que olhem para uma parte da vida em detalhes. O livro de Shapiro segue Shakespeare no ano em que ele se tornou sócio do recém-construído Teatro Globe, completou "Henrique 5o" e rapidamente escreveu "Júlio César" e "Como lhe Aprouver" ("As You Like It"), argumentando que aquele foi o período em que o dramaturgo alcançou a genialidade.

Foi também uma época tumultuada para a Inglaterra, envolvida em uma guerra contra a Irlanda e dominada pelo medo de um ataque naval espanhol. Os trabalhos dos contemporâneos de Shakespeare, Thomas Nashe e Christopher Marlowe, foram queimados em praça pública.

REUTERS FM CZ

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sugestão livro sobre Luxúria

#144 Mensagem por MaosDeFada » 15 Jun 2006, 11:15

Estou lendo e me divertindo com "A Casa dos Budas Ditosos"

Maestro, você pode pesquisar sobre esta obra do João Ubaldo Ribeiro?
E apagar este meu comentário, claro, pra ficar tudo limpinho. :wink:

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Re: sugestão livro sobre Luxúria

#145 Mensagem por Maestro Alex » 15 Jun 2006, 11:51

MaosDeFada escreveu:Estou lendo e me divertindo com "A Casa dos Budas Ditosos"

Maestro, você pode pesquisar sobre esta obra do João Ubaldo Ribeiro?
E apagar este meu comentário, claro, pra ficar tudo limpinho. :wink:
Não faz falta... devemos manter o jeito Jurássic de ser nos tópicos :wink:

Luxúria - A Casa dos Budas Ditosos
João Ubaldo
164 páginas R$27,90
Coleção Plenos Pecados
Capa e projeto gráfico: Victor Burton
Ilustração da capa: Adriana Varejão


Quando vários jornais anunciaram que João Ubaldo Ribeiro estava escrevendo um romance sobre a luxúria, para a coleção Plenos Pecados, da Editora Objetiva, o escritor foi surpreendido com um misterioso pacote em sua portaria. Eram os originais de "A Casa dos Budas Ditosos", livro que ele agora publica, permitindo a seus leitores conhecerem uma personagem fascinante e excepcional em todos os sentidos: CLB, uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia e residente no Rio de Janeiro, que jamais se furtou a viver - com todo o prazer e sem respingos de culpa - as infinitas possibilidades do sexo.

Seriam as memórias desta senhora devassa e libertina um relato verídico? Ou tudo não passa de uma brincadeira do autor? Nunca saberemos. Importa é que ninguém conseguirá ficar indiferente à franqueza rara deste relato e a seu humor corrosivo.

Com a maestria que o consagrou como um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, João Ubaldo Ribeiro nos brinda com esse depoimento "socio-histórico-lítero-pornô". Um romance impudico e provocador. Às vezes chocante, às vezes irônico, sempre instigante. Um livro, que, não por acaso, ele dedica às mulheres. Com a deliciosa sugestão de que, realmente, não existe pecado do lado de baixo do Equador.

João Ubaldo Ribeiro é um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, autor de clássicos como Viva o povo brasileiro, que já superou a marca dos 120 mil exemplares vendidos. Baiano, 58 anos, é membro da Academia Brasileira de Letras e escreveu mais de 15 livros, traduzidos em 16 países.

Ficção

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#146 Mensagem por Maestro Alex » 17 Jun 2006, 15:51

Sex, 16 Jun - 22h28
Um chute, uma paixão

BR Press


(São Paulo, BR Press) - Ele é bancado pela Umbro e teve uma grande e óbvia sacada – fotografar a paixão pelos futebol nos quatro cantos do mundo. O resultado é One Love Book, que o fotógrafo britânico Levon Biss lança na Livraria da Vila, nesta segunda (19/06), às 18h30.
Retrato fiel e global

Presentaço para amantes do futebol e da fotografia, a obra é uma autêntica viagem atrás da bola e de diversas culturas. Biss visitou 26 países, para documentar essa manifestação em campo. Viajando a América do Norte e do Sul, Europa, Oceania, Ásia, Oriente Médio e África, o fotógrafo capturou um retrato fiel e global do esporte.

Estas imagens representam o esporte em todos os seus níveis, dos treinos de futebol profissional aos jogadores de fim de semana. Meninos jogando bola em campinho nos Andes peruanos, a torcida holandesa soltando fumaça colorida, garotas jogando bola nos Estados Unidos, a torcida russa vibrando em um estádio de futebol, um homem fazendo embaixadinha ao mesmo tempo em que segura mais de dez cadeiras de praia em Copacabana, no Rio de Janeiro, garotos em uma “pelada” de fim de tarde no Uruguai, são alguns exemplos das imagens encontradas no livro.

Entre uma foto e outra, há frases de grandes nomes da filosofia, da música, das artes, da política e do mundo da bola como Jean Luc Godard, Jean Paul Sartre, Ronaldinho, Pelé, Zinedine Zidane, Diego Maradona, Rivellino, Garrincha, Gilberto Freyre, Thierry Henry, Tostão, Ronaldo, David Beckham, Romário, Alessandro Del Piero e até Che Guevara e Bob Marley – que jogou uma partida com Chico Buarque.

No Brasil, serão comercializados apenas 120 exemplares do One Love Book, a R$ 200,00 cada.

Livraria da Vila - Rua Fradique Coutinho, 915

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#147 Mensagem por Maestro Alex » 01 Jul 2006, 09:31

Sáb, 01 Jul - 08h55
Apocalípticos e integrados em Paraty

Agência Estado

A quarta edição da Festa Literária Internacional da turística cidade reúne escritores de diferentes tribos, cores e tendências

A redescoberta de Jorge Amado (1912-2001) na Europa e EUA já seria um bom motivo para uma homenagem ao escritor baiano na 4.ª Festa Literária Internacional (Flip) de Paraty (de 9 a 13 de agosto), não fosse o autor a expressão espiritual de um encontro heterodoxo que vai reunir 37 autores de diferentes credos e tendências, desde esquerdistas (Tariq Ali, Olivier Rolin) até poetas rastafári (Benjamin Zephaniah), passando por ganhadores do Nobel (Toni Morrison) e militantes gays (Edmund White). Amado, o mais popular entre os escritores brasileiros, uniu militância política, livros, sensualidade e religião em livros como "Gabriela, Cravo e Canela" (cuja versão cinematográfica, aliás, foi rodada em Paraty). Gabriela acaba de ser relançado pela Bloomsbury na Inglaterra, a mesma editora da série "Harry Potter", publicada, aliás, por iniciativa de um dos idealizadores da Flip, a editora inglesa Liz Calder.


A presidente da Flip não está mais no comando da programação da festa, cargo ocupado há dois anos pela editora brasileira Ruth Lanna. De Londres, por telefone, a inglesa elogia a seleção deste ano, mas diz que a sugestão da homenagem a Amado - justíssima, segundo a mesma - não partiu dela. Assume, sim, a indicação de alguns autores, entre eles o DJ e dramaturgo Benjamin Zephaniah, o ensaísta político Tariq Ali e a romancista escocesa Ali Smith, que vai lançar na Flip seu elogiado "Por Acaso" (The Accidental, prêmio Whitebread de melhor romance do ano que passou na Inglaterra). Ali tem 44 anos e já publicou quatro livros, entre eles Hotel World (2001), que conta um dia na vida de cinco mulheres numa grande cadeia de hotéis e resume as principais questões existenciais de Ali, entre elas a urgência de uma nova visão da sexualidade humana.


O antecessor da autora na questão é o norte-americano Edmund White, autor da biografia do escritor francês Jean Genet (publicada aqui pela Record). White foi considerado pela ensaísta Susan Sontag (com justiça) um dos melhores escritores dos EUA, mas a autobiografia do autor ("My Lives: an Autobiography", 2005) continua inédita, privando o leitor brasileiro da leitura da história comovente desse americano atípico.


White não é a estrela da festa, mas outra americana, Toni Morrison, que recebeu o Nobel de Literatura em 1993. A autora escreve sobre a causa negra, o que não transforma a Flip num evento político, garante Liz Calder. "Ela continua sendo uma festa das letras, da boa literatura acima de tudo", diz. "É uma coincidência que a Flip seja uma tapeçaria de várias tendências, trazendo desde veteranos como Toni Morrison, uma superstar em qualquer festival literário, a jovens de origem africana como Ondjaki e Uzodinma Iweala", conclui.


Esse encontro da nova com a velha geração - sendo a lendária figura do jornalismo americano Lillian Ross, sua maior representante - aconteceu por acaso, na hora de montar as mesas de debates, segundo a diretora de programação Ruth Lanna, editora cujo currículo responde por alguns dos melhores livros publicados pela Companhia das Letras. Na mesa dos escritores que passaram pelo exílio está, por exemplo, Ferreira Gullar, associado aleatoriamente ao palestino Mourid Barghouti ("Eu Vi Ramalah"), que passou 30 anos longe de sua terra. Mesmo o encontro do peruano Alonso Cueto, crítico do regime Fujimori, com o maoísta francês Olivier Rolin e o gaúcho Luiz Antonio Assis Brasil, na mesa sobre literatura e política, foi casual, segundo a diretora.


"Tinha alguns temas em mente quando montei a programação, como a nova literatura africana, mas alguns escritores estavam impossibilitados de aceitar o convite", diz Ruth Lanna. Foi o caso, por exemplo, do novelista e dramaturgo nigeriano Wole Soyinka, ganhador do Nobel de 1986. Mesmo assim, ela organizou uma mesa (a penúltima do evento) para discutir a literatura do continente africano, reunindo o nigeriano-americano Uzodinma Iweala e o angolano Ondjaki. Com discussões sobre temas para todos os gostos , a Flip deve atrair a Paraty mais de dez mil turistas, que vão disputar 600 lugares na tenda principal para assistir a quase duas dezenas de mesas-redondas. Democrática, a festa vai chegar à população local e aos demais turistas por meio de um telão instalado na praça principal , graças ao patrocínio (estimado em R$ 3,8 milhões) do Unibanco e da Tim, que também bancam o show de abertura com Maria Bethânia.


São 18 os convidados estrangeiros: Ali Smith, Alma Guillermoprieto, Alonso Cueto, Benjamin Zapheniah, Christopher Hitchens, David Toscana, Edmund White, Jonathan Safran Foer, Lillian Ross, Mário de Carvalho, Mourid Barghouti, Nicole Krauss, Olivier Rolin, Odjaki, Ricardo Piglia, Tariq Ali, Toni Morrison e Uzodinma Iweala. Entre os 19 brasileiros, destacam-se Ignacio de Loyola Brandão, Adélia Prado e Carlos Heitor Cony. Informações sobre a venda de ingressos (a partir do dia 12) podem ser obtidas pelo telefone (11) 6846-6000. Outros Estados: 0300-7896846.

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#148 Mensagem por Maestro Alex » 02 Jul 2006, 21:32


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#149 Mensagem por binho1979 » 02 Jul 2006, 22:17

Maestro Alex escreveu:VALE VISITAR:

http://www.nelsonrodrigues.com.br/home.php
Nelson é genial, mas perto do Plinio Marcos, é brincadeirinha de criança

Nelson Rodrigues é o autor preso na moralidade, nos valores da familia e na denuncia de sua degradação. Em certo sentido Nelson Rodrigues é familiar, e conservador. Adoro esse autor por sua dupla vertente: Ao mesmo tempo em que é profano, é absolutamente conservador.

Plinio Marcos é a pura explosão! Ele é para além da familia, para além do bem e do mal. Ele não é moral ou imoral ou amoral. O teatro de Plinio Marcos flerta com o limite da linguagem, é quase irrepresentável! Esse autor conhece a carne, enquanto Nelson Rodrigues conhece a alma!

O teatro rodrigueano é o teatro da alma, do horror do incesto.Enquanto o teatro de Plinio é o teatro da carne e do desespero da existência.

Em certa medida Nelson Rodrigues é a civilização e Plinio Marcos vai além da civilização, ele busca o ponto em que nos tornamos humanos e o retorce.

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#150 Mensagem por binho1979 » 03 Jul 2006, 16:02


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