O folclorico Dada' maravilha foi dos jogadores mais importantes da historia do Galo e seu estilo extrovertido marcou epoca no futebol brasileiro.
Hoje em dia, se um um jogador esbocar o minimo de extroversao em campo, e' triturado pelo adversario - acusado de desrespeito, vide Valdivia do Palmeiras. Isso me faz pensar o quanto o futebol anda mal humorado e o quanto faz falta jogadores "mambembes" como o Dario.
Dadá ensina como "parar no ar"
O ex-centroavante Dadá Maravilha, que ficou conhecido pelos gols marcados com a camisa do Atlético-MG e pelas declarações polêmicas, costuma dizer que conseguia "parar no ar" antes dos cabeceios, nos tempos em que balançava as redes adversárias.
Dono do gol de maior importância da história do time mineiro, que definiu a vitória por 1 a 0 contra o Botafogo, no Maracanã, o famoso atacante diz que tornou a jogada conhecida quando deu ao clube a conquista da primeira edição do Campeonato Brasileiro, disputado em 1971.
"Fiz o gol mais importante da história do Atlético-MG. O Humberto Ramos pegou a bola pela esquerda, fez uma linda jogada driblando três zagueiros e cruzou no alto do segundo pau. Eu, com a impulsão incrível que tinha, subi mais alto que toda a zaga do Botafogo e testei, como se faz, com o queixo no peito, no canto esquerdo", lembrou o ídolo do Atlético-MG.
Após o histórico gol marcado na decisão, o ex-atacante passou a afirmar cada vez com maior freqüência que tinha a capacidade de "parar no ar" antes do golpe final, quando saltava junto com o defensor, mas via o adversário cair antes mesmo que ele tocasse na bola com a cabeça.
"Como todos já sabem, só existem três coisas que param no ar: o beija-flor, o helicóptero e o Dadá Maravilha. Eu prendia a respiração e soltava o corpo. Todo mundo pulava na horizontal e eu colocava os dedos para baixo. Forçava a minha linha de gravitação para baixo e era quando eu parava no ar. Só aí eu soltava o ar", ensinou.
Um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro, Dadá contabiliza, segundo suas próprias contas, 926 gol marcados, atrás apenas de Pelé e Romário. Conhecido pela facilidade em fazer gols dentro da área, o antigo centroavante acredita que foi o maior cabeceador do mundo, já que diz que marcou 499 de seus tentos em bolas aéreas.
"Fiz gol de todos os jeitos. Eu vou morrer tranqüilo e saber que no caixão ninguém vai poder chegar na minha orelha e dizer: 'Dadá, você foi superado'. O Dadá deixou o seu nome na história. Sei que ninguém jamais vai me superar. Tenho certeza que sou o maior cabeceador da história do planeta. Ninguém fez mais gols de cabeça do que eu", afirmou.
Eterno ídolo da torcida atleticana, Dadá marcou 211 gols com a camisa alvinegra e é o segundo maior artilheiro da história do clube, atrás apenas de Reinaldo, que balançou as redes 44 vezes a mais. Porém, o polêmico goleador costuma dizer que é o maior em números absolutos, já que atuou por menos tempo na equipe de Minas Gerais.
"Sem dúvidas, sou o maior nome da história do Atlético-MG. Sou o segundo (artilheiro) porque joguei cinco anos e o Reinaldo jogou 13. A minha média é de 0,75 gol marcado por jogo, e a dele é de 0,50 (cálculo próprio). Eu sou o artilheiro absoluto. Em Belo Horizonte, Dadá matou a pau. Ninguém enfrentou o Dadá porque eu massacrei todos¿, diz o goleador.
Dono de dois títulos brasileiros (um deles pelo Internacional, em 1976) e artilheiro por três vezes da competição, o ex-jogador, 62 anos, reconhece a pouca qualidade técnica que possuía nos tempos em que atuava, mas coloca uma diferença entre ele e os demais artilheiros que atuaram pelo País.
"Sempre soube reconhecer a pouca qualidade técnica do Dadá, nunca questionei isso. Do meio-de-campo até a área fui um dos piores jogadores da história, mas dentro da área, eu era rei. Não tinha para ninguém", lembrou o artilheiro.
"Não posso ser comparado aos outros goleadores porque eles eram apenas fazedores de gol e eu era uma máquina. A diferença entre os dois é que o goleador apenas marca gols em alguns jogos. Já a máquina está sempre trabalhando. Dentro da área eu era (nota) dez e fora, eu era zero", compara Dadá, que hoje atua como comentarista esportivo de uma rede de TV em Minas Gerais.
Mesmo tendo atuado por 16 clubes ao longo de sua vitoriosa carreira e com participações na Seleção Brasileira, onde, inclusive, esteve no grupo que conquistou o tricampeonato mundial de 1970, no México, o ex-atacante reconhece que fez mais sucesso em Minas Gerais, com três marcantes passagens pelo Atlético-MG.
"Não sou mineiro, sou carioca. Mas sempre fui idolatrado em Minas Gerais. Até a torcida do Cruzeiro gosta do Dadá. E olha que ela tinha motivos de sobra para não gostar, já que sempre fui um carrasco deles", provocou o ídolo atleticano, um dos atletas homenageados durante as cerimônias da última terça, que marcaram as comemorações do centenário da fundação do clube alvinegro.
Redação Terra