Assim, talvez esse aumento de calouros nos cursos não tenha só a ver com uma mudança no perfil dos alunos, mas apenas satisfaça uma demanda que estava reprimida por falta de oportunidades...
Também acho que pouca gente escolhe o curso "para fazer o que gosta". Acho que os principais determinantes da escolha são: tolerância às matérias, expectativa de carreira/ganhos e ambição pessoal, como fatores positivos, e custo/duração/dificuldade do curso, como fatores negativos. O fato é que o segundo termo ("expectativa de ganhos") aumentou muito para engenharia e caiu razoavelmente para humanas aplicadas (administração, economia, direito), o que também explica o deslocamento da demanda.
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Duas anedotas:
- lembro que quando estudava exatas, isso lá pelo final da década de 1990, a conversa dos engenheiros era que engenharia do petróleo era uma roubada, pois tratava-se de um produto que acabaria em 20-30 anos. Pra vocês verem como engenheiro é perspicaz...

- outra, mais recente, é a do coleguinha que fez uma faculdade de merda e achou que salvaria tudo em 2 anos fazendo um MBA de R$ 90 mil reais: "MBA tá muito banalizado; hoje em dia qualquer um tem essa merda".