Fortein escreveu:Trica, o INPE já descartou completamente queda de raios nas linhas...passou agora pouco reportagem na Globo News a respeito.
Boa dica. Consultei os links:
http://www.folhape.com.br/index.php/cad ... ?task=view
http://www.olhardireto.com.br/noticias/ ... 2&id=62642
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 5216,0.php
http://terramagazine.terra.com.br/inter ... ilhao.html
Analisando as declarações dos técnicos consultados e, obviamente, relegando ao esquecimento as interpretações idiotas dos jornalistas que escreveram as matérias, chegamos ao seguinte:
1) A causa do desligamento já foi identificada: problema em 3 linhas de transmissão de Furnas, no interior de São Paulo.
2) No momento, estava rolando uma tempestade na área, inclusive com raios.
3) O argumento dos
METEOROLOGISTAS do INPE é que:
a) Não foram registradas descargas a menos de 2 km das linhas que apresentaram problemas.
b) A intensidade dos raios que estavam caindo era baixa, 20 kA, e seria preciso pelo menos 80 kA para desligar as linhas.
c) A probabilidade de caírem 3 raios ao mesmo tempo nas linhas de transmissão é muito pequena.
O argumento a) é consistente. O b), na minha opinião, não. Ele aparentemente se baseia no fato de que os para-raios são projetados para proteger as linhas, a não ser que um raio muito forte incida. Mas se um raio fraco passar pela proteção, é óbvio que ele vai causar estrago. 20 kA a mais de uma vez no circuito é muita coisa. Considerando a potência transmitida total de 30 GW, tensão nas linhas de 750 kV, a corrente normal em cada uma das linhas é de apenas 23 kA.
O argumento c) é consistente, em tese. Mas não vejo como necessário que tenham sido 3 raios. Pode ter sido um raio só, e seus efeitos terem se propagado para 3 linhas diferentes, uma vez que essas linhas estão interligadas.
4) Os
ENGENHEIROS citados, Laurence Duarte Colvara, da Ufesp, e Aparecido Nicolett, concordam que um raio pode ter causado o problema.
Roy Kalifa escreveu:Caro Trica
Você esqueceu de citar a possibilidade "incompetência do governo", que mesmo com os reservatórios transbordando, não conseguiu evitar o caos no sistema.
Não tem nada a ver com os reservatórios, como já explicado.
Não houve caos no sistema. Apenas um desligamento curto, de 3 horas de duração. As empresas aéreas têm 4 horas de prazo, por exemplo, para consertar um avião que apresente defeito e atrase a decolagem.
Aliás, o físico Osmar Pinto Júnior, ouvido pela Terra Magazine, também afasta essa hipótese:
Todo sistema do mundo está sujeito a falhas. Ter uma falha não significa nada, não significa que não está bem. Pelo contrário, a Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, desde 2000, tem feito um programa fantástico em pesquisas, exemplar. O sistema elétrico brasileiro é, disparado, na América do Sul, o mais desenvolvido. O que aconteceu não é crise, não é problema, não é falta de competência, não é nada.