Tópico oficial do apagão 2009

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#61 Mensagem por Carnage » 22 Nov 2009, 19:36

Linkezinhos pro Peter...

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=22472
http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=22382

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0 ... AUTES.html
Dilma diz que Brasil não está livre de novos blecautes

Apagão afetou o fornecimento de energia em 18 estados na terça-feira.
'Ninguém pode prometer que não vai ter interrupção no sistema', disse.

Do G1, em Brasília

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse nesta quinta-feira (12) que o país pode voltar a ter novos apagões. "Nós não estamos livres de blecautes", afirmou. Foi a primeira vez que a ministra falou sobre o apagão, que afetou 18 estados entre a noite de terça-feira (10) e a madrugada de quarta (11).

Dilma respondeu rispidamente a uma pergunta sobre declarações feitas por ela há duas semanas, de que o Brasil estava livre de apagões. "Você está confundindo uma coisa, minha filha [jornalista]: uma coisa é blecaute. Nós trabalhamos num sistema de transmissão de milhares de quilômetros de rede. Interrupções desse sistema ninguém promete que não vai ter", disse. No dia 29 de outubro, Dilma declarou ao programa "Bom dia, ministro" que o Brasil estava a salvo de um novo apagão elétrico, como o que aconteceu em 2001.

Nesta quinta, Dilma afirmou que o que não ocorrerá mais no Brasil é racionamento de energia. “O que nós prometemos é que não terá nesse país mais racionamento. Racionamento é barbeiragem. Por que é barbeiragem? Porque racionamento de oito meses implica que eu com cinco anos de antecedência não soube a quantidade de energia que tinha de entrar para abastecer o país.”

Segundo ela, o sistema elétrico brasileiro é seguro, apesar de passível de apresentar problemas. “É o melhor sistema dos últimos tempos. É suscetível a esse tipo de problema? É suscetível”, declarou.

Para a ministra, a falta de energia ocorrida esta semana nada tem a ver com o apagão de 2001. “O Brasil de hoje é completamente diferente do Brasil que sofreu oito meses de racionamento. Primeiro, nós temos energia sobrando. Naquela época, não tinha energia sobrando. Tinha racionamento.”

Dilma defendeu a apuração de responsabilidades sobre o apagão. “Por que é importante que a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] apure? A Aneel vai punir. Se ela descobrir responsabilidade, é obrigação dela punir”, afirmou.

A ministra afirmou que não iria polemizar sobre as causas do apagão. “Eu não vou entrar nesse tipo de polêmica. Isso não me interessa. Não se pode politizar uma coisa tão séria para o país", disse. “Não vou comentar a oposição.”
Eu não vou entrar nesse tipo de polêmica. Isso não me interessa. Não se pode politizar uma coisa tão séria para o país

Dilma afirmou sentir os transtornos causados pelo apagão. "Eu lamento muito o que aconteceu com os consumidores, aconteceu nas cidades. De fato, é muito desagradável. Agora, dizer para mim é tentar fazer deliberadamente confusão onde não tem e tentar apresentar ao país uma fragilidade que não existe."

Caso 'superado'

A ministra repetiu o discurso adotado mais cedo pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. “Estamos com o sistema inteiramente recuperado. Para o governo, este episodio está encerrado”, afirmou.

Nesta quinta-feira, o ministro Edison Lobão disse, ao sair da reunião do PAC do setor elétrico, que o governo considera o assunto apagão "superado". "Buscamos a causa do problema e conseguimos uma solução rápida. O sistema é confiável e robusto. Este assunto está superado", afirmou.

Na terça-feira, ele atribuiu a raios, chuva e ventos fortes a causa do apagão. O Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe), no entanto, concluiu que é mínima a chance de um raio ter provocado o blecaute.

Logo depois de Lobão declarar que o assunto apagão estava superado, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também comentou as críticas da oposição no Congresso, que pretende convocar o ministro de Minas e Energia e a ministra-chefe da Casa Civil para falar sobre o blecaute.

"O fundamental é não politizar um debate como esse. Não podemos politizar sobre um acidente. Qualquer tentativa de politizar esse episódio vai durar menos que o incidente de quarta para quinta-feira", afirmou Padilha.

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#62 Mensagem por Carnage » 22 Nov 2009, 19:38

Se sobra incompetência no governo federal, que dira então do estadual??

http://terramagazine.terra.com.br/inter ... 78,00.html
Quinta, 12 de novembro de 2009, 16h30 Atualizada às 16h33
Atingida por apagão, Sabesp não possui geradores de energia

Diego Salmen

Com 182 estações elevatórias responsáveis pelo abastecimento de água no Estado, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não possui gerador de energia elétrica em nenhuma destas unidades. É o que conta Hélio Castro, superintendente de Produção de Água da estatal.

"Devido ao porte das instalações, não tem como ter gerador", explica Castro. "Só a maior delas, a estação elevatória de Santa Inês, usa a mesma quantidade de energia da cidade de Bauru (no interior paulista)", diz.

Até às 16h10 desta quinta-feira, 12, 150 mil pessoas seguiam sem água na Região Metropolitana de São Paulo, devido aos efeitos do apagão elétrico que atingiu 18 Estados na terça-feira, 10. Num primeiro momento, 20 milhões de habitantes chegaram a ficar sem abastecimento.

Segundo boletim oficial da Sabesp, a normalização do sistema "não é tão simples", "diferentemente do abastecimento de energia elétrica".

Para o superintendente de Produção de Água da estatal, é "impraticável" adquirir geradores para evitar os efeitos de eventuais quedas de energia.

"Seria um investimento monstruoso para ser utilizado apenas de dez em dez anos", afirma, em referência ao apagão ocorrido em 1999, ainda sob o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Terra Magazine

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#63 Mensagem por Carnage » 22 Nov 2009, 19:48

http://www2.fpa.org.br/portal/modules/n ... oryid=5177
Blecaute, por Luiz Pinguelli Rosa
em 13/11/2009

Ainda pairam algumas dúvidas sobre o blecaute que atingiu vários Estados brasileiros, mais drasticamente São Paulo e Rio de Janeiro.

É preciso esclarecer, porém, que o ocorrido na terça-feira foi totalmente diferente do chamado apagão de 2001, quando o governo decretou um racionamento obrigatório de energia elétrica para toda a população, sob pena de desligamento de residência ou empresa por alguns dias caso não fosse cumprido o corte no consumo.

Naquela ocasião, havia falta de energia para atender a demanda, pois esta vinha crescendo mais rapidamente do que a capacidade instalada no país. Enquanto houve chuvas suficientes para a geração hidrelétrica, o sistema funcionou e o problema foi adiado. Quando as chuvas se reduziram, os reservatórios estavam vazios e faltou energia no sistema.

Alertei o então presidente Fernando Henrique Cardoso por uma carta, como coordenador do Instituto Virtual da Coppe/UFRJ, e cheguei a conversar com José Jorge, à época ministro de Minas e Energia.

Naquele caso, houve falta de investimento. As estatais elétricas, a começar pela Eletrobrás, reduziram seus investimentos, pois aguardavam a privatização. Já as empresas privatizadas, a maioria delas distribuidoras nos Estados, pouco investiram.

O problema da última terça-feira tem mais semelhança com o blecaute de 1999, que também desligou São Paulo e muitas outras cidades, algumas por muito mais horas do que o recente incidente. Aquele problema se originou em uma subestação de transformadores em Bauru (SP), causado por uma sobretensão elétrica supostamente devida a um raio que atingiu a linha de transmissão a muitos quilômetros de distância e se propagou até a subestação -que deveria estar protegida. Como não estava, o sistema falhou.

O que ocorreu nesta semana foi a interrupção de três linhas que trazem a energia de Itaipu ao Sudeste, acarretando o desligamento de todas as turbinas da usina e causando o desligamento de várias outras linhas em cascata. Daí a propagação do blecaute ter atingido tantas cidades. O efeito é como uma série de pedras de dominó que caem uma por cima da outra.

O desligamento das linhas em sobretensão é correto, pois as protege e evita danos a equipamentos e perdas de transformadores por sobrecarga. Portanto, o desligamento automático das linhas de transmissão é inevitável em certos casos críticos como o de agora. Os efeitos seriam muito piores se o desligamento não ocorresse.

No entanto, algumas questões ainda precisam ser respondias. A primeira delas é o que causou a sobrecarga. Uma hipótese aventada é que raios tenham causado tudo isso. Três linhas sofreram colapso, embora todas sejam protegidas por para-raios, que são fios paralelos ao longo das linhas.

Talvez uma delas tenha sido atingida, a sobretensão tenha se propagado indevidamente para dentro da subestação em que as outras também tenham sido afetadas. É uma hipótese.

Como evitar a repetição de blecautes? Não há sistema tecnológico com 0% de falhas. O que pode ser feito é minimizá-las, tanto na frequência de ocorrências desse tipo como na gravidade delas.

Eliminar o uso da transmissão de longa distância seria uma bobagem, pois o Brasil é uma Arábia Saudita hidrelétrica. Integrando em um longo tempo a energia que se pode obter do potencial hidrelétrico brasileiro, o resultado é maior que a energia do petróleo do pré-sal. O sistema interligado é inteligente, pois otimiza o uso da geração hidrelétrica, complementada por outras fontes.

Uma proposta que tem sido recentemente estudada em todo o mundo é o de redes elétricas inteligentes, ou seja, fazer uma gestão melhor das redes para diminuir incertezas, evitar problemas de pico de tensão e falhas, com um sistema de controle ponto a ponto ao longo das redes.

Nos Estados Unidos, Nova York sofreu um blecaute em 2003 que, sob certos aspectos, foi mais grave.

Há poucos meses, o professor Pravin Varaiya, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, esteve no Programa de Planejamento Energético da Coppe para participar de um seminário sobre essas redes inteligentes de energia elétrica. Mas os estudos ainda precisam avançar, inclusive para prevenir vulnerabilidades como o acesso indevido à rede por hackers.

O que se mostrou vulnerável aqui no nosso caso foi a enorme extensão da área atingida e a grande população que sofreu as consequências, pois não se conseguiu ilhar a propagação do efeito para circunscrever suas consequências a uma região menor. É necessário apurar os fatos para corrigir as falhas e aperfeiçoar o sistema.

*Luiz Pinguelli Rosa, 67, físico, é diretor da Coppe-UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Foi presidente da Eletrobrás (2003-04).

Publicado na Folha de São Paulo, seção Tendências/Debates, em 13/11/2009

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#64 Mensagem por Carnage » 22 Nov 2009, 19:54

http://www.viomundo.com.br/opiniao/a-es ... e-factual/
A esquerda doidivanas delira, desprezando a verdade factual

Atualizado em 11 de novembro de 2009 às 21:23 | Publicado em 11 de novembro de 2009 às 21:11

por Luiz Carlos Azenha

Todo repórter deve fidelidade canina à verdade factual. Essa verdade está acima de conveniências conjunturais ou políticas. Fato: houve um blecaute total ou parcial em 18 estados brasileiros. Houve especulações sobre se o sistema elétrico brasileiro teria sido vítima de um ataque de hackers, o que o próprio governo descarta. Fato: o governo diz que tempestades elétricas afetaram três redes distintas de transmissão de energia, que provocaram o blecaute. Teria sido, portanto, um "acidente".

A questão é saber se o Brasil pode conviver com blecautes periódicos, causados por "acidentes". Se sim, deixemos como está. Se não, há de se aperfeiçoar o sistema de gerenciamento. Simples assim.

A propósito, diga-se que a situação de hoje não se compara à do blecaute de 1999, quando o sistema elétrico brasileiro estava sucateado. Tanto que, em 2001 e 2002, tivemos o racionamento de energia. Desde então, o Brasil investiu em geração de energia e em linhas de transmissão. O sistema hidrelétrico brasileiro não está sucateado. Pelo contrário, ele se tornou modelo para outros países do mundo. Tem a grande vantagem, por ser integrado, de permitir que as diferentes regiões do país troquem energia. Nesse sistema, está embutido o risco dos dominós: se um cai, outros podem cair.

Para não confundir as coisas, seria importante que setores da esquerda brasileira deixassem de ter uma reação típica de avestruz, daquele bicho que enfia a cabeça na areia e joga a culpa nos outros. Que sai gritando conspiração!!! É preciso aceitar as responsabilidades de quem é governo, sem recorrer a desculpas mentirosas e contraproducentes.

Entre 1999 e 2009 o mundo mudou. Hoje somos muito mais dependentes da energia elétrica do que no passado. É apenas natural que a população cobre explicações hoje até mais do que no passado. Até porque as tarifas de energia elétrica no Brasil estão entre as mais caras do mundo. Se pretendemos cobrar da mídia corporativa respeito à verdade factual, devemos ser os primeiros a fazê-lo.

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#65 Mensagem por Tricampeão » 22 Nov 2009, 20:00

Tem razão o Muniz. Um problema em uma linha de transmissão normalmente leva ao desligamento das outras que correm com ela, para que o sistema não trabalhe desequilibrado. Mas a falha não podia ter desligado o link de corrente contínua.
Os mapas do sistema disponibilizados pelo ONS mostram claramente que Itaberá é um gargalo, mas também mostram que os links de corrente contínua são independentes. Não poderia haver "efeito dominó". A não ser que o problema tivesse se propagado até Itaipu.
http://www.ons.org.br/download/mapas_re ... 01_r29.pdf
Assim, estou achando difícil entender o que aconteceu. Disseram que não houve nenhum problema em Itaipu, e que as máquinas foram desligadas manualmente, porque não havia consumo de energia no momento.
Outra coisa que não entendi é que o Paraguai também sofreu consequências do blecaute. Pelos diagramas, isso não faz sentido.
Carnage escreveu:
Muniz lembrou o fato de que, dentro do planejamento energético elaborado para o país, várias novas usinas, principalmente hidroelétricas de grande capacidade de geração, estão em fase de construção ou de licitação - citando as usinas do Rio Madeira e de Belo Monte, no Pará, que entrá prevista para entrar em operação em 2014 interligando as regiões Norte e Sul e, consequentemente, fortalecendo o sistema elétrico brasileiro.
Que merda de redação, hein? Como é que uma usina vai interligar as regiões Norte e Sul? Provavelmente, o que o cara disse é que estão sendo construídas novas usinas no Norte, que é a região brasileira com potencial hidráulico ainda pouco explorado, e que haverá linhas de transmissão para trazer energia para o Sudeste. Isso realmente aumentará a confiabilidade do sistema, pois haverá redundância de fontes energéticas.

Sem novidades no site do ONS sobre as causas do blecaute. Apenas um comunicado que é interessante porque diz que se mantêm convênios com vários prestadores de serviço para previsões e análises meteorológicas. Isso atesta o grande efeito que um raio ou que ventos fortes podem causar no sistema. Não há convênios para previsão de ataques de tubarões.

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#66 Mensagem por Tricampeão » 22 Nov 2009, 20:06

Carnage escreveu:
Com 182 estações elevatórias responsáveis pelo abastecimento de água no Estado, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não possui gerador de energia elétrica em nenhuma destas unidades. É o que conta Hélio Castro, superintendente de Produção de Água da estatal.
Está correto. Gerador de emergência é só para iluminação e outras funções ligadas à segurança pessoal. Esses geradores são baseados em motores de combustão; usariam muito combustível, fariam muito barulho e provocariam muita poluição se fossem usados para manter o sistema funcionando.

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#67 Mensagem por Tricampeão » 22 Nov 2009, 20:16

Carnage escreveu:
O que ocorreu nesta semana foi a interrupção de três linhas que trazem a energia de Itaipu ao Sudeste, acarretando o desligamento de todas as turbinas da usina e causando o desligamento de várias outras linhas em cascata. Daí a propagação do blecaute ter atingido tantas cidades. O efeito é como uma série de pedras de dominó que caem uma por cima da outra.
O Pinguelli teve o bom senso de copiar o que eu havia escrito, e deve ser congratulado por isso, mas o raciocínio "a interrupção de três linhas que trazem a energia de Itaipu ao Sudeste acarretaram o desligamento de todas as turbinas da usina" eu não subscrevo.
Primeiro porque, pelo que sei, Itaipu declarou que não sofreu efeitos do sinistro.
Segundo porque a interrupção das linhas é feita justamente para evitar danos ao restante do sistema. As máquinas de Itaipu deviam ter continuado em operação.
Terceiro porque o correto seria falar dos geradores de Itaipu, não das turbinas. Turbinas são equipamentos mecânicos, movidos pela força das águas. Turbinas nunca são desligadas.

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#68 Mensagem por Tricampeão » 27 Nov 2009, 12:25

Tornei-me habitué do site do ONS. Uma novidade interessante:
No dia 25/11/2009, ocorreu recorde de demanda instantânea no SIN, atingindo respectivamente 66.777 MW às 15:29 hs. O recorde deveu-se principalmente à continuidade da elevação das temperaturas no país, que subiram mais 2°C em SP e no RJ.
Interessante por vários motivos:
1) O sistema tem batido recordes de demanda, sem a ocorrência de desligamentos, o que indica que há folga na geração e na transmissão.
2) A crise econômica parece ter sido apenas uma marolinha. O consumo de energia é uma maneira bastante confiável de medir o nível de atividade da economia real.
3) O pico foi no meio da tarde, fora dos horários considerados normalmente como de ponta. Não entendi o que teriam que ver com a elevação de temperatura, porque às três da tarde pouca gente toma banho.

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#69 Mensagem por Carnage » 28 Nov 2009, 01:52

Agora no Rio tem faltado energia seguidas vezes.

A responsabilidade seria inteiramente da empresa privada concessionária do serviço.

http://clippingmp.planejamento.gov.br/c ... ovo-apagao
LIGHT JÁ TEM TRÊS VERSÕES, MAS NÃO EXPLICA NOVO APAGÃO
Autor(es): Bruno Rosa, Elenilce Bottari e
O Globo - 25/11/2009
Calor, aumento de consumo e vandalismo teriam causado pane; Aneel cobra explicações


Recorrentes como a falta de luz na cidade - mais de 40 mil pessoas ficaram sem energia, de anteontem para ontem, por quase 24 horas em parte da Zona Sul e da Leopoldina - são algumas das desculpas da Light: excesso de calor e aumento do consumo. Especialistas em meteorologia e energia concordam que esses fatores contribuem para apagões, mas estão longe de ser um bom argumento. Na pré-estreia do verão carioca, essas situações são tradicionais e, portanto, mais do que previsíveis.

Segundo o meteorologista Lúcio de Souza, do Instituto Nacional de Meteorologia, houve no último mês um ligeiro aumento de dois graus na média de temperatura, mas isso pode mudar até o fim do mês, com as chuvas. Na verdade, há décadas este calor está previsto para outubro e novembro:

- As temperaturas de 40 graus são recorrentes nos meses de outubro e novembro. Nos últimos três anos, devido ao fenômeno da zona de convergência do Atlântico Sul, também chove muito a partir da última semana de dezembro e as primeiras três semanas de janeiro, mas em fevereiro o calor também tem sido intenso - informou o meteorologista.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu ontem 48 horas à Light para explicar o apagão de Ipanema e do Leblon e a falta de luz registrada em Copacabana no último dia 13. Segundo nota da Aneel, a empresa terá que "prestar as informações sobre as causas e a duração de cada interrupção, os locais afetados e as medidas adotadas para evitar que os eventos se repitam". Se for contatado algum tipo de problema, a Light poderá receber advertência e ser multada em até 1% do faturamento anual.

A Light diz que três fatores contribuíram para os problemas que ocorreram num perímetro formado pelas ruas Cupertino Durão e Garcia D"Ávila, a orla e a Lagoa. O vice-presidente de Clientes da empresa, Roberto Alcoforado, citou furto de cabos em diversos pontos; acréscimo de 27% no consumo na área, entre quarta-feira da semana passada e anteontem, por causa do calor; e aumento de carga (volume de energia disponibilizada) de outubro passado em comparação com o mesmo mês de 2008, período em que a economia estava em recessão.

O aumento do consumo foi atribuído por ele a um crescimento na quantidade de eletrodomésticos nas casas, por causa da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do setor, mesmo tendo a área afetada um dos maiores IDHs da cidade - ou seja, a maioria dos moradores já possuía esse tipo de aparelho.
- Tivemos um crescimento de carga por conta do aumento do número de eletrodomésticos. Isso sozinho não é motivo para o sistema não suportar. Mas houve aumento grande do consumo em função da alta temperatura. As pessoas ligam mais o ar-condicionado, abrem mais a geladeira. Isso, associado ao vandalismo de roubo de fios, fez com que tivéssemos problemas em três cabos, deixando o sistema em risco. Faltou luz porque desligamos o sistema para evitar danos maiores e mais tempo para consertos - disse Alcoforado.

O vice-presidente da Light explicou ainda que três dos oito de cabos de média tensão que saem da subestação do Leblon para abastecer a região entraram em curto-circuito. Equipes da Light constataram furtos de cabos de baixa tensão que distribuem a energia para os imóveis. A falta desses cabos gerou danos na rede de média tensão, fazendo com que se optasse pelo desligamento do sistema. Técnicos encontraram ainda galerias alagadas em razão de furtos de boias de contenção de águas pluviais. Segundo Alcoforado, a Light contabiliza uma média de 30 quilômetros de cabos furtados ao ano. Ele negou que a empresa não tenha se preparado para o aumento de demanda por energia desta época:

- A empresa investiu R$1,2 bilhão em melhorias na rede nos últimos três anos, exatamente para suportar o crescimento do consumo. Somos a melhor empresa em termos de indicadores de qualidade do Brasil. Temos a menor frequência de interrupção por cliente do país - afirmou Alcoforado.

Light investiu 10% menos em 2009

Apesar dos transtornos causados, o presidente da Light, José Luiz Alquéres, afirmou, em entrevista ao "RJ-TV", da Rede Globo, que o Rio tem "o melhor serviço de energia do país" e que estão "investindo mais do que nunca para manter o sistema adequado":

- Queremos chegar, inclusive, às Olimpíadas 2016 com um padrão superior a qualquer país do mundo.

Especialistas ouvidos pelo GLOBO, contudo, dizem o contrário. Nos primeiros nove meses deste ano, a companhia aplicou R$300 milhões em aumento de capacidade da rede, manutenção corrente e novas ligações. No mesmo período do ano passado, foram investidos R$334 milhões. Ou seja, houve uma redução de 10%.

Segundo a Light, a falta de energia atingiu 12.300 clientes (relógios) em Ipanema e Leblon, de um total de 40 mil sem luz em toda a cidade. Na Zona Sul, 60 dos 160 transformadores de Ipanema e Leblon desligaram. Em seis bairros da Leopoldina, 200 desses equipamentos, de um total de 70 mil, apresentaram problemas. Na Zona Sul, 70 técnicos trabalharam no conserto da rede. Mais 250 foram distribuídos em outros bairros com problemas. O apagão começou na tarde de segunda-feira e a luz só foi restabelecida ontem, por volta das 14h30m. Às 18h, ainda havia alguns pontos sem energia, mas, segundo a empresa, por problemas específicos.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, pediu agilização para firmar convênio entre a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro (Agenersa) e a Aneel. O objetivo é transferir para a Agenersa a responsabilidade pela fiscalização da Light.

Para Helder Queiroz, professor do Grupo de Energia do Instituto de Economia (IE) da UFRJ, é visível que houve problema de investimento na rede. Para ele, foi isso que fez a companhia enfrentar problemas com o calor intenso dos últimos dias, quando a demanda chegou a aumentar mais de 20% em alguns bairros. Segundo Queiroz, a Light parece não estar pronta para o verão, e a percepção é que o investimento em modernização na rede ficou em segundo plano:

- O planejamento não foi intensivo, pois essas falhas deveriam ser pontuais. Isso pode ser apenas uma especulação, mas é a sensação.

Rafael Quintanilha, da Brascan Corretora, lembra que todo o orçamento da companhia está dentro das regras estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Ele ressalta ainda que um dos principais acionistas da Light é a Cemig, empresa mineira conhecida no mercado como "uma companhia focada em resultados".


- A Cemig sempre está ligada a coisas boas e ruins, como queda de transformador e de linha. Hoje, a Cemig está se preparando para ser o principal acionista da Light, abaixo apenas do bloco de controle da companhia - afirma Quintanilha.

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#70 Mensagem por Tricampeão » 28 Nov 2009, 11:54

Carnage escreveu:Agora no Rio tem faltado energia seguidas vezes.

A responsabilidade seria inteiramente da empresa privada concessionária do serviço.
Correto, uma vez que faltou energia em alguns bairros, não na cidade inteira.

Aumento de 27% por causa de mais eletrodomésticos? Inaceitável.
Furto de cabos de baixa tensão gerando danos na rede de média tensão? Improvável.
Aumento de carga por causa do fim da recessão? Em área não-industrial? Inadimissível.
Culpa da Cemig? Ah, pode ser, é estatal, não é?

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#71 Mensagem por Carnage » 06 Dez 2009, 15:21

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 3726,0.php
Domingo, 29 de Novembro de 2009 | Versão Impressa
Conta de luz sobe e qualidade cai ao pior nível desde a privatização

Em algumas localidades, indicadores da Aneel para o número de horas sem eletricidade são os piores da década

Renée Pereira

A qualidade dos serviços de eletricidade piorou nos últimos anos, apesar do aumento no custo da conta de luz. Depois de alcançar o menor nível da história, no período após o processo de privatização do setor elétrico iniciado em 1995, o volume de blecautes voltou a subir em todo o País.

Em algumas localidades, os indicadores estão no pior nível da década, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). É o caso das distribuidoras do Pará (Celpa) e de Minas Gerais (Cat-Leo e Cemig), entre outras.

No ano passado, os brasileiros ficaram, em média, 16,61 horas sem eletricidade - número superior às 16,57 horas de 2001, quando o racionamento deixou a rede de distribuição mais folgada e menos vulnerável aos blecautes. A média nacional, no entanto, esconde casos extremos, como o de São Luiz do Anauá, em Roraima, onde as interrupções somaram 1.007 horas em 2008. Isso significa ficar um mês e 11 dias sem eletricidade no ano. Apesar disso, a tarifa média da região está em R$ 290 o MWh, a maior do País.

Nesse caso, a explicação para o alto preço e as interrupções está no fato de o Norte fazer parte do sistema isolado, atendido basicamente por termoelétricas movidas a óleo combustível. Mas a relação qualidade e custo da energia está muito distante do desejável em qualquer região do País, diz o professor da Universidade de São Paulo Ildo Sauer. "Temos as contas de luz mais caras do mundo e uma péssima qualidade de energia."

A justificativa das concessionárias para a piora nos indicadores de interrupção está na severidade do clima, com raios e tempestades. Isso acaba derrubando a rede e interrompendo o fornecimento de energia. "Em São Paulo, o maior problema é a queda de árvores", diz Roberto Mario Di Nardo, vice-presidente da AES Eletropaulo, maior distribuidora do Brasil.

Segundo ele, até novembro, foram 24.171 interrupções provocadas por queda de árvores ou galhos nas linhas - volume 18% superior a todo o ano de 2008 e 29% em relação a 2007. Isso contribuiu para elevar de 9 para 11 horas o tempo médio que os consumidores ficaram sem luz na região.

"Já havíamos aumentado em 17% as podas de árvores na cidade, para 146 mil plantas. Para 2010, esse número deve subir para 210 mil árvores", comenta Di Nardo. Ele destaca ainda que o fato de a rede de distribuição estar mais robusta dificulta a recomposição do fornecimento.

As condições climáticas também são justificativas na Cemig, estatal de Minas Gerais. Até setembro, o tempo dos blecautes na área da distribuidora já chegava a 14 horas - o maior desde 1996. "Temos tido tempestades bem mais severas que no passado, com ventos de quase 100 km por hora", diz a gerente de área de acompanhamento e controle, Rita Fajardo.

Na Light, maior distribuidora do Rio, os dados da Aneel ainda não embutem os últimos blecautes ocorridos esta semana. No período de 12 meses, terminados em setembro, os dados mostram que os clientes da distribuidora ficaram, em média, 9 horas por ano sem eletricidade.

Bem distante dos números desta semana. Entre segunda e terça-feira, cerca de 12 mil moradores ficaram quase 24 horas sem luz. Outros desligamentos menores ocorreram nos demais dias. O vice-presidente de operações da Light, Roberto Alcoforado, diz que apagões foram causados por um aumento repentino da temperatura, aliado ao maior consumo de ar-condicionado e geladeiras. Segundo ele, a temperatura em novembro é a mais alta para este mês desde 2004. "A carga subiu 27% nos últimos dias."

Na avaliação de especialistas, porém, essa não é uma justificativa razoável. Afinal, as distribuidoras precisam estar preparadas para esse tipo de ocorrência. O fato é que quanto maior o investimento na expansão da malha maior será o custo da energia para o consumidor.

De qualquer forma, por serem regiões mais desenvolvidas, o Sul e o Sudeste ainda têm os melhores indicadores, comparados com o resto do País. No Nordeste, a campeã no ranking de maior tempo sem energia é a Companhia Energética do Piauí (Cepisa), da Eletrobrás. Lá, o tempo médio que os consumidores ficam sem luz por ano é de 47 horas.

O descontentamento com a qualidade dos serviços é tamanho que 24 cidades conseguiram liminares (já derrubadas) para não pagar a conta de luz, conta o presidente da distribuidora, Flávio Decat. Segundo ele, a falta de definição sobre o futuro da empresa, se seria vendida ou incorporada ao grupo, provocou redução dos investimentos. "Isso causou uma deterioração e defasagem do sistema. Mas já estamos revertendo este quadro", destacou o executivo, frisando que a empresa vai investir R$ 1 bilhão na área de concessão entre 2009 e 2010.

No Centro-Oeste, o pior índice de qualidade foi verificado na Centrais Elétricas Mato-Grossenses (Cemat). Os consumidores ficam, em média, 30 horas sem luz por ano. Segundo o vice-presidente do Grupo Rede, que administra a Cemat e mais oito concessionárias, Sidnei Simonaggio, a piora nos índices desde 2002 deve-se à universalização dos serviços. Com o programa, iniciado em 2004, as empresas tiveram de expandir as redes para áreas mais remotas, como as zonas rurais.

O engenheiro Carlos Augusto Kirchner explica que as distribuidoras precisam obedecer a limites estabelecidos pela Aneel. Se as metas forem ultrapassadas, elas pagam multas calculadas sobre o faturamento. Ele destaca, entretanto, que os desligamentos que duram menos de três minutos não são considerados pela agência.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... e-regular/
As agências que deixaram de regular

A privatização foi responsável pelo aumento desmedido no custo da energia, pelo desmonte de uma das principais vantagens competitivas do país, pelo fato de investimentos em eletrointensivos terem sido desviados para outros países. Aí é responsabilidade direta de FHC, assim como o apagão.

Agora, qualidade atual dos serviços prestados é de responsabilidade exclusiva da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) do governo Lula. As regras de qualidade de serviço não têm sido exigidas nem por parte da Aneel nem da Anatel.

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Carnage
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#72 Mensagem por Carnage » 06 Dez 2009, 15:22

http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =566TVQ002
REDE GLOBO
O Bom-dia Brasil e o mau jornalismo

Por kkkkkkkkk de Oliveira Ribeiro em 1/12/2009

Na manhã de sexta-feira (27/11/2009) ficou evidente que não existem limites para os pupilos de Ali Kamel. Ao fazer a cobertura das panes na distribuição de energia na cidade do Rio de Janeiro, o âncora do Bom Dia Brasil relacionou estes episódios diretamente ao apagão em 19 estados da federação provocado pela falha na transmissão de energia de Itaipu ocorrida há alguns dias.

Os jornalistas da Globo ainda não aprenderam que há uma diferença entre a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica? Impossível, pois todas as informações necessárias sobre a estrutura do setor elétrico brasileiro estão disponibilizadas na internet.

As empresas que operam na geração, transmissão e distribuição de energia são distintas. Algumas são públicas, outras têm capital público e privado e a maioria é de capital privado. As relações comerciais e técnicas entre as diversas empresas são evidentes e indispensáveis. Afinal, as distribuidoras não podem distribuir uma energia elétrica que não foi gerada ou transmitida. Mas a falha na distribuição não está necessariamente ligada a defeitos na geração e transmissão de energia.

O conteúdo da matéria levada ao ar pelo Bom Dia Brasil evidencia que os problemas no Rio de Janeiro são locais. Portanto, sem qualquer relação com o apagão ocorrido por defeito na transmissão de energia de Itaipu. Não havia motivo técnico ou jornalístico para o âncora relacionar os dois episódios.

O deslize do pupilo do Ali Kamel, que me pareceu proposital, é um excelente exemplo de argumento inválido.

Comportamentos antiéticos e nocivos

"Uma forma de argumento é válida quando não é possível que um argumento com essa forma tenha premissas verdadeiras e uma conclusão falsa. O conceito de validade tem, então, certa generalidade – podemos dizer, a respeito de qualquer argumento que tenha forma válida que, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão tem que ser verdadeira. A validade de uma forma garante a validade de todos os inúmeros argumentos que tenham essa forma. Por exemplo, qualquer argumento que tenha a forma de modus ponens é valido, seja qual for o assunto de que trate.

Nos argumentos inválidos, no entanto, a forma não tem a mesma garantia de generalidade. Essa assimetria entre validade e invalidade existe porque é possível que um argumento tenha mais de uma forma" (Lógica informal, Douglas N. Walton, Martins Fontes, 2006).

O argumento do ancora do Bom Dia Brasil pode ser reduzido à seguinte fórmula: a falta de energia durante o apagão é igual à falta de energia em alguns bairros do Rio de Janeiro. Portanto, as mesmas autoridades são responsáveis pelos dois episódios.

Como vimos acima, as empresas que exploram a geração, transmissão e distribuição de energia são distintas. Em razão das características do setor elétrico brasileiro (cujas informações estão à disposição, inclusive, dos jornalistas da Globo), a ausência de energia elétrica no Rio de Janeiro durante o apagão (que ocorreu por falha na transmissão da energia gerada por Itaipu) é diferente da falta de distribuição de energia elétrica em alguns bairros do Rio de Janeiro (que ocorreu por falha na distribuição local de energia).

Com apoio de Walton, podemos concluir que o argumento do âncora do Bom dia Brasil é inválido. Culpar as autoridades federais por um problema local não é só mau jornalismo; é um exemplo grosseiro de má-fé. Eu não ficaria triste se a legislação fosse mudada de maneira a permitir a punição da empresa jornalística e do jornalista por comportamentos tão antiéticos e nocivos.

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#73 Mensagem por Tricampeão » 20 Dez 2009, 20:50

Problemas da Light são antigos:
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noti ... id_area=90
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) multou em R$ 3,9 milhões a concessionária Light pelo descumprimento das metas dos indicadores de qualidade DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) referentes a 2008. A multa foi emitida na segunda-feira (30/11) e o prazo para recurso é de 10 dias.

Por conta das novas ocorrências registradas no sistema da Light, a Aneel reforçou, nesta segunda-feira (30/11), a equipe que apura as causas dos blecautes que atingem a área de concessão da empresa. O grupo irá analisar as condições dos equipamentos das redes subterrâneas dos bairros afetados pelas interrupções. A fiscalização fará visitas in loco para identificação das causas dos defeitos apresentados e análise dos relatórios gerenciais das últimas manutenções. A agência estima que no prazo máximo de dez dias o relatório esteja concluído.

Caso a fiscalização emergencial constate falhas de planejamento, manutenção e/ou operação a empresa está sujeita à multa de até 1% do seu faturamento, segundo procedimentos estabelecidos pela Resolução nº. 63/2004.

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#74 Mensagem por wheresgrelo » 20 Dez 2009, 22:47

Tricampeão escreveu:Problemas da Light são antigos:
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noti ... id_area=90
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) multou em R$ 3,9 milhões a concessionária Light pelo descumprimento das metas dos indicadores de qualidade DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) referentes a 2008. A multa foi emitida na segunda-feira (30/11) e o prazo para recurso é de 10 dias.

Por conta das novas ocorrências registradas no sistema da Light, a Aneel reforçou, nesta segunda-feira (30/11), a equipe que apura as causas dos blecautes que atingem a área de concessão da empresa. O grupo irá analisar as condições dos equipamentos das redes subterrâneas dos bairros afetados pelas interrupções. A fiscalização fará visitas in loco para identificação das causas dos defeitos apresentados e análise dos relatórios gerenciais das últimas manutenções. A agência estima que no prazo máximo de dez dias o relatório esteja concluído.

Caso a fiscalização emergencial constate falhas de planejamento, manutenção e/ou operação a empresa está sujeita à multa de até 1% do seu faturamento, segundo procedimentos estabelecidos pela Resolução nº. 63/2004.

ô sodade do meu tempo de CEMIG Sô!!!!


Alvissaras

WG

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Re: Tópico oficial do apagão 2009

#75 Mensagem por Carnage » 12 Jan 2013, 15:19

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... de-energia
Os boatos sobre o apagão de energia
Luis Nassif

Coluna Econômica


Na Folha de ontem, a jornalista Eliana Cantanhede forneceu a manchete, ao anunciar uma reunião de emergência do setor elétrico. Segundo a matéria, “a reunião foi acertada entre Dilma, durante suas férias no Nordeste, e o Ministro das Minas e Energia Edison Lobão”.

“Dirigentes de órgãos do setor tiveram que cancelar compromissos para comparecer”, dizia a matéria. Mais: “Dez dias depois de dizer que é "ridículo" falar em racionamento de energia, a presidente Dilma Rousseff convocou reunião de emergência sobre os baixos níveis dos reservatórios, para depois de amanhã, em Brasília.

***

Segundo a jornalista, “oficialmente, estarão presentes ao encontro de quarta-feira os integrantes do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), que é presidido pelo ministro das Minas e Energia e é convocado, por exemplo, quando há apagões de grandes proporções, como ocorreu mais de uma vez em 2012”.

Existe um órgão denominado de Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) que reúne-se mensalmente para analisar o setor. Participam da reunião o Ministro, o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a Agência Nacional de Águas (ANA), entre outras.

As reuniões são mensais e agenda do ano é definida sempre no mês de dezembro do ano anterior. Portanto, desde o mês passado a tal reunião “extraordinária” estava marcada.

***

O mercado de energia elétrica é dividido em dois segmentos. Há os contratos de longo prazo, firmados entre grandes consumidores (entre os quais as distribuidoras) e fornecedores; e o chamado mercado spot, com compras de curto prazo.

Uma informação incorreta, como esta, poderia provocar oscilações de monta nas cotações do mercado spot. Poderia fazer empresas suspenderem planos de investimento, montarem planos de contingência.

Não afetou o mercado porque as grandes empresas, os grandes investidores dispõem de canais de informação específicos. E a própria Internet permitiu a propagação do desmentido do MME acerca do caráter “extraordinário” da reunião.

Mas a falsa notícia levantou até o argumento de que os problemas eram decorrentes da redução da conta de luz – que sequer ocorreu ainda.

***

De concreto, existe a enorme seca que assola o nordeste, que reduziu as reservas do sistema. Atualmente os reservatórios da Região Nordeste operam com 31,6% da sua capacidade, e os da Região Norte com 41,24%.

Limitações ambientais, além disso, obrigaram a uma mudança na arquitetura das novas usinas hidrelétricas, substituindo os grandes lagos pela chamada tecnologia de “fio d’água”.

***

Mas o modelo prevê um conjunto de usinas termoelétricas de reserva. Sempre que há problemas no fornecimento, elas são autorizadas a operar até que o sistema convencional volte a dar conta do recado.

***

O episódio mostra, em todo caso, a dificuldade, hoje em dia, de se dispor de informações objetivas. Na Internet, há um caos informacional; nos jornais, uma sobreposição diária das intenções políticas sobre a objetividade das matérias.
http://www.viomundo.com.br/denuncias/he ... idade.html
Heitor Costa: Falar em racionamento é “irresponsabilidade”

publicado em 8 de janeiro de 2013 às 9:27

Risco de um novo racionamento de energia elétrica?

por Heitor Scalambrini Costa, via e-mail*


2001/2002 ficará marcado como o período em que o Brasil mergulhou no racionamento de energia devido ao desabastecimento ocorrido. Regiões do país não puderam ser atendidas nas suas necessidades de energia elétrica, pela “barbeiragem” do governo federal da época, que não planejou bem, não fez os investimentos necessários, além de implantar um modelo mercantil no setor elétrico, que contribuiu de maneira decisiva ao colapso energético. Quem afinal “pagou o pato”, digo a conta de energia mais cara, foi o consumidor final.

2011/2012 ficará marcado com os anos das tarifas astronômicas (mesmo a geração sendo mais de 70% de hidrelétricas), e dos “apagões”, denominação das interrupções temporárias no fornecimento de energia elétrica, resultando na baixa qualidade do serviço oferecido. Responsabilidade do governo federal, cujos gestores do setor elétrico aprofundaram o modelo mercantil, e cometeram erros crassos na política energética, optando por ofertar energia, com a construção de usinas termelétricas a combustíveis fósseis, usinas nucleares e mega hidrelétricas na região Amazônica. E não priorizaram a diversificação da matriz energética com as novas fontes renováveis, e nem a eficientização no uso da energia.

2013 inicia-se diante de declarações e ameaças sobre a possibilidade de um risco iminente de um novo desabastecimento de energia elétrica, principalmente pela situação de estiagem prolongada, resultando no baixo nível dos reservatórios, e com chuvas previstas insuficientes para recompor os estoques.

É necessário que se diga, alto e em bom som, que a curto prazo não existe possibilidade de risco de faltar energia para atender a demanda atual. O pífio desempenho da economia nacional, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), favoreceu a que o país não sofresse uma nova crise energética nos moldes da ocorrida em 2001/2002. Se o PIB tivesse sido de 4,5%, como previsto inicialmente para o ano de 2012, o consumo da indústria estaria bem maior, e ai sim haveria risco iminente de faltar energia. E em 2013, as previsões do crescimento econômico já estão abaixo das previsões sempre otimistas e super dimensionadas do governo federal. E são nestes previsões governamentais que se baseia o planejamento energético na oferta de energia.

O que ocorrerá sem dúvida será um aumento nas tarifas devido ao repasse dos custos da energia elétrica bem mais cara das usinas termelétricas, que estão funcionando desde o final do ano passado a todo vapor (literalmente). Logo, os aumentos que ocorrerão nos próximos anos vão absorver toda a redução da tarifa obtida com a medida provisória – MP 579. Dá-se ao consumidor com uma mão, e retira com a outra.

Já a médio prazo, a situação não é tranqüila para o setor elétrico, desde que continuem os erros serem cometidos. E a situação somente mudará se houver uma guinada de 180º na política energética em nosso país.

O que se pode extrair da conjuntura atual, com declarações e ameaças de um novo racionamento de energia, é que a sucessão presidencial começou. Não se deve politizar uma coisa tão séria para o país, como a questão da energia. Com risco de criar o descrédito da população em um setor estratégico, que vai além dos governos de plantão, e mesmo levar o pânico com a possibilidade de faltar energia.

A irresponsabilidade é tanta, que pouco importa o país. O principal é a desconstrução de quem esta no poder. E ai vale tudo. Já vimos esta estória em anos recentes.

Por sua vez o “deus mercado” começa a responder ao jogo político. As bolsas de valores começam a impor o sobe e desce dos papeis das companhias elétricas. Onde vai parar esta histeria provocada?

É hora da sociedade civil se apropriar deste setor até então “monocraticamente” dominado por alguns “especialistas” iluminados, e apadrinhados políticos ungidos a cargos decisórios; e fazer valer sua força quando organizada. Já que tanto o governo, como setores da oposição não têm mais credibilidade junto à sociedade, vale o que disse o poeta “Quem sabe faz a hora. Não espera acontecer”.

*Professor da Universidade Federal de Pernambuco

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... descartado
Folha: Dilma trata de risco de apagão que está descartado

Luis Nassif

É complicado esse malabarismo para não admitir a "barriga" jornalística.


A Folha noticiou a reunião de emergência, supostamente convocada pela Dilma Rousseff para tratar do risco do racionamento. Era uma reunião normal da Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que ocorre todo mês. Autoridades, empresários do setor (como o presidente da CPFL) descartaram o risco de racionamento.

Mas como não se podia admitir a "barriga", comete-se esse primor de malabarismo. O título afirma que Dilma tratou de risco de apagão. A matéria inteira diz que não existe o risco de apagão. Se não existe o risco, a discussão foi sobre um não-fato?

"No mesmo dia em que voltou das férias, a presidente Dilma Rousseff discutiu com representantes do Ministério de Minas e Energia o risco de racionamento de energia no país --que, por ora, é prontamente descartado por integrantes do governo. (...) "O sistema hoje está equilibrado, não existe perspectiva nenhuma de racionamento nesse horizonte que se trabalha, então não tem sentido [falar em racionamento]", disse o secretário do MME, que se reuniu com a presidente no Palácio do Alvorada. "Temos geração suficiente para atender ao mercado."

Da Folha

Dilma trata de risco de apagão com Ministério de Minas e Energia


FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA


No mesmo dia em que voltou das férias, a presidente Dilma Rousseff discutiu com representantes do Ministério de Minas e Energia o risco de racionamento de energia no país --que, por ora, é prontamente descartado por integrantes do governo.

Depois de apresentar à presidente um relatório sobre a situação do sistema elétrico, o secretário-executivo do ministério, Márcio Zimmerman, disse na noite desta terça-feira (8) que não faz sentido falar em risco de racionamento e que o sistema está preparado para atender à demanda.

"O sistema hoje está equilibrado, não existe perspectiva nenhuma de racionamento nesse horizonte que se trabalha, então não tem sentido [falar em racionamento]", disse o secretário do MME, que se reuniu com a presidente no Palácio do Alvorada. "Temos geração suficiente para atender ao mercado."

Dilma estava em férias na Bahia e voltou à Brasília nesta terça, um dia antes da reunião com membros do setor elétrico.

Amanhã, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) se reúne e, a pedido da presidente, vai tratar do baixo nível dos reservatórios. O encontro será presidido pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que hoje conversou com Dilma e mandou Zimmermann ao Alvorada para tratar diretamente com a presidente.

Como a Folha revelou ontem, a situação requer atenção na avaliação do governo porque os níveis dos reservatórios estão até 62% abaixo dos registrados no ano passado e a situação tem piorado por causa do intenso calor, sobretudo no Sudeste.

Além da falta de chuvas, o consumo de energia com ventiladores e ar-condicionado tem disparado devido às altas temperaturas, que chegam a 40 graus em cidades como o Rio.

Dados da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica indicam que os reservatórios das hidrelétricas do Centro-Oeste e do Sudeste estão no mais baixo nível para o mês de janeiro desde 2001, ano em que o Brasil foi obrigado a racionar energia por conta dos riscos de apagão.

A capacidade armazenada nos lagos das usinas, atualmente, é de 28,9%.

"Hoje no Brasil temos equilíbrio estrutural. Não tem sentido [previsões de apagão], não existe, não tem essa hipótese", minimizou Zimmermann, dizendo que não tratou do assunto com Dilma.

Além de conversar com Lobão e se reunir com Zimmermann, Dilma também recebeu no Alvorada o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... cionamento
As grandes jogadas em cima do boato de racionamento
Enviado por luisnassif, qui, 10/01/2013 - 07:58

Do Valor

Ações de elétricas se recuperam e Bovespa fecha em alta

Por Aline Cury Zampieri


SÃO PAULO - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um dia de recuperação nesta quarta-feira, após três pregões de perdas. O setor de energia elétrica continuou sendo foco dos investidores e as ações foram destaque, mas dessa vez de valorização. O Ibovespa, principal índice da bolsa, fechou em alta de 0,73%, para 61.578 pontos. O volume financeiro foi de R$ 7 bilhões.

Cesp PNB liderou as maiores altas do Ibovespa e subiu 6,71%, para R$ 18,90. No setor, foi seguida por Cemig PN (5,57%, para R$ 21,76), Light ON (4,55%, para R$ 20,88), Eletrobras PNB (4,33%, para R$ 10,11), Copel PNB (2,82%, para R$ 29,80) e Eletrobras ON (2,81%, para R$ 6,58).

As atenções estiveram voltadas para a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. No meio da tarde, os negócios chegaram a arrefecer e o índice diminuiu os ganhos, com operadores travados à espera de comentários sobre o encontro.

Na entrevista coletiva após a reunião, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, descartou risco de racionamento e disse que a redução de 20% na conta de luz está garantida a partir de fevereiro. As transações mostraram o alívio dos investidores e o Ibovespa melhorou os ganhos.

O J.P. Morgan afirmou, em relatório, que o risco de racionamento no país é de 10%, mesmo com o nível reduzido de chuvas. “A energia deve ficar mais cara, mas a oferta não está tão apertada e o Brasil está mais bem preparado para evitar a chance de um apagão do que em 2001”, afirmam os analistas Gabriel Sales e Pedro Manfredini.

Segundo o banco, Cesp e Copel, que têm volume de energia excedente e que pode ser vendido no mercado por preços mais altos, podem se beneficiar e elevar receitas.

As ações ON da BRF-Brasil Foods subiram 3,21%, para R$ 45,25. Os papéis reagiram à notícia divulgada pelo Valor de que Abilio Diniz, sócio fundador e presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, está articulando com investidores para assumir a presidência do conselho da empresa.

Na ponta negativa, Cielo caiu 3,35%, para R$ 56,15. A equipe de análise do Credit Suisse reduziu as projeções de lucro líquido da companhia para 2012 e para este ano. “Os lucros mais fracos no curto prazo e um potencial nível mais baixo de divulgação de resultados podem eliminar um pouco o desempenho positivo das ações visto nas últimas semanas”, avaliam os analistas Victor Schabbel, Marcelo Telles e Daniel Sasson, em relatório.

Para Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos, no primeiro trimestre o Ibovespa deve ficar travado, oscilando ao sabor das divulgações de números macroeconômicos, mas com tendência de se manter acima dos 61 mil pontos. Ele lembra que vários indicadores da economia sobre 2012 vão sair até março e a bolsa seguirá presa a essas divulgações de números ruins da indústria e do Produto Interno Bruto (PIB).

O especialista continua acreditando que o Ibovespa, a exemplo de 2012, não será a melhor opção para quem quer investir em ações. “Acredito no conceito de escolher ações livres, ou seja, que não estejam atreladas a nenhum índice. Minha preferência é por papéis que pagam bons dividendos.”

Nesse caso, ele reconhece que a situação ficou mais difícil, depois do baque sentido pelas comapnhias elétricas. Mas diz que ainda segue o conceito de fluxo de caixa, e vê muitas empresas do setor, como a Cemig, entregando bons resultados.

Entre as ações mais negociadas, Vale PNA subiu 0,49%, para R$ 40,30; Petrobras PN avançou 0,92%, para R$ 19,68; OGX ON caiu 0,20%, para R$ 4,82; Itaú PN teve valorização de 1,60%, para R$ 35,40; e Bradesco PN subiu 1,28%, para R$ 37,90.

(Aline Cury Zampieri | Valor)

Risco de racionamento de energia no Brasil é baixo, avalia J.P. Morgan

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... to-e-baixo


Após reunião com Dilma, empresários descartam racionamento
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -com-dilma

http://www.brasil247.com/pt/247/economi ... 3%A7ou.htm
O apagão já começou?

O Brasil vive uma situação inusitada. Embora não haja qualquer confirmação sobre um racionamento de energia, a crítica foi antecipada e a presidente Dilma Rousseff entrou no corredor polonês antes mesmo do fim do jogo. Segundo Merval Pereira, desde que ela deixou de ser ministra de Minas e Energia para se tornar presidente da República, o quadro do setor elétrico só fez "agravar-se" e nada de bom foi feito desde 2001. Miriam Leitão sugere que o governo reconheça seus erros e corra atrás do prejuízo

10 de Janeiro de 2013 às 05:14


247 - A leitura dos grandes jornais continua transmitindo uma falsa impressão: a de que o Brasil já enfrenta um apagão generalizado no setor elétrico. Embora as autoridades do setor contestem o risco de racionamento e garantam a redução de 20% nas contas de luz, novos especialistas em energia, como Merval Pereira, até recentemente um notório constitucionalista, anteciparam a crítica. E descem o sarrafo na presidente Dilma como se o País já estivesse às escuras.

Na sua coluna desta quarta-feira, chamada "Tateando no escuro", Merval fala de um país que vive hoje na escuridão. "Pois Dilma deixou de ser ministra para assumir a presidência da República, e a situação só fez agravar-se desde que, em 2008, começaram a acontecer os primeiros apagões de energia no país, e ela, primeiro como porta-voz do governo Lula no setor, e agora como responsável máxima pelas ações do governo, só fez garantir que não existe perigo de racionamento", diz ele. "O fato é que, dez anos à frente do setor elétrico de maneira direta, como Ministra de Minas e Energia, ou indireta, como chefe da Casa Civil, nada foi feito por Dilma para melhorar o sistema energético brasileiro, que volta a ter os mesmos problemas que teve em 2001".

Merval é definitivo, peremptório. Nada, N-A-D-A, foi feito nos últimos dez anos. Portanto, não se abriu uma nova fronteira hídrica na Região Norte, com as usinas do Madeira, não se retomou o projeto de Angra 3, que dormia há mais de uma década, não se fez a licitação de Belo Monte e nem de dezenas de projetos de térmicas, eólicas e PCHs. Nesse quadro de inação total dos últimos dez anos, em que o Brasil cresceu bem mais do que nos oito anteriores, é espantoso que tenha havido energia. Mas isso é outra história.

Também no Globo, Miriam Leitão antecipa a crítica ao apagão que supostamente se aproxima, mas o faz de forma mais honesta. Segundo ela, o governo deve "deixar de lado a atitude de negação e encarar de frente os riscos que existem na área do suprimento de energia". De fato, uma dose a mais de humildade não faria mal a ninguém. Mas não custa lembrar que Miriam Leitão, que, além de especialista em economia é também ambientalista, se opôs à construção das usinas na Amazônia e a toda forma do que chama de energia suja – como as térmicas, por exemplo.

Diferentemente de Merval, ela não chega a ponto de dizer que nada se fez. Mas cobra um reconhecimento dos erros. Merval quer mais. Ele diz que o que impede que o Brasil esteja hoje no escuro são as medidas emergenciais tomadas por FHC em 2001. Depois disso, N-A-D-A se fez.

Há uma certa escuridão no País. Mas talvez o apagão tenha começado na grande imprensa e nos seus principais porta-vozes. O que há, de maneira mal disfarçada, é uma torcida pelo quanto pior, melhor, como na ocasião em que Ricardo Noblat, também do Globo, espalhou pelo Twitter a notícia de um falso apagão (leia mais aqui).

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... da-noticia
O mercado de capitais e o jogo da notícia
Luis Nassif

Atualizado às 12:45

A Folha corrigiu o erro da sua manchete, conforme se confere no post "Folha admite o erro sobre o suposto apagão energético"

Coluna Econômica


O mercado de capitais é aquele em que se aplicam as regras mais severas visando resguardar a isonomia das informações. Em países modernos, pune-se o uso de informações privilegiadas, a disseminação de informações falsas e todos os fatos que possam provocar manipulação de cotações.

No Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é incumbida da fiscalização do mercado e das informações. É eficaz quanto à identificação e punição de vazamentos de informações privilegiadas e de manipulações do mercado em geral. Mas absolutamente omissa em episódios que envolvam a mídia.

***

Dias atrás, a Folha divulgou que o governo havia feito uma convocação extraordinária do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), devido ao risco iminente de racionamento de energia.

Era notícia falsa. Mas foi repercutida durante todo o dia, apesar dos desmentidos que constavam do site do Ministério das Minas e Energia e das informações prestadas pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

***

No mercado de energia, em que atuam apenas profissionais, não houve mudanças nas cotações. Na bolsa de valores, onde há maior heterogeneidade dos investidores, as cotações das elétricas oscilaram bastante. Ainda mais depois das perdas sofridas pela Eletrobrás com as decisões do governo em relação à renovação das concessões.

As ações caíram e ontem, dois dias depois da escandalização, voltaram a subir.

Papéis da CESP subiram 3,49%, da Eletropaulo PN 2,53%, da Eletrobras PNB 2,27%.

Nesses movimentos, muita gente ganhou muito dinheiro, à custa dos que perderam.

***

Ontem foi a vez do portal da Veja divulgar uma notícia sem pé nem cabeça: a da suposta fusão entre o Bradesco e o Santander, que já teria sido comunicada aos funcionários.

A diferença do primeiro episódio é que, no caso da Veja, reconheceu-se o erro e providenciou-se a devida correção vinte minutos depois. O que não impediu oscilações de monta no mercado.

***

É mais um capítulo complicado na perda de referencial pela mídia.

Permitiu-se que a politização passasse a interferir em todo o noticiário. Não existem mais filtros adequados. Em outros tempos, “barrigas”, informações falsas, eram punidas, ou pelo próprio jornal ou pelos concorrentes. Hoje em dia, desde que se atinja o objetivo político proposto, tudo é tolerado.

Em países mais modernos, existem modelos de auto-regulação. E as instituições reguladoras de mercado mantem uma fiscalização severa sobre abusos de informações que possam acarretar distorções de preços de ativos.

***

Trata-se de um movimento terrível não apenas para o país como para a própria mídia. Na economia, a informação é essencial para alocação de recursos, decisões de investimento, planejamento estratégico.

Cabe ao jornalista o papel de intermediar os fatos, transformando-os em notícias. Por sua condição, o público supõe que tenha acesso a fontes inacessíveis para os mortais comuns, que trate as informações com discernimento, especialmente quando mexem com a poupança do público.

***

No entanto, por aqui varre-se tudo para baixo do tapete. O álibi político deu autorização para o jornalista matar, não apenas reputações mas os fatos. E tudo impunemente e às claras.


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... energetico
Folha admite o erro sobre o suposto apagão energético
Enviado por luisnassif, sex, 11/01/2013 - 12:55

Sobre um post do Eduardo Guimarães

Folha de São Paulo

10 de janeiro de 2013

Eliane Cantanhêde.

Aos 45 do segundo tempo


BRASÍLIA – Como previsto, o governo tentou desmentir a manchete de segunda da Folha sobre a reunião de emergência do setor elétrico marcada para ontem para discutir o nível preocupante dos reservatórios, ou o que o setor privado vem chamando, talvez com exagero, de “risco de racionamento”.

Desmentir notícias desconfortáveis, aliás, é comum a todos os governos: “O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”.

Por isso, guardei uma carta, literalmente, na manga: o e-mail enviado por um dos órgãos participantes às 17h56 da última sexta-feira: “A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informa aos agentes que a 53ª Assembleia Geral Extraordinária foi transferida para o dia 14 de janeiro [...]. O adiamento deve-se à coincidência da data anterior [9/1] com a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), convocada pelo Ministério de Minas e Energia”.

Não se desmarcam assembleias gerais do dia para a noite, porque elas custam um dinheirão, envolvem dezenas de pessoas na organização, centenas de convidados e deslocamentos. A CCEE só fez isso porque foi convocada de última hora, cinco dias antes, para a reunião de Brasília.

O governo, porém, insiste que é coincidência que a reunião ocorra no meio do turbilhão -e da assimetria das chuvas. O ministro Lobão até me disse que estava marcada havia “um ano”. Para comprovar, me remeteu para o cronograma de reuniões no site do ministério.

Sim, estava lá, mas o cronograma foi postado no site precisamente às 15h14min30s de segunda, dia 7, horas depois de a manchete da Folha sacudir o governo, o setor, talvez o leitor/consumidor.

Há muito o que discutir: as falhas do sistema, a falta de planejamento, a birra de são Pedro, os custos das térmicas e, enfim, como ser transparente com indústrias, concessionárias e usuários. Aliás, uma obrigação de qualquer governo.
—–

Nem seria necessário mais nada para entender que a tese salvacionista de Cantanhêde não se sustentava, pois bastaria ver o cronograma de reuniões do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico para saber se, como a colunista insinuou, tal cronograma fora composto às pressas para desmentir a tese da “reunião de emergência”.

O Ministério das Minas e Energia, porém, antecipou-se ao que este blog iria publicar e enviou carta ao jornal provando que nunca houve reunião de emergência alguma, conforme a “barriga” que o veículo cometeu sob influência de sua colunista. Sem remédio, a Folha publicou a carta em sua edição desta sexta-feira. Veja, abaixo, a manifestação do Ministério.

—–
Folha de São Paulo

11 de janeiro de 2013

Painel do Leitor

Energia


No dia 7/1, a Folha publicou a seguinte manchete de capa: “Escassez de luz faz Dilma convocar o setor elétrico”, com o subtítulo “Reunião de emergência discutirá propostas para evitar riscos de racionamento”. O texto remetia para reportagem em “Mercado” sob o título “Racionamento de luz acende sinal amarelo”.

Tratava-se de uma desinformação. Na mesma data da publicação, preocupado com a repercussão da reportagem, principalmente nas Bolsas, o ministro Edison Lobão, em telefonema à autora da reportagem, a jornalista Eliane Cantanhêde, esclareceu que a reunião em referência não fora convocada pela presidenta da República, nem tinha caráter de emergência. Tratava-se, conforme relatou, de reunião ordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), marcada desde o ano passado.

Além desses esclarecimentos não terem sido prestados na reportagem sobre o assunto publicada em 8/1 (“Lobão confirma reunião, mas descarta riscos”, “Mercado”), a jornalista, na coluna “Aos 45 do segundo tempo” (“Opinião”, ontem), põe em dúvida a veracidade das informações do Ministério de Minas e Energia. Para que não reste dúvida sobre o assunto, consta na ata da 122ª Reunião do CMSE, realizada em 13/12/2012, precisamente no item 12, a decisão de realizar no dia 9/1/2013 a referida reunião ordinária.

Antonio Carlos Lima, da Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Minas e Energia (Brasília, DF)

—–(...) O Ministério das Minas e Energia também entendeu que a matéria tinha, se não objetivo, ao menos potencial para tumultuar a economia, do que decorreu queda do valor das ações das empresas geradoras de energia, as quais, desfeita a farsa, recuperaram-se na última quinta-feira.
O mais engraçado mesmo, porém, foi a tréplica de Eliane Cantanhêde. Leia abaixo.

—–
Folha de São Paulo

11 de janeiro de 2013

Painel do Leitor


RESPOSTA DA JORNALISTA ELIANE CANTANHÊDE – De fato, a reunião foi marcada em dezembro, mas, diante dos níveis preocupantes dos reservatórios, ganhou caráter emergencial – evidenciado pela intensa movimentação do governo. A Folha contemplou no dia 8/1 a versão do ministro de que não havia risco de racionamento.
—–

É piada, não é mesmo? A matéria de Cantanhêde na Folha do dia 7 não disse que a reunião “ganhou caráter emergencial” devido aos “níveis preocupantes dos reservatórios”; disse que era de emergência, convocada às pressas. Não foi por outra razão que a própria Folha retificou a matéria mentirosa e alarmista logo abaixo da resposta de sua colunista, na seção “Erramos”.

Veja, abaixo, a retratação da Folha – obviamente que sem o destaque que o jornal deu à “barriga” que cometeu por obra e graça de uma “jornalista” cujo trabalho, há muito, pauta-se por motivações político-partidárias, para dizer o mínimo.

—–
Folha de São Paulo

11 de janeiro de 2013

Seção “Erramos”


MERCADO (7.JAN, PÁG. B1) A reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico havia sido marcada em 13 de dezembro de 2012, e não neste ano, conforme informou a reportagem “Racionamento de luz acende sinal amarelo”, de Eliane Cantanhêde
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