Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2009
Tenho a grande vantagem em já ter passado da meia idade.
Portanto, para mim, nem privé e nem motel.
Sou da geração dos apartamentos por horas, das garçonnières e dos hotéis.
Os primeiros já quase não mais existem.
Sei de apenas um, que eventualmente alugo por umas 03 (três) horas, na Avenida Beira Mar.
As garçonnières, estas são raríssimas.
Desfiz-me da minha há 12 (doze) anos, sem a menor saudade, pois o custo com a manutenção não mais compensava em comparação aos preços dos hotéis (empregada, condomínio, lavanderia, material de limpeza, roupa & banho etc, etc, etc ...).
Ainda sei da existência de uma, no prédio em que tem sede o meu poleiro, de propriedade de 02 (dois) irmãos médicos, aproximadamente com mais de 65 anos de idade cada um, baixinhos, bem baixinhos (1,40 no máximo), aonde abatem, semanalmente, éguas com mais de 1,75 m de altura (do chão até a cernelha), com longas botas e esporas.
Rio (verbo rir) sozinho quando me lembro do “Faz Tudo” do prédio, um idoso moreno evangélico boa praça, que, após realizar alguns reparos hidráulicos na garçonnière dos irmãos médicos (pôneis garanhões), achava que se tratava de um consultório médico ginecológico por causa da decoração, cama redonda e espelho no teto.
Nunca expliquei ao “Faz Tudo” que aquilo não era um consultório médico e sim um local de encontro para fins libidinosos ..... (ele, até hoje, acha que é um consultório médico ginecológico – acredito eu).
Hoje, já bastante alquebrado, quando a pressão está mais camarada, a visão não está turva e as juntas não estão doendo, tenho preferência pelos hotéis (não motéis).
Por certo já fui à privès, mas deles não aprecio.
Hotéis = horário livre (diária = 24 horas), lençóis limpos, colchões king size, travesseiros quantos eu solicitar, diversas toalhas limpas e ensacadas, sabonetes, vaso higienizado, ar condicionado perfeito, serviço de quarto durante todo o dia e durante toda a noite, bebidas não batizadas e, portanto, confiáveis, estacionamento, pagamento com cartão de crédito e recibo carimbado para fins de dedução perante o imposto de renda (o Leão – e os demais contribuintes - sempre rachou comigo estas despesas).
Já perdi muitas Kengas, não frees, que só aceitam atendimento em seus privès.
Tento convencer e argumentar ..... mas ...
Raramente as convenço (minha lista de "não" é enorme).
Fazer o quê ?
Mas como, atualmente, só entro em campo após os 45 minutos do segundo tempo e só jogo os 02 minutos dos acréscimos .... vou marcando e deixando registrado o meu nome na súmula (não participo dos 90 minutos .... mas estou no jogo quando soa o apito final).
Um abraço