DESMISTIFICANDO FHC

Espaço destinado a conversar sobre tudo.

Regras do fórum
Responder

Resumo dos Test Drives

FILTRAR: Neutros: 0 Positivos: 0 Negativos: 0 Pisada na Bola: 0 Lista por Data Lista por Faixa de Preço
Faixa de Preço:R$ 0
Anal:Sim 0Não 0
Oral Sem:Sim 0Não 0
Beija:Sim 0Não 0
OBS: Informação baseada nos relatos dos usuários do fórum. Não há garantia nenhuma que as informações sejam corretas ou verdadeiras.
Mensagem
Autor
Sempre Alerta
Forista
Forista
Mensagens: 1538
Registrado em: 21 Jul 2005, 14:11
---
Quantidade de TD's: 220
Ver TD's

#16 Mensagem por Sempre Alerta » 11 Fev 2010, 17:24

Porteira aberta

Dona de fazenda vizinha à de FHC, a Camargo Corrêa construiu em 1995 aeroporto que é usado sobretudo pela família do presidente


MINO PEDROSA - Buritis (MG)

O presidente Fernando Henrique Cardoso tem um vizinho no município mineiro de Buritis que todo fazendeiro gostaria de ter. Em vez de avançar a cerca sobre a propriedade alheia, como de hábito no meio rural, a construtora Camargo Corrêa mantém sempre aberta a porteira que separa sua fazenda da gleba presidencial. Quem também mora por ali está acostumado a ver um intenso movimento entre as duas propriedades: pessoas saindo da fazenda Córrego da Ponte, de FHC, entrando na Pontezinha, da Camargo Corrêa, e voltando à Córrego da Ponte. A atração na Pontezinha é uma ampla pista de pouso que costuma receber mais aviões tripulados pela corte do presidente do que jatinhos de uma das maiores empresas do País. "Nunca vi avião nenhum da Camargo Corrêa pousando ali. Mas da família de Fernando Henrique não pára de descer gente", conta o fazendeiro Celito Kock, vizinho de ambos e atento observador do trânsito aéreo na região. A pista particular tem 1.300 metros de comprimento e 20 metros de largura, asfaltados numa grande área descampada. Um estacionamento com capacidade para 20 pequenas aeronaves completa o aeródromo.
A pista, avaliada em R$ 600 mil, começou a ser construída no dia 1º de julho de 1995 e foi concluída em 30 de setembro daquele ano. Apesar de ter os equipamentos necessários para a obra, a Camargo Corrêa encomendou o serviço à Tercon – Terraplanagem e Construções, numa autêntica troca de gentilezas. Meses antes, a Tercon havia conseguido um bom negócio ao ser contratada pela Camargo Corrêa para fazer a ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília – empreitada que só terminou anos depois. Com isso, não se furtaria a retribuir o favor. O registro oficial da pista no Departamento de Aviação Civil (DAC) foi feito no dia 23 de outubro de 1995, com a publicação da portaria 175/EM3. Está autorizada a receber aviões do tipo Bandeirantes e Lear-Jets. O engenheiro responsável pela obra, Marcelo Ávidos, elogia a qualidade da pista, discorda das restrições de pouso impostas pela Infraero e garante que o aeródromo está preparado para grandes aeronaves. "Até um Boeing 737 pode aterrissar ali", atesta Ávidos. A fazenda Pontezinha é de propriedade da Agropecuária Jauense, uma subsidiária da Camargo Corrêa, que produz ali milho, feijão e soja. Procurado por ISTOÉ, o diretor administrativo da Jauense, Dorivaldo Ferreira, não foi localizado na semana passada, apesar de haver sido destacado pela empresa para tratar do assunto.
Na região próxima à fazenda do presidente, em Buritis, não há vizinho satisfeito com a presença de FHC por ali. A briga com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, vem fazendo com que a Secretaria de Transportes do Estado trate com indiferença as esburacadas rodovias que ligam o município aos principais centros de Minas e Goiás. "Essa rixa só nos prejudica. E, além disso, o presidente não ajuda o município para não ser criticado", reclama o secretário de Administração de Buritis, Antônio Eustáquio Caetano.
Situação oposta vive o presidente argentino, Carlos Menem. Ninguém na cidadezinha de Anillaco, localizada na província La Rioja, reclama da infra-estrutura montada pelo colega portenho de FHC em sua casa de campo. A mansão, que custou meio milhão de dólares, também conta com um aeroporto particular cujas dimensões permitem o pouso do Tango 1, o Boeing 757 presidencial. Há dois anos, porém, fortes turbulências passaram a atingir Menem depois que ele afirmou que a pista de pouso era um presente de empresários. Acabou respondendo a um processo judicial sobre a origem dos recursos usados na construção.
Dois habitués na pista da Pontezinha são Luciana Cardoso, filha do presidente, e seu marido, Getúlio Vaz, que vão à fazenda de Fernando Henrique sempre que podem. A assessoria de imprensa da Presidência da República informou que FHC usou apenas uma vez a pista da Camargo Corrêa, num dia em que estava difícil voar de helicóptero. Mas confirmou a utilização da pista pelos familiares do presidente. O próprio Fernando Henrique tem ido cada vez menos à propriedade. Quando ainda era senador, ia com muita frequência de Brasília a Buritis, enfrentando de carro 180 quilômetros de estrada esburacada. Tempos em que a fazenda vivia cheia de amigos. As visitas só diminuíram depois que Ruth Cardoso visitou pela primeira vez o local. Ao entrar na casa-grande, a primeira-dama se surpreendeu com um par de botas femininas, para montaria, e um chicote guardados de forma descuidada num dos quartos. A inevitável crise de ciúmes encerrou a temporada de festas.

http://www.istoe.com.br/reportagens/331 ... ternalPage

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

brucutu69
Forista
Forista
Mensagens: 839
Registrado em: 06 Ago 2004, 02:41
---
Quantidade de TD's: 384
Ver TD's

#17 Mensagem por brucutu69 » 11 Fev 2010, 22:08

De novo essa coisa de copiar e colar e falar que é argumentação

rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

Depois de tanta mentira nos programas do PT na TV neguinho pega dos sites do Paulo H. Tamborim, Dirceu como resposta.

Como se marketing fosse informação. O cara cola marketing e fala que é argumento rsrs
Marketing é propaganda. Propaganda sempre é parcial.

Em tempo: Fui votante assiduo por decadas dos politicos desse partido.
É igual aos outros. Mente quando diz que veio para mudar.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#18 Mensagem por Carnage » 13 Fev 2010, 02:09

xaveco escreveu:Você sabe o que é o AUXÍLIO RECLUSÃO?

Todo presidiário com filhos, OU ENTEADOS MENORES DE 21 ANOS tem direito a uma bolsa que, a partir de 1º/1/2010 é de R$798,30 por filho para sustentar a família, já que o coitadinho não pode trabalhar para sustentar os filhos por estar preso. Mais que um salário mínimo que muita gente por aí rala pra conseguir e manter uma família inteira.

Ou seja, (falando agora no popular para ser MELHOR entendido)
Bandido com 5 filhos, além de comandar o crime de dentro das prisões, comer e beber nas costas de quem trabalha e/ou paga impostos (NAS NOSSAS), ainda tem direito a receber auxílio reclusão de R$3.991,50 da Previdência Social.
Qual é o pai de família com 5 filhos recebe um salário suado igual ou mesmo um aposentado que trabalhou e contribuiu a vida inteira e ainda tem que se submeter ao fator previdenciário?
Mesmo que seja um auxílio temporário, prisão não é colônia de férias,!)
Putamerda! De novo isso? Quantas vezes tem que desmentir um negócio???

http://www.quatrocantos.com/LENDAS/411_ ... rginal.htm
Desinformação, contra-informação e guerra psicológica.
Auxílio-reclusão ou bolsa-marginal: mais uma conquista do PT?



A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelece em seu Artigo 201:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:



...
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998 que "Modifica o sistema de previdência social, estabelece normas de transição e dá outras providências.")

A Emenda Constitucional nº 20 de 15 de dezembro de 1998 é assinada por Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, e por Antonio Carlos Magalhães, então Presidente do Senado Federal.



A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que "Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências", estabelece:

Art. 18 O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:

...

II - quanto ao dependente:

...

b) auxílio-reclusão;

...

Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço.

Parágrafo único. O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de presidiário.

A Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991 é assinada por Fernado Collor e Antonio Magri.



O Decreto nº 3.048 - de 06 de maio 1999 - DOU de 7/05/1999 - Republicado em 12/05/1999 que "Aprova o Regulamento da Previdência Social e dá outras providências" estabelece em seu Artigo 5º:

Art. 5º A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá a:

...

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e

O Decreto nº 3.048 - de 06 de maio 1999 é assinado por Fernando Henrique Cardoso e por Waldeck Ornélas.



A Lei nº 5.890 de 8 de junho de 1973, que "Altera a Legislação de Previdência Social e dá outras providências", publicada no DOU de 11/6/73 estabelecia:

Art. 22. As prestações asseguradas pela previdência social consistem em benefícios e serviços, a saber:

...

II - quanto aos dependentes:

...

b) auxílio-reclusão:

A Lei nº 5.890 de 8 de junho de 1973 é assinada por Emílio G. Médici e por Júlio Barata.



Lei nº 3.807 de 26 de agosto de 1960 - DOU de 5/9/60 - LOPS - Lei Orgânica de Previdência Social estabelecia:
...

Art 43. Aos beneficiários do segurado, detento ou recluso, que não perceba qualquer espécie de remuneração da emprêsa, e que houver realizado no mínimo 12 (doze) contribuições mensais, a previdência social prestará auxílio-reclusão na forma dos arts. 37, 38, 39 e 40, desta lei.

§ 1º O processo de auxílio-reclusão será instruído com certidão do despacho da prisão preventiva ou sentença condenatória.

§ 2º O pagamento da pensão será mantido enquanto durar a reclusão ou detenção do segurado o que será comprovado por meio de atestados trimestrais firmados por autoridade competente.

A Lei nº 3.807 de 26 de agosto de 1960 é assinada por Juscelino Kubitschek.

O auxílio-reclusão existe. Fica a dúvida se ele é exclusividade brasileira ou se também existe em outros países. Se alguém tiver informação a respeito, favor nos informar.

As mensagens mencionando Mais uma conquista do PT têm origem indeterminada, ninguém, nenhuma entidade assume a sua autoria. O tom é alarmista e o texto contém frases digitadas com letras maiúsculas.

Conclusão: a bolsa-Marginal é mais uma conquista do PT?

Tire as suas próprias conclusões.


Os leitores comentam.
Sent: Friday, December 25, 2009 11:01 AM
Subject: ABSURDO-Auxílo reclusão

O “auxilio reclusão” é uma conquista social do mesmo tipo do “Seguro desemprego - FAT” e da “Saúde universal – SUS”. É por essa razão que recursos públicos são utilizados subsidiar esses planos.

O texto repassado sobre o tema é construído sobre informações falsas que estão corrigidas a seguir:

* Somente tem direito ao auxilio o preso que já era contribuinte e, portanto segurado da previdência;
* O auxilio só beneficia presos de baixa renda;
* O auxilio cujo teto (!) mensal atual é de R$ 752,12 não aumenta de acordo com o número de dependentes – como está claríssimo no link da Previdência mencionado no próprio repasse;
* Se o preso foge, a família perde o direito ao “auxilio-reclusão”.


O teor bombástico e raivoso do repasse (do qual transcrevo trechos abaixo) deixa de levar em conta que privar a família de um preso de baixa renda (a grande maioria da população carcerária é de “pés-de-chinelo”) é punir também os dependentes de alguém que já está punido com a privação de liberdade.

Claudio
Sent: Friday, November 13, 2009 10:41 AM
Subject: AUXÍLIO RECLUSÃO!?!?!?! SEGURO PRA BANDIDOS?! ?!


Olá,

...

Descobri que é meia verdade. Existe sim o auxílio reclusão, e é dado aos dependentes do trabalhador que foi preso ( o cara precisa ser contribuinte, e tem um limite para concessão, baseado em um teto de salário contribuição). Não é valor fixo para cada dependente. É para os dependentes, um auxilio reclusão para todos os dependentes. Funciona como a pensão por morte que a viúva/dependentes menores recebem quando o segurado falece.

Vou colocar anexados os textos que copiei do site da previdência referentes ao assunto.

Espero ter ajudado,

Um abraço

Lydia

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Sempre Alerta
Forista
Forista
Mensagens: 1538
Registrado em: 21 Jul 2005, 14:11
---
Quantidade de TD's: 220
Ver TD's

#19 Mensagem por Sempre Alerta » 13 Fev 2010, 08:11

Pois é, meu caro Carnage.

É preciso insistir muito, sempre batendo na mesma tecla, para que a versão prevaleça sobre o fato.

É o caso da Fazenda do Lulinha, auxílio reclusão, etc., etc...

Como já pregava o chefe da propaganda nazista, Joseph Paul Goebbels: "uma mentira repetida mil vezes, torna-se verdade"

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#20 Mensagem por Carnage » 28 Mar 2010, 18:52

Memória da conquista da reeleição de FHC, lembrando de quem ele dependeu pra se reeleger:
http://www.youtube.com/watch?v=a_-wM22r-Po

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#21 Mensagem por Carnage » 11 Abr 2010, 17:08

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=29410
O Farol pensa que você não tem memória, amigo navegante. E joga o Daniel Dantas para debaixo do tapete

4/abril/2010 12:39


Saiu no Estadão, em múltiplos volumes, uma entrevista do tipo púlpito com o Farol de Alexandria, aquele que iluminava o passado e foi destruído num terremoto.

É no caderno Aliás, sob o título inócuo de “Reflexões de um presidente acidental”.

Ainda bem que ele confessa, aí, que foi acidental, porque sem o Plano Real do Presidente Itamar Franco ele não se elegia prefeito de Higienópolis.

Há um momento na entrevista que provoca superior irritação:

“Mas como é difícil desembarcar no Brasil. Difícil chegar à porta do avião. Se vier do exterior, passar pela aduana é uma coisa dificílima. Não se faz fila direito.”

Que horror, amigo navegante !

Ter que voltar ao Brasil !

Assim, realmente, não dá !

Esses tucanos de São Paulo não conseguem viver sem o passaporte vermelho, sem ter que entrar em fila.

Saiu da Primeira Classe, eles sofrem !

Mas, o que realmente impressiona é a desfaçatez do Farol.

“ … as forças reais de decisão no Brasil estão se constituindo num golpe de poder que une setores do Estado com setores empresariais e os fundos (de pensão). Isso é algo que é preciso discutir.”

“ … transformar o monopólio público em monopólio privado não é progresso, porque precisa haver competição” …

Amigo navegante, ele deve achar que você é um parvo, que só viaja na Econômica.

Quem foi que entregou os fundos de pensão das estatais ao Daniel Dantas ?

Foi o Fujimori ?

Quem foi que rateou o Brasil sesmarias privadas de privadas de telefonia ?

Foi o Menem ?

Amigo navegante, cuidado, ele quer fazer você de bobo.

Paulo Henrique Amorim

http://www.viomundo.com.br/politica/rod ... canos.html
Artigo no “Estadão” expõe luta interna entre os tucanos

publicada domingo, 04/04/2010 às 22:34

por Rodrigo Vianna, em Escrevinhador


Já escrevi aqui que, na imprensa paulista, há uma divisão clara de tarefas: o “Estadão” fala por FHC, a “Folha” é a voz de Serra.

Dizem que a “Folha” faz até pesquisas para Serra… Mas não acredito. Deve ser maldade. Já bastam as manchetes e as fichas falsas em primeira página. Não seria preciso manipular pesquisa…

Quanto ao “Estadão”, os editores já nem disfarçam mais…

Nesse domingo, FHC estava por toda parte: na página 2, era dele um dos artigos, a pregar a união dos tucanos contra o “autoritarismo burocrático”; no caderno “Aliás”, era ele o entrevistado por uma tróica de intelectuais convidados; mas o mais engraçado estava na página A-7, na coluna de Dora Kramer!

Dora Kramer falou como porta-voz de FHC. Mandou recado. Durona, implacável, começou pelo título: “Gente Insolente”…

Calma! Dessa vez, ela não se referia aos “petistas”. Dora Kramer falava para o público interno, para o tucanato.

Em suma, a colunista disse que o PSDB só chegou ao poder graças à genialidade de FHC. E que agora trata o ex-presidente como um “cunhado que vive dando vexame”. Juro que a expressão é dela. Está no artigo que merece ser lido, como peça de humor.

Aqui, mais um aperitivo: “o tucanatinho [sic] acha que ele não fica bem na fotografia do vigoroso partido onde vicejam próceres cuja capacidade de distinguir credibilidade de popularidade é nenhuma”.

A Dora Kramer está com muita raiva. Isso é problema dela.

O interessante é que o artigo revela como estão os ânimos entre os tucanos.

O PSDB tirou FHC de cena. E ele está magoadão. Não aceita ser escanteado desse jeito.

FHC tem a tribuna do “Estadão” e vai usá-la. Para mandar recados – diretamente, ou através de seus colunistas.

O “Estadão” – como vocês devem saber – já não pertence à família Mesquita. Endividado, quase quebrou no fim dos anos 90. Hoje, vive sob intervenção de um comitê de credores, dominado pelos bancos.

Vocês sabem, também, que as relações de FHC com os bancos são muito boas. Há quem diga que o “Estadão” é hoje, praticamente, propriedade de FHC.

Talvez seja apenas uma metáfora.

Quanto ao artigo de Dora Kramer, ali não há sutileza nem metáfota. É pau puro nos tucanos. É fogo amigo, como se vê em mais esse trecho: ”

“Esse pessoal [tucanato serrista] lê umas pesquisas, ou­­ve um boboca de um analista, se assusta com os arreganhos de meia dúzia de adversários e acha que is­­so os autoriza a jogar no lixo o respeito devido a quem permitiu que o partido iniciasse sua trajetória de vida pela rampa do Palácio do Pla­­nalto. Para não falar dos comprovados serviços prestados ao país, que em nações civilizadas costumam ser patrimônio preservado.

Lula perdeu três eleições presidenciais, foi muito criticado no PT, mas nos momentos difíceis nunca se viu movimento orquestrado para escondê-lo, tirá-lo de cena como se fosse um criminoso ou portador de doença contagiosa grave.

Se é sobre esse tipo de caráter que o candidato José Serra falou quando se referiu a brio, índole e solidariedade em seu discurso de despedida do governo de São Paulo, há incoerência no conceito.”

FHC está feliz com Serra? O que vocês acham?

O artigo de Dora Cardoso, digo, Kramer pode ser lido aqui – http://www.gazetadopovo.com.br/colunist ... -insolente

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... ost_id=442
FHC: o neoliberalismo dos Jardins

O tamanho da vaidade de FHC parece ser o maior adversário de seus correligionários de partido e ex-colegas de governo, que tentam esconder ele e seu governo. Ele não agüenta ver seu governo atacado e não contar com ninguém que o defenda – como aconteceu no segundo turno de 2006. Se deram conta que aceitar a comparação entre os dois governos – o de Lula e o de FHC – é o caminho seguro da derrota. Não convidaram FHC para a cerimônia de saída de Serra do governo de São Paulo, o excluíram do lançamento da candidatura presidencial e pretendem mantê-lo - ele e seu governo - fora da campanha, conscientes de que ele é o melhor promotor da campanha da Dilma.

Tem razão os que o querem esconder. Ele saiu do governo derrotado, fracassado, tornou-se o político de maior rejeição, não se atreve a candidatar-se a nada, cada vez que fala, o apoio ao governo Lula e à sua candidata aumenta. Às vezes quer retomar um ar de intelectual, que ele um dia foi, mas as besteiras teóricas que diz ganham um ar empolado, passando a ser besteiras empoladas.

Agora pretende alertar sobre o risco do Brasil se tornar uma China. Claro, para quem tentou abolir o tema do “desenvolvimento”, o crescimento chinês é um acinte. Para quem acreditava que já havíamos chegado a um tal nível de desenvolvimento econômico – tomando o capitalismo dos Jardins paulistanos -, bastaria eliminar o desenvolvimento e colocar no seu lugar a “estabilidade”. Para quem está por cima, poderia ser bom parar onde estavam. Danem-se os “inimpregáveis”, segundo suas próprias palavras, a grande massa pobre e miserável, para quem nunca pretendeu governar.

Volta com seu “trololó” – segundo a linguagem de seu candidato, já derrotado em 2002 – do “capitalismo de Estado”. Esse já foi o mote de FHC para tentar salvar de responsabilidade os grandes empresários privados no Brasil, nacionais e estrangeiros, que enriqueceram como nunca na ditadura militar, lucrando com o regime de terror, de tortura, de desaparecimentos, de fuzilamentos. Seu enriquecimento foi a lógica dentro daquela loucura – segundo a frase de Shakespeare.

FHC dizia que os setores hegemônicos na ditadura militar não eram os capitalistas privados, mas o “capitalismo de Estado”. Haveria uma classe dominante na Petrobrás, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, na Vale do Rio Doce. Esses seriam os inimigos da democracia, e não os militares, o governo dos EUA, o grande empresariado privado, os donos da mídia privada. Não. Esses seriam agentes da democracia, prefeririam a democracia à ditadura.

Absolvia assim os grandes vencedores da ditadura, os que acumularam riquezas como nunca em um regime que, imediatamente após o triunfo do golpe, decretou intervenção em todos os sindicatos e arrocho salarial. O sonho de todo grande empresário: sem movimento sindical organizado para defender os interesses dos trabalhadores e formalização da proibição de qualquer aumento salarial. E vem o ex-presidente e ex-sociólogo dizer que os grandes empresários nacionais e estrangeiros preferem a democracia. Não se viu nenhum deles protestar contra a repressão aos sindicatos, nem contra o arrocho salarial.

E, para completar o servicinho de dar uma teoria “democrática” para a transição sem ruptura, a favor do grande empresariado, FHC passa a criminalizar o Estado. Este abrigaria o maior inimigo. Os militares? Não. As empresas estatais, tornando-se um neoliberal precoce.

Tanto assim que FHC diz que democratizar seria desconcentrar o poder econômico em torno do Estado e o poder político em torno do executivo. Nisso consistia sua aclamada – pelos seus cupinchas – “teoria do autoritarismo”, que nem se atrevia de chamar as coisas pelo seu nome: ditadura e não autoritarismo. Um neoliberalismo “avant la lettre”, como ele gostaria de falar, com o seu pé na cozinha (francesa, como ele esclareceu posteriormente).

Agora FHC tenta novo brilhareco, contra a opinião dos seus correligionários (nas palavras de uma de suas tantas viúvas nas imprensa, tratado como genro que a família quer esconder, porque só comete gafes, que favorecem o inimigo ), francamente na onda anticomunista. Já tinha apelado para o “sub-peronismo”, para a denúncia do papel dos sindicatos no governo, agora ataca o desenvolvimento da China. Prefere seu neoliberalismo dos Jardins, aquele que quebrou o país três vezes no seu governo, que levou a taxa de juros – que seu candidato considera que hoje é alta, - a 48%, sem que este tenha protestado. Que fez o Brasil entrar em uma profunda e prolongada crise, de que só saiu no governo Lula.

Que se valeu da maioria que tinha no Parlamento e de ser o queridinho da imprensa, que não denunciou nenhum dos tantos casos de corrupção do seu governo, para mudar a Constituição na vigência do seu mandato – com votos evidentemente comprados – para ter um segundo mandato.

Triste figura a do FHC. Rejeitado por seus correligionários, considerado como alavanca para a oposição pela rejeição que sofre do povo brasileiro, funciona como clown, como personagem folclórica, lembrança de um passado que o governo luta para terminar de superar e a oposição para tentar esquecer e apagar da recordação dos brasileiros. Escondido pelos seus, repudiado pelos seus adversários, enterrado em vida pelos seus, tomado como anti-exemplo por seus adversários.

O governo Lula só pôde ter sucesso, porque virou a página do governo FHC e retomou as melhores tradições nacionais, populares e democráticas do Brasil, a começar pela de Getúlio Vargas, que FHC quis enterrar. Que hoje, pateticamente, não tem ninguém que o defenda e todos o rejeitem. Repúdio popular é isso aí, o que sofre FHC, de forma merecida.

Postado por Emir Sader às 16:36


http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... dinho.html
FBI lança a campanha “Adote o Fernandinho”

Fernandinho Henrique Tristinho...

do Festival de Besteiras da Imprensa (FBI)


Fernando Henrique Cardoso, o Fernandinho, está sendo tratado como um contaminado com gripe suína. Ninguém quer chegar perto, apertar a sua mão ou mesmo ficar no mesmo ambiente: vai que ele espirra!

É muita rejeição para um homem só. Olha como ele está tristinho na foto acima…

Consternado com essa situação por que passa um ex-presidente importante da República – inventado por Itamar Franco, que foi inventado pelo Collor, que foi inventado pelo Alberico Cruz, que foi inventado pelo Roberto Marinho, que foi inventado pelo Grupo Time-Life e pela Ditadura Militar – o Festival de Besteiras na Imprensa lança a Campanha “Adote o Fernandinho“.

Quero lembrar aos ingratos do PSDB, do DEM, do PPS e do PV do B (Gabeira, Marina, etc) que o Fernandinho foi muito legal com eles todos, distribuindo “bene$$e$ e$tratégica$“, quando do processo das privatizações e da sua (dele) reeleição.

O Fernandinho não merece a rejeição do Serra, do Aécio, do Arruda, da Yeda, do Kassab e de outros menos votados.

Da campanha do Serra, só a Dora Kramer está solidária com o Fernandinho. Mas que poder tem a Dora Kramer?

É muita humilhação para um intelectual que fala mal em vários idiomas…

Se o Fernando Henrique topar, o FBI pode adotá-lo.

Mas a condição é que fique caladinho ou fazendo palestras estranhas em portuglês, portancês, portunhol e, talvez até em português.

Eu mesmo arranjo uns lugares exóticos para ele faturar uma graninha, para me ajudar a sustentá-lo durante o período de adoção. Posso me esforçar para que ele apareça nas campanhas de TV de deputados(as) estaduais.

***

A outra condição é que o prazo da adoção acabe em novembro deste ano.

Ninguém merece mais do que isso…

Tás a fim Fernandinho?

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#22 Mensagem por Carnage » 18 Abr 2010, 21:32

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... andes.html
O pensamento de FHC analisado por Millôr Fernandes

8 de abril de 2010

do Esquerdopata, sugestão de Marlene Zornitta

LIÇÃO PRIMEIRA


De uma coisa ninguém podia me acusar — de ter perdido meu tempo lendo FhC (superlativo de PhD). Achava meu tempo melhor aproveitado lendo o Almanaque da Saúde da Mulher. Mas quando o homem se tornou vosso Presidente, achei que devia ler o Mein Kampf (Minha Luta, em tradução literal) dele, quando lutava bravamente, no Chile, em sua Mercedes (“A mais linda Mercedes azul que vi na minha vida”, segundo o companheiro Weffort, na tevê, quando ainda não sabia que ia ser Ministro), e nós ficávamos aqui, numa boa, papeando descontraidamente com a amável rapaziada do Dops-DOI-CODI.

Quando, afinal, arranjei o tal Opus Magno — Dependência e Desenvolvimento na América Latina — tive que dar a mão à palmatória. O livro é muito melhor do que eu esperava. De deixar o imortal Sir Ney morrer de inveja. Sem qualquerpartipri, e sem poder supervalorizar a obra, transcrevo um trecho, apanhado no mais absoluto acaso, para que os leitores babem por si:

“É evidente que a explicação técnica das estruturas de dominação, no caso dos países latino-americanos, implica estabelecer conexões que se dão entre os determinantes internos e externos, mas essas vinculações, em que qualquer hipótese, não devem ser entendidas em termos de uma relação “casual-analítica”, nem muito menos em termos de uma determinação mecânica e imediata do interno pelo externo. Precisamente o conceito de dependência, que mais adiante será examinado, pretende outorgar significado a uma série de fatos e situações que aparecem conjuntamente em um momento dado e busca-se estabelecer, por seu intermédio, as relações que tornam inteligíveis as situações empíricas em função do modo de conexão entre os componentes estruturais internos e externos. Mas o externo, nessa perspectiva, expressa-se também como um modo particular de relação entre grupos e classes sociais de âmbito das nações subdesenvolvidas. É precisamente por isso que tem validez centrar a análise de dependência em sua manifestação interna, posto que o conceito de dependência utiliza-se como um tipo específico de “causal-significante’ — implicações determinadas por um modo de relação historicamente dado e não como conceito meramente “mecânico-causal”, que enfatiza a determinação externa, anterior, que posteriormente produziria ‘conseqüências internas’.”

Concurso – E-mail:
Qualquer leitor que conseguir sintetizar, em duas ou três linhas (210 toques), o que o ociólogo preferido por 9 entre 10 estrelas da ociologia da Sorbonne quis dizer com isso, ganhará um exemplar do outro clássico, já comentado na primeira parte desta obra: Brejal dos Guajas — de José Sarney.

LIÇÃO SEGUNDA

Como sei que todos os leitores ficaram flabbergasted (não sabem o que quer dizer? Dumbfounded, pô!) com a Lição primeira sobre Dependência e Desenvolvimento da América Latina, boto aqui outro trecho — também escolhidoabsolutamente ao acaso — do Opus Magno de gênio da “profilática hermenêutica consubstancial da infra-estrutura casuística”, perdão, pegou-me o estilo. Se não acreditam que o trecho foi escolhido ao acaso, leiam o livro todo. Vão ver o que é bom!

Estrutura e Processo: Determinações Recíprocas
“Para a análise global do desenvolvimento não é suficiente, entretanto, agregar ao conhecimento das condicionantes estruturais a compreensão dos ‘fatores sociais’, entendidos estes como novas variáveis de tipo estrutural. Para adquirir significação, tal análise requer um duplo esforço de redefinição de perspectivas: por um lado, considerar em sua totalidade as ‘condições históricas particulares’ — econômicas e sociais — subjacentes aos processos de desenvolvimento no plano nacional e no plano externo; por outro, compreender, nas situações estruturais dadas, os objetivos e interesses que dão sentido, orientam ou animam o conflito entre os grupos e classes e os movimentos sociais que ‘põem em marcha’ nas sociedades em desenvolvimento. Requer-se, portanto, e isso é fundamental, uma perspectiva que, ao realçar as mencionadas condições concretas — que são de caráter estrutural — e ao destacar os móveis dos movimentos sociais — objetivos, valores, ideologias —, analise aquelas e estes em suas relações e determinações recíprocas. (…) Isso supõe que a análise ultrapasse a abordagem que se pode chamar de enfoque estrutural, reintegrando-a em uma interpretação feita em termos de ‘processo histórico’ (1). Tal interpretação não significa aceitar o ponto de vista ingênuo, que assinala a importância da seqüência temporal para a explicação científica — origem e desenvolvimento de cada situação social — mas que o devir histórico só se explica por categorias que atribuam significação aos fatos e que, em conseqüência, sejam historicamente referidas.
(1) Ver, especialmente, W. W. Rostow, The Stages of Economic Growth, A Non-Communist Manifest, Cambridge, Cambridge University Press, 1962; Wilbert Moore, Economy and Society, Nova York, Doubleday Co., 1955; Kerr, Dunlop e outros, Industrialism and Industrial Man, Londres, Heinemann, 1962.”

Comentário do Millôr, intimidado:
A todo momento, conhecendo nossa precária capacitação para entender o objetivo e desenvolvimento do seu, de qualquer forma, inalcançável saber, o professor FhC faz uma nota de pata de página. Só uma objeçãozinha, professor. Comprei o seu livro para que o senhor me explicasse sociologia. Se não entendo o que diz, em português tão cristalino, como me remete a esses livros todos? Em inglês! Que o senhor não informa onde estão, como encontrar. E outra coisa, professor, paguei uma nota preta pelo seu tratado, sou um estudante pobre, não tenho mais dinheiro. Além do que, confesso com vergonha, não sei inglês. Olha, não vá se ofender, me dá até a impressão, sem qualquer malícia, que o senhor imita um velho amigo meu, padre que servia na Paróquia de Vigário-Geral, no Rio. Sábio, ele achava inútil tentar explicar melhor os altos desígnios de Deus pra plebe ignara do pequeno burgo e ensinava usando parábolas, epístolas, salmos e encíclicas. E me dizia: “Millôr, meu filho, em Roma, eu como os romanos. Sendo vigário em Vigário-Geral, tenho que ensinar com vigarice”.

LIÇÃO TERCEIRA

Há vezes, e não são poucas, em que FhC atinge níveis insuperáveis. Vejam, pra terminar esta pequena explanação, este pequeno trecho ainda escolhido ao acaso. Eu sei, eu sei — os defensores de FhC, a máfia de beca, dirão que o acaso está contra ele. Mas leiam:

“É oportuno assinalar aqui que a influência dos livros como o de Talcot Parsons, The Social System, Glencoe, The Free Press, 1951, ou o de Roberto K. Merton, Social Theory and Social Structure, Glencoe, The Free press, 1949, desempenharam um papel decisivo na formulação desse tipo de análise do desenvolvimento. Em outros autores enfatizaram-se mais os aspectos psicossociais da passagem do tradicionalismo para o modernismo, como em Everett Hagen, On the Theory of Social Change, Homewood, Dorsey Press, 1962, e David MacClelland, The Achieving Society, Princeton, Van Nostrand, 1961. Por outro lado, Daniel Lemer, em The Passing of Traditional Society: Modernizing the Middle East, Glencoe, The Free Press, 1958, formulou em termos mais gerais, isto é, não especificamente orientados para o problema do desenvolvimento, o enfoque do tradicionalismo e do modernismo como análise dos processos de mudança social”.

Amigos, não é genial? Vou até repetir pra vocês gozarem (no bom sentido) melhor: “formulou (em termos mais gerais, isto é, não especificamente orientados para o problema do desenvolvimento) o enfoque (do tradicionalismo e do modernismo) como análise (dos processos de mudança social)”.

Formulou o enfoque como análise!
É demais! É demais! E sei que o vosso sábio governando, nosso FhC, espécie de Sarney barroco-rococó, poderia ir ainda mais longe.
Poderia analisar a fórmula como enfoque.
Ou enfocar a análise como fórmula.
É evidente que só não o fez em respeito à simplicidade de estilo.
Tópico avulso sobre imodéstia e pequenos disparates do eremita preferido dos Mamonas Assassinas.
Vaidade todos vocês têm, não é mesmo? Mas há vaidades doentias, como as das pessoas capazes de acordar às três da manhã para falar dois minutos num programa de tevê visto por exatamente mais ou menos ninguém. Há vaidades patológicas, como as de Madonas e Reis do Roque, só possíveis em sociedades que criaram multidões patológicas.

Mas há vaidades indescritíveis. Vaidade em estado puro, sem retoque nem disfarce, tão vaidade que o vaidoso nem percebe que tem, pois tudo que infla sua vaidade é para ele coisa absolutamente natural. Quem é supremamente vaidoso, se acha sempre supremamente modesto. Esse ser existe materializado em FhC (superlativo de PhD). Um umbigo delirante.
O que me impressiona é que esse homem, que escreve mal — se aquilo é escrever bem o meu poodle é bicicleta — e fala pessimamente — seu falar é absolutamente vazio, as frases se contradizem entre si, quando uma frase não se contradiz nela mesma, é considerado o maior sociólogo brasileiro.

Nunca vi nada que ele fizesse (Dependência e Desenvolvimento na América Latina, livro que o elevou à glória, é apenas um Brejal dos Guajas, mais acadêmico) e dissesse que não fosse tolice primária. “Também tenho um pé na cozinha”, “(os brasileiros) são todos caipiras”, “(os aposentados) são uns vagabundos”, “(o Congresso) precisa de uma assepsia”, “Ser rico é muito chato”, “Todos os trabalhadores deviam fazer checape”, “Não vou transformar isso (a moratória de Itamar) num fato político”. “Isso (a violência, chamada de Poder Paralelo) é uma anomia”. E por aí vai. Pra não lembrar o vergonhoso passado, quando sentou na cadeira da prefeitura de São Paulo, antes de ser derrotado por Jânio Quadros, segundo ele “um fantasma que não mete mais medo a ninguém”.

Eleito prefeito, no dia seguinte Jânio Quadros desinfetou a cadeira com uma bomba de Flit.
E, sempre que aproxima mais o país do abismo no qual, segundo a retórica política, o Brasil vive, esse FhC (superlativo de PhD) corre à televisão e deita a fala do trono, com a convicção de que, mais do que nunca, foi ele, the king of the black sweetmeat made of coconuts (o rei da cocada preta), quem conduziu o Brasil à salvação definitiva e à glória eterna. E que todos querem ouvi-lo mais uma vez no Hosana e na Aleluia. Haja!

Millôr Fernandes

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Sempre Alerta
Forista
Forista
Mensagens: 1538
Registrado em: 21 Jul 2005, 14:11
---
Quantidade de TD's: 220
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#23 Mensagem por Sempre Alerta » 01 Mai 2010, 00:07

Estatal doou R$ 500 mil a instituto de FHC

Notícia antiga, mas serve para reforçar a conduta anti-ética e imoral desse senhor
Estatal doou R$ 500 mil a instituto de FHC

Daniel Bramatti

O Instituto Fernando Henrique Cardoso, ONG criada pelo ex-presidente tucano com a ajuda de grandes empresários, foi contemplado no ano passado com uma doação de R$ 500 mil de uma empresa estatal do governo paulista, que no período 2003-2006 foi comandado por Geraldo Alckmin (PSDB) e Cláudio Lembo (PFL).
O dinheiro saiu da Sabesp - então presidida por outro tucano, Dalmo Nogueira Filho - e foi direcionado para um projeto de conservação e digitalização do acervo do instituto, conhecido pela sigla iFHC.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é uma das sete empresas que, até o final do ano passado, haviam doado R$ 2.095.000,00 para o projeto de preservação e digitalização do acervo do iFHC, com incentivos fiscais da chamada Lei Rouanet - as contribuições podem ser descontadas do Imposto de Renda.
O acervo é formado por livros, fotos e obras de arte de FHC e também de sua mulher, Ruth Cardoso. Reúne não apenas itens coletados durante a passagem do tucano pela Presidência, mas também da época em que era professor e um dos líderes da oposição ao regime militar. Entre os objetos em processo de catalogação estão os presentes que FHC recebeu durante seu governo - vasos, quadros, tapetes e até capacetes de pilotos de Fórmula 1.
O projeto de preservação e digitalização do acervo está orçado em mais de R$ 8 milhões - valor que equivale a cinco vezes o orçamento anual da Biblioteca Mário de Andrade, a maior de São Paulo, com mais de 3,2 milhões de itens.
O site do iFHC afirma que a digitalização dos documentos será feita com softwares e equipamentos cedidos pela IBM e pela Sun Microsystems do Brasil, mas não faz referência à Sabesp e aos outros patrocinadores, nem detalha como serão aplicados os R$ 2 milhões já recebidos.
O Instituto Fernando Henrique Cardoso é uma espécie de "organização ex-governamental" - reúne em seu conselho deliberativo diversas estrelas dos dois mandatos presidenciais tucanos, entre eles ex-ministros como Pedro Malan (Fazenda), Luiz Carlos Bresser-Pereira (Administração) e Celso Lafer (Relações Exteriores e Desenvolvimento).
A entidade tem como fonte de inspiração as fundações mantidas por ex-presidentes norte-americanos. Mas as semelhanças são limitadas. A ONG do ex-presidente Bill Clinton, por exemplo, atua na prática: apóia e implementa programas de combate à aids, de redução do custo de medicamentos e de controle do aquecimento global, entre outros. Também administra uma biblioteca pública no Estado de Arkansas que recebe cerca de 300 mil visitantes por ano.
Já o iFHC afirma ter dois objetivos básicos: o primeiro é a preservação do próprio acervo do ex-presidente e de sua mulher; o segundo é a promoção de debates e seminários - que são restritos a convidados. O site do instituto na internet destaca que "o iFHC, entidade privada, não está aberto à visitação pública".
O site também anuncia que parte do acervo será aberto ao público quando for concluído seu processo de catalogação e digitalização. Não há informações sobre a possibilidade de pesquisar os itens mais interessantes, do ponto de vista histórico e jornalístico: as gravações e anotações que o ex-presidente fez, durante seus oito anos de governo, sobre temas polêmicos como privatizações e reeleição.
O auxílio estatal ao instituto, via Sabesp, foge à regra: o iFHC nasceu e é mantido graças a contribuições privadas. Quando inaugurado, em 2004, tinha R$ 10 milhões em caixa. O tucano começou a pedir doações a empresários quando ainda era presidente.
Em um jantar no Palácio da Alvorada, em 2002, FHC expôs os planos de sua futura ONG a convidados como Emílio Odebrecht (grupo Odebrecht), Lázaro Brandão (Bradesco), Olavo Setubal (Itaú), Benjamin Steinbruch (CSN), Pedro Piva (Klabin) e David Feffer (Suzano). Na época, o colunista Elio Gaspari criticou o fato de a coleta de fundos ser feita entre representantes de empresas financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ou contempladas no processo de privatização.
Já as relações da Sabesp com políticos do PSDB não constituem propriamente uma novidade. No ano passado, reportagens da Folha de S.Paulo revelaram que a estatal patrocinou uma edição da revista Ch'an Tao, do acupunturista do então candidato à Presidência Geraldo Alckmin - o tucano foi assunto de capa e apareceu em 9 das 48 páginas da publicação.
A estatal também destinou R$ 1 milhão de sua verba publicitária para uma editora e um programa de TV do deputado estadual Wagner Salustiano (PSDB). O Ministério Público abriu uma investigação sobre o eventual uso de empresas do Estado para beneficiar aliados de Alckmin na Assembléia Legislativa.
Terra Magazine procurou ontem a Sabesp e FHC, em busca de esclarecimentos sobre a doação de R$ 500 mil. Não houve resposta da estatal. A assessoria do iFHC informou apenas que o ex-presidente não se encontrava no local.
Além da Sabesp, da Sun e da IBM, os outros patrocinadores do projeto de digitalização do iFHC são as empresas Philco Participações (R$ 600 mil), Arosuco Aromas e Sucos (do grupo Ambev, R$ 600 mil), Mineração Serra Grande (do grupo Anglo-American, R$ 200 mil), Norsa Refrigerantes (representante da Coca-Cola no Nordeste, R$ 140 mil), Rio Bravo Investimentos (R$ 30 mil) e BES Investimentos do Brasil (R$ 25 mil).
A Rio Bravo Investimentos foi fundada e é dirigida por Gustavo Franco, que presidiu o Banco Central nos anos FHC. A Norsa Refrigerantes têm entre seus proprietários outro tucano famoso, o senador Tasso Jereissati (CE). O BES Investimentos faz parte do grupo português Espírito Santo, cujo representante no Brasil, Ricardo Espírito Santo, teve seu nome associado ao escândalo do mensalão por supostas relações com o publicitário Marcos Valério. Em 2005, o banqueiro foi acompanhado por Valério a uma reunião com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. Em 2002, Ricardo Espírito Santo também estava no jantar do Palácio da Alvorada em que FHC pediu contribuições para a criação de sua ONG.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Viejo
Forista
Forista
Mensagens: 272
Registrado em: 24 Jun 2008, 09:41
---
Quantidade de TD's: 198
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#24 Mensagem por Viejo » 01 Mai 2010, 16:36

Carnage e Sempre Alerta: vocês mandaram bem demais!
Millôr Fernandes, do melhor modo, fez o serviço completo.
FHC, depois de Millôr e Lula, descobre, a cada dia, - ele é inteligente o suficiente para se tocar - que é muuuiiittttoooo menor do que pensou que fosse (e FHC, por muitas décadas, umas 7, achou que fosse uma das pessoas mais especiais do mundo...).
A pá de cal pode vir: Lula secretário-geral da ONU.
FHC nunca acreditou no Brasil e gostava mais da França e dos EUA. Deve ser duro pra ele ver que Lula é querido por aqui e por lá; que é relevante aqui e lá.
Bem feito!, como diria minha avó.
Abraços gigantes a Carnage e Sempre Alerta.

Viejo

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#25 Mensagem por Carnage » 10 Mai 2010, 00:01

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... e-fhc.html
Devaneios de um ex-sociólogo com nostalgia do poder

por Leandro Paterniani, no Boteko Vermelho, sugerido pela leitora Lúcia Orpham


O ex-ministro Mário Henrique Simonsen, em um dos seus inúmeros textos acadêmicos, advertiu certa vez sobre o risco inerente ao papel de crítico: para Simonsen, a crítica deve seguir uma linha coerente já que “é tarefa do sábio e tão igualmente do idiota”. Partindo dessa consideração, passemos a analisar mais de perto a postura assumida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, após ficar um bom tempo longe dos holofotes, voltou à cena em janeiro deste ano, dirigindo ao governo Lula e ao PT uma variedade de críticas, a esmagadora maioria delas construídas sob alicerces frágeis.

Verdade é que FHC se aproveita de sua erudição e, valendo-se de um sistema de jogos de palavras, cria conceitos, cita filósofos e emite juízos de valor do alto de sua torre de marfim: é o suficiente para que os mais desavisados – ou intelectualmente desonestos – passem a repetir as palavras do ex-sociólogo, sem tomar o mínimo cuidado de checar os alicerces sobre os quais elas são construídas. Neste domingo, 2 de maio, o ex-presidente novamente deu o ar da graça e publicou no Estadão um artigo intitulado “Construir sem demagogia”.

Uma coisa temos que admitir: FHC, ao contrário de seus seguidores menos letrados, se esforça para politizar o debate, o que é bom para a democracia brasileira, pois evidencia o papel assumido por cada um no jogo político. Mas é também natural esperar que seja essa a postura adotada pelo ex-presidente, visto que o que ele faz nada mais é do que uma defesa política do projeto que ele, quando governo, implantou no país. Talvez seus seguidores não façam essa defesa com tamanha veemência por não quererem correr o risco eleitoral de serem rotulados como “continuidade de FHC”. Como FHC não pode negar sua própria identidade – e DNA político – cabe a ele advogar em defesa própria.

A instrumentalização errada do Plano Real

No artigo deste domingo, FHC parte de uma avaliação correta: “época de campanha eleitoral é propícia à demagogia”. Contudo, o estilo vaidoso do ex-sociólogo lhe prega aqui uma peça: procurando apontar uma suposta demagogia nos discursos do presidente Lula e do PT, FHC fala de si mesmo ao longo de todo o artigo, exercitando a tal “demagogia” que ele procura incansavelmente no atual governo. Afinal de contas, o que o ex-presidente quer fazer acreditar é que os êxitos alcançados no governo Lula foram herança do período em que ele – FHC – estava à frente da Presidência.

Para isso, o ex-sociólogo lança mão de uma análise superficial sobre o Plano Real: “os mais destacados economistas do PT daquela época, Maria da Conceição Tavares, Paul Singer e Aloizio Mercadante, martelaram a tecla de que se tratava de jogada eleitoreira. Não quiseram ver que se tratava de um esforço sério de reconstrução nacional, que aproveitou uma oportunidade de ouro para inovar práticas de gestão pública e dar outro rumo ao País”. Aqui FHC não esclarece que os economistas do PT dirigiam suas críticas não ao Plano Real em sua essência,mas sim à instrumentalização do plano.

Faz-se necessário esclarecer ao leitor algumas coisas. Primeiramente, o Plano Real não foi uma invenção de FHC: o Real e o Cruzado tiveram uma mesma base teórica, que foi a Proposta Larida,de 1982, feita a partir da tese de pós-doutorado de Pérsio Arida no MIT (Massachussets Institute of Technology), nos Estados Unidos. Contudo, o Cruzado pecou em dois aspectos: o primeiro deles em não criar uma unidade monetária de transição (como feito posteriormente no governo Itamar, com FHC no Ministério da Fazenda); e o segundo, criar um mecanismo de gatilho salarial, que serviu para retroalimentar a inflação no país.

Devemos esclarecer também que o Real foi instrumentalizado utilizando-se a política cambial para conter a inflação: instituiu-se a paridade, fixando-se o câmbio como forma de assegurar o controle de preços. E aqui neste ponto estavam as críticas dos economistas, já que os efeitos dessa medida artificial poderiam ser desastrosos para a economia (como quase foram, de fato). A política de câmbio fixo segurou a inflação? De fato, enquanto o governo conseguiu controlar a paridade cambial, a inflação se manteve sob controle. Mas houve um momento em que o governo não conseguiu mais conter o câmbio.

E o que aconteceu então? Houve a maxidesvalorização do real frente ao dólar, em janeiro de 1999, como previsto por muitos economistas cinco anos antes. Nesse momento, FHC se viu obrigado a adotar o câmbio flutuante e passar a adotar o instrumento correto – e que deveria ter sido usado desde o início do real – a Política Monetária. Como a inflação aqui já estava extremamente elevada, a equipe econômica se viu obrigada a iniciar um ciclo de aperto monetário – foi o período em que o Brasil teve inflação alta, juros altos, arrocho salarial e desemprego.

E o que FHC não diz no seu artigo é que esse ciclo só foi revertido em 2003, no governo Lula. Graças à equipe econômica de Lula – que tinha, na época, como protagonistas o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci e o presidente do Banco Central Henrique Meirelles – o Brasil conseguiu reduzir a inflação, trazendo-a de volta à casa de um dígito. Não foi, portanto, a política econômica de FHC – baseada na artificialidade cambial – que reduziu definitivamente a inflação no Brasil, mas sim a política econômica de Lula, baseada na política monetária.


A demagogia de FHC sobre as políticas sociais


O ex-presidente também procura, no seu artigo, tomar para si a paternidade de políticas sociais importantes implantadas no governo Lula: “na área social o tripé correspondente ao da área econômica se compõe de: aumentos reais do salário mínimo, desde 1993; implementação a partir de 1997 das regras ditadas pela Lei Orgânica de Assistência Social, atribuindo uma pensão aos idosos e às pessoas com deficiências físicas de famílias pobres; e, por fim, bolsas que, com nomes variáveis, vêm sendo utilizadas com êxito desde o ano 2000. Esses programas, independentemente de que governo os tenha iniciado ou melhorado, tiveram o apoio de todos os partidos e da sociedade”.

Neste ponto, temos que tentar entender se FHC age de má fé intelectual ou se ele de fato não sabe a diferença entre projetos sociais e políticas sociais. Sim, pois ao tentar reduzir o debate à paternidade de “bolsas”, o ex-presidente mostra que ou não entende nada de políticas sociais ou está utilizando o discurso demagógico que serviu como mote ao ser artigo deste domingo. A questão não é quem criou essa ou aquela bolsa, mas qual o conceito político por trás disso: as “bolsas” do governo FHC se resumiam a “projetos” de compensação social e não políticas sociais propriamente ditas.

O ex-presidente, tendo formação em Sociologia, deveria saber que as políticas compensatórias são apenas um aspecto das políticas sociais. Política pública de inclusão social é algo muito mais amplo: uma política social é considerada eficaz à medida que ela se sustenta em critérios que levam o beneficiário do programa a criar condições para sua auto-suficiência dentro de um determinado período de tempo. Neste ponto, existem três níveis de políticas sociais: as políticas redistributivas, as políticas emancipatórias e as políticas de desenvolvimento regional.

As “bolsas” de FHC se restringiam a políticas redistributivas e, ainda assim, com uma amplitude bem baixa. O Bolsa Família, criado no governo Lula, engloba em seu conceito esses três níveis de políticas sociais: ele redistribui renda, possui critérios que levam o beneficiário a ter meios de auto-suficiência dentro de um período de 2 a 3 anos e também lança as bases para o desenvolvimento de regiões anteriormente inóspitas. Ou seja: enquanto FHC fez assistencialismo, Lula fez política social de verdade! Essa é a diferença crucial entre o Bolsa Família de Lula e as “bolsas” de FHC.

O mais do mesmo de FHC

E, por fim, o ex-presidente não resiste e cai no seu discurso predileto: a defesa do Estado Mínimo. “Se esse passo for dado, o debate eleitoral poderá se concentrar no que realmente conta: a preparação do País para enfrentar o mundo atual, que é da inovação e do conhecimento. As diferenças entre os contendores recairão sobre a verdadeira questão: Queremos um capitalismo no qual o Estado é ingerente, com uma burocracia permeada por influências partidárias e mais sujeita à corrupção, ou preferimos um capitalismo no qual o papel do Estado permanecerá básico, mas valorizará a liberdade empresarial, o controle público das decisões e a capacidade de gestão?”, escreve FHC, voltando a cunhar uma expressão que tem sido muito recorrente em seu discurso: “capitalismo de Estado”.

A crítica ao tal “capitalismo de Estado” – termo empregado por FHC para se referir à maior participação estatal na economia durante o governo Lula – é uma crítica aos próprios avanços obtidos pelo projeto de governo do PT e de Lula. Deve-se perceber que o Brasil saiu praticamente ileso da grande crise do capitalismo mundial graças sobretudo à um Estado atuante, de maior participação na economia. E o ex-sociólogo não gosta disso: ele defende um Estado que ele próprio denomina de “básico”. O que é o Estado “básico” senão um “Estado Mínimo” com roupagem nova? A embalagem pode ser outra, mas o conteúdo é o mesmo e todos os brasileiros conhecem os efeitos desastrosos desse conteúdo.

Como dito no início deste texto, é natural que o ex-presidente faça uma defesa política do seu governo: mas seria minimamente interessante que FHC não cedesse ao discurso demagógico que ele tanto critica e tratasse as questões políticas nacionais com a seriedade que elas merecem. Afinal de contas, cada vez mais o ex-presidente, que coleciona obras e títulos acadêmicos, se afasta do papel de sábio e se aproxima do papel de idiota.


http://edu.guim.blog.uol.com.br/arch201 ... 05-08.html
A velha cantiga de FHC

Nos últimos cerca de 80 primeiros domingos de cada mês, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vem entoando a mesma cantiga em vários dos maiores jornais de todo o país. É óbvio, também, que foi ele quem impôs o primeiro domingo de cada mês para ser publicado. Não é possível que todos os jornais para os quais ele escreve uma vez por mês escolhessem coincidentemente a mesma data.

Mas não é só aí que reside a homogeneidade dessas manifestações por escrito do tucano. É, sobretudo, no conteúdo. Há cerca de sete anos que FHC escreve todo mês a mesma coisa, tentando, de forma interminável, vender uma tese que o Brasil já se recusou a comprar repetidas vezes, seja em eleições, seja na avaliação que faz do governo do ex-presidente, seja na que faz do governo de seu sucessor.

A finalidade desses escritos mensais – e invariavelmente vastamente repercutidos por uma imprensa servil ao cacique político paulista – é a de tentar convencer a alguém de que tudo de bom que está acontecendo no Brasil é mérito do governo de oito anos anterior e de que tudo de ruim que persiste é demérito do atual governo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terá a mesma duração.

Mais uma vez, por exemplo, FHC repete, entre outras auto-atribuições de feitos memoráveis e responsáveis pela atual bonança econômica, a cantilena de que os bancos brasileiros não tiveram problemas durante a recente crise econômica internacional porque são sólidos devido ao seu governo ter feito o Proer.

Dá vontade de rir. O Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro) foi feito porque os bancos tiveram difuculdades com o “fim” da Inflação – que retornaria ao longo do governo tucano. Sem a receita gerada por aquele “imposto inflacionário”, ou seja, por uma ciranda financeira calcada em mini desvalorizações diárias da moeda, a banca tupiniquim entrou em crise de abstinência.

O Proer simplesmente serviu para isso, para resolver um problema causado pela intempestividade eleitoral com que o Plano Real foi adotado, que, como se tornaria norma no governo FHC, obedeceu ao calendário eleitoral.

O Plano Real deveria ter sido lançado após um programa igual ao Proer, o qual prepararia o sistema financeiro para o baque que sofreria ao ter que se acostumar a ganhar um volume menos indecente de dinheiro e em espaços de tempo mais decentes. Mas 1994 era ano eleitoral e o plano econômico era a única possibilidade de barrar a segunda tentativa de Lula de se eleger presidente.

O Proer vigorou entre o fim de 1995 e meados de 2001 para consertar um problema específico, causado, em grande parte, por quem implantou tal programa. Não tem nenhuma relação com a economia hoje simplesmente porque de lá para cá decorreram cerca de nove anos, durante os quais o que fez os bancos ganharem dinheiro e se solidificarem foi a adoção de regras estritas deste governo que impediram que os banqueiros fizessem suas diabruras suicidas.

Tão intragável quanto essa reiterada conversa fiada do impopular ex-presidente, reprovada por nada mais, nada menos do que por 76% dos brasileiros, é a conversa dele sobre metas de inflação e lei de responsabilidade fiscal serem méritos seus, quando, na verdade, foram imposições do FMI durante as auditorias mensais que a instituição vinha fazer da economia brasileira à época em que FHC governava.

Mas o que causa engulhos mesmo é o séquito de bajuladores da imprensa aliada do PSDB que nos próximos dias tratará de tentar obter êxito onde o bibelô dos chefes desse séquito irá falhar mais uma vez. Assim, essa velha cantiga que os jornais publicam hoje será repetida intensamente e à exaustão por mais uma semana, no mínimo. Depois, voltará ao ritmo normal e mais lento de repetições diárias nessa mesma imprensa.

A despeito disso, FHC continuará repudiado pela sociedade, que se nega a acreditar no discurso dele e de seus jornais, revistas, rádios, TVs e portais de internet, como vem demonstrando a cada pesquisa de opinião e a cada eleição presidencial nos últimos quase oito anos. Por mais que FHC, seu partido e sua imprensa entoem essa velha cantiga sem parar, o povo se recusa a ouvi-la.


Escrito por Eduardo Guimarães às 11h47

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#26 Mensagem por Carnage » 04 Jul 2010, 18:31

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... ost_id=494
Por que o governo FHC deu errado

FHC teve a audácia de assumir o modelo neoliberal adotado por François Mitterrand, a partir do seu segundo ano de governo, e por Felipe Gonzalez, desde o começo. Acreditou no Consenso de Washington, de que qualquer governo “sério” teria que adotar as suas recomendações, não apenas cuidando dos desequilíbrios fiscais, mas centrando seu governo na estabilidade monetária.

A passagem dos governos Thatcher e Reagan aos de Blair e Clinton dava a impressão a um observador superficial que, qualquer que fosse o governo, o ajuste fiscal seria o seu eixo. Que haveria que terminar com os direitos sociais sem contrapartidas – como tinha feito Clinton, ao dar por terminado o Estado de bem estar social, instalado por Roosevelt.

Para isso, no Brasil, seria preciso atacar o Estado herdado de Getúlio e os movimentos sociais, que certamente defenderiam os direitos sociais a serem atacados, para recompor as contas públicas. Até ali, os tucanos tinham dado passos tímidos primeiro nessa direção, com o “choque de capitalismo” do Covas em 1989, passaram a atitudes mais audazes, como a entrada de uma avançada do partido no governo Collor – entre eles, Celso Lafer, Sergio Rouanet -, preparando o desembarque oficial, de que se salvaram pelo veto do Covas e pela queda do Collor.

Chamado pelo desorientado – até hoje – Itamar, FHC assumiu, eufórico, a globalização neoliberal como “o novo Renascimento da humanidade” (sic), nas suas próprias palavras. Era um destino inexorável, que a “atrasada” esquerda brasileira não percebia e seria esmagada pela nova onda. Seu vocabulário desqualificador das divergências, sua empáfia privatizadora, sua truculência ao mudar o nome da Petrobrás para torná-la um “global player” e privatizá-la, revelavam a auto- confiança daquele que representava a voz inteligente da “terceira via” nas periferias da vida, que convivia com Blair, Clinton e companhia nos seus ágapes globais.

Confiou-se de tal maneira de que o controle monetário, a partir da caracterização tentadora de que “a inflação é um imposto aos pobres”, que embora tivesse a sua mulher encarregada de políticas sociais – no estilo mais tradicional das primeiras damas -, o peso dessas nunca passou do figurino e do marketing, sem efeito algum que se contrapusesse à desigualdade social, acelerada no seu governo, uma vez passados os efeitos imediatos do controle da inflação. Um economicismo barato dominou seu governo – que ao contar com o coro unânime da imprensa, com a maioria absoluta no Congresso e com o apoio internacional, - acreditava no seu sucesso inevitável.

Afinal, Mitterrand e Felipe Gonzalez tinham se perpetuado por mais de uma década no governo dos seus países, Clinton e Blair gozavam também de grande popularidade, a adesão de forças tradicionais ao neoliberalismo parecia dar certo na Argentina, no México, no Chile. Não haveria alternativa ao Consenso de Washington e ao Pensamento Único, como havia previsto Margareth Thatcher – parecia estar plenamente convencido FHC, ainda mais quando foi reeleito no primeiro turno em 1998 – com pressa, porque a crise já era iminente e o Malan já negociava nova Carta de Intenções com o FMI, preparando-se para levar as taxas de juros, em janeiro de 1999 aos estratosféricos 48%, sem nenhum protesto do ministro José Serra.

Os primeiros anos da estabilização monetária foram os de auge de FHC, que lhe propiciaram um segundo mandato, mas naquele momento já havia iniciado seu declínio. As Cartas de Intenções do FMI, a profunda convicção nas teses do Estado mínimo, da predominância do mercado, nas privatizações, na abertura da economia, levaram o país a uma profunda e prolongada recessão, ao mesmo tempo em que o próprio sucesso do controle da inflação começava a desandar.

Serra não era o candidato da predileção de FHC, entre os dois travou-se uma dura guerra, quando a saúde afastou Covas da parada. Mas qualquer que fosse o candidato, teria perdido para Lula naquele momento. Serra tentou não arcar com o ônus do governo FHC e FHC tentou dizer que a derrota era do Serra e dele. Mas, abraçados ou não, os dois foram a pique.

Essa derrota pesa definitivamente sobre o destino tucano. Não tiveram capacidade de conquista de bases populares mais além da estabilidade monetária, até porque não tinham plano de retomada do desenvolvimento – palavra totalmente enterrada por eles – e de distribuição de renda. Foram derrotados pelo seu sucesso efêmero e artificial, financeiro, especulativo.

Hoje, quando a depressão da derrota – agora inevitável – domina o ninho tucano, os ataques, as cotoveladas e caneladas sobram para todo lado. Certamente consciente da derrocada do Serra, FHC se apressou a dizer, antes mesmo da divulgação da pesquisa do Ibope, que via com sérias preocupações as possibilidades do candidato tucano, apesar de que ele tinha “ajudado”. Deixava o cadáver para os outros, aqueles que tentaram esconde-lo, a ele e a seu governo. Imaginem-se as palavras que Serra deve ter reservado para FHC, que na hora da débâcle, lhe dá as costas.

A escolha do vice tornou-se um calvário. Não se trata agora de escolher um vice que consiga votos, mas um que tire menos votos e, conforme a indecisão foi aumentando a lista de pré-candidatos, descontente a menor gente. Chega-se ao que a pesquisa do Datafolha os tinha livrado, aparentemente: o de chegar a uma Convenção em queda livre nas pesquisas e sem o Aécio.

O governo FHC deu errado como o neoliberalismo deu errado. Sua derrota e a crise final dos tucanos representam isso. Por isso, a vitória da Dilma tem que ser a vitória da esquerda e do campo popular, da superação do neoliberalismo, do fortalecimento do Estado, do desenvolvimento econômico e social, do Brasil soberano, da construção de uma sociedade justa, solidária e próspera.

Postado por Emir Sader às 05:08

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#27 Mensagem por Carnage » 18 Jul 2010, 17:17

http://www.cartacapital.com.br/app/colu ... 2=5&i=7280
O problema dos ex

08/07/2010 17:35:07
Marcos Coimbra

Poderíamos aprender com os americanos a lidar com os que ocuparam a Presidência da República. Lá eles não incomodam


Um dos problemas brasileiros (certamente não o maior) são nossos ex-presidentes. Vira e mexe, um deles causa algum embaraço. Fala o que não deve, se comporta de maneira inconveniente, dá maus exemplos.
Poderíamos aprender com os americanos a lidar com eles. Lá, faz tempo que não incomodam. Os contribuintes pagam para que não sejam forçados a lutar pela sobrevivência, lhes dão um gordo estipêndio e provêm a todos de amplas condições para que se dediquem a fazer nada.

Ficam à frente de suas fundações, disponíveis para missões humanitárias, participações esporádicas no debate público e, se tiverem aptidão, enriquecer no circuito internacional de palestras e consultorias. Os que terminam bem seus mandatos, como Bill Clinton, continuam a merecer o carinho de todos. Os que não, somem (como o último Bush).

Por aqui, quanta diferença! José Sarney zelava pela liturgia do cargo até no corte de seus jaquetões. Se tivesse o mesmo cuidado com verbas públicas e nomeações depois que saiu do Planalto, ninguém reclamaria dele. Fernando Collor era tão jovem e ficou tão pouco tempo no cargo que era natural que quisesse disputar outras eleições. O que não precisava é que fossem tantas, desde projetos bizarros como a prefeitura de São Paulo, ao de agora, de mais uma tentativa de voltar ao governo de Alagoas. Nessa vontade de permanecer a todo custo na vida política, Itamar Franco se parece com ele. Já foi governador de Minas Gerais e, neste ano, pretende ser senador outra vez, mesmo sabendo que o tempo passa para todos.

Ainda bem que os presidentes-ditadores tiveram a boa educação de morrer. Dá para imaginar o que seria se tivessem a longevidade de um Oscar Niemeyer? Contando todos, inclusive os três da Junta Militar, até seis poderiam estar vivos, dois (Geisel e Figueiredo) provavelmente. Quantas conspirações e articulações não estariam fazendo!

E Fernando Henrique? O mais recente e mais ilustre?

Faz tempo, mas FHC já foi considerado o mais importante cientista social do País. Todos gostavam dele, alguns com a exuberância de Glauber Rocha, que o chamava de “príncipe da sociologia brasileira”. E não era só no Brasil que tinha renome. Era respeitado internacionalmente, autor de livros que marcaram mais de uma geração.

De quem esperar uma atuação notável como ex-presidente senão daquele que mais se distinguira antes de assumir o cargo? Com sua biografia, era natural esperar que estabelecesse o padrão para seus sucessores. Depois dele, todos saberiam o que era ser um ex-presidente da República.

Semana passada, Fernando Henrique publicou mais um artigo, como tem feito com frequência nos últimos meses. É sua maneira de intervir no debate sucessório, pois a campanha Serra vê com preocupação qualquer movimento seu de maior aproximação. Ela já tem problemas de sobra com a administração da imagem negativa do ex-presidente e não quer que o candidato seja ainda mais identificado com ele.

No texto, intitulado “Eleição sem maquiagem”, FHC rea-liza uma proeza de malabarismo intelectual: consegue ser, ao mesmo tempo, um sociólogo que abdicou da sociologia e um ex-presidente que não governou.

Chega a ser fascinante ver como descreve os graves riscos que confrontam hoje o Brasil, aos quais o governo Lula estaria respondendo com uma atitude de otimismo irresponsável: “Tudo grandioso. Fala-se mais do que se faz”. Para ele, “a encenação para a eleição de outubro já está pronta. Como numa fábula, a candidata do governo, bem penteada e rosada, quase uma princesinha nórdica, dirá tudo o que se espera que ela diga, especialmente o que o mercado e os parceiros internacionais querem ouvir”.

O comentário é misógino, pois ele nunca se referiria a questões de aparência se o PT tivesse um homem como candidato (por mais vaidoso e preocupado com a aparência que fosse) e não uma mulher. Seu tom choca quem conheceu o Fernando Henrique soció-logo, sempre progressista.

Mas o mais extraordinário é ver como apagou da memória o que foi seu governo e as duas eleições presidenciais que ganhou. Será que esqueceu de como aconteceu sua primeira vitória, uma avalanche provocada pelo Real- lançado 90 dias antes, naquela que foi a eleição onde fatores não políticos mais interferiram no resultado? Será que não lembra como foi a reeleição, escorada em um câmbio artificialmente mantido pelos “parceiros internacionais”, que estourou três meses depois da apuração dos votos?

É ótimo que proponha eleições sem maquiagem. Mas é impossível levá-lo a sério, enquanto não estiver disposto a enfrentar suas verdades. Como ele mesmo diz: assumir a responsabilidade pelo que fez e deixou de fazer, mais do que falar.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Tricampeão
Forista
Forista
Mensagens: 13803
Registrado em: 22 Set 2005, 16:06
---
Quantidade de TD's: 56
Ver TD's

#28 Mensagem por Tricampeão » 18 Jul 2010, 20:56

FHC é, sem dúvida alguma, o pior ex-presidente da história do Brasil.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Re:

#29 Mensagem por Carnage » 19 Jul 2010, 21:46

Tricampeão escreveu:FHC é, sem dúvida alguma, o pior ex-presidente da história do Brasil.
Pior que o Collor ou o Sarney??

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Re: DESMISTIFICANDO FHC

#30 Mensagem por Carnage » 20 Jul 2010, 22:14

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=16809
O real da miséria e a miséria do Real

Na trajetória dos últimos 18 anos, só o governo Lula reduziu a pobreza de forma contínua e acentuada. Itamar e FHC tiveram, cada qual, apenas 1 ano de efetiva redução da pobreza: Itamar (que teve pouco mais de 2 anos de governo), em seu último ano (1994), e FHC, em seu primeiro ano (1995). Os números desmentem categoricamente a afirmação de que a miséria e as desigualdades no Brasil vêm caindo “desde o Plano Real”, como é comum encontrar inclusive entre analistas econômicos. O artigo é de Antônio Lassance.

Antonio Lassance (*)


[ external image ]

O gráfico acima merece ser emoldurado. Ele representa os avanços que o Brasil alcançou até o momento na luta pela redução da miséria.

Antes de mais nada, é preciso dar os devidos créditos. O gráfico tem como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), colhidos, organizados e divulgados pelo IBGE. São sistematicamente trabalhados pelo IPEA, que tem grandes estudiosos sobre o tema da pobreza, assim como pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas-RJ.

Graças a esses estudos se pode, hoje, visualizar se estamos avançando ou retrocedendo; se o Brasil está resgatando seus pobres ou produzindo quantidades cada vez maiores de pessoas que ganham menos que o estritamente necessário para sobreviver; gente que se encontra sob situação de insegurança e vulnerabilidade.

Os números e a trajetória que os liga permitem não só uma fotografia da miséria, mas também um retrato do que os governos fizeram a esse respeito. Serve até de exame para um diagnóstico do bem estar ou do mal estar que as políticas econômicas podem causar à nossa sociedade.

Descritivamente: esta linha sinuosa decresce em ritmo forte em 1994 e 1995, quando estaciona. Depois de 1995, a queda deixa de ter continuidade e, salvo pequenas oscilações, os patamares de miséria ficam estáveis pelos sete anos seguintes, até 2002. Depois de 2003, ocorre uma nova trajetória descendente e, desta vez, sustentada, pois se mantém em queda ao longo de sete anos.

Na trajetória dos últimos 18 anos, só o governo Lula reduziu a pobreza de forma contínua e acentuada. Itamar e FHC tiveram, cada qual, apenas 1 ano de efetiva redução da pobreza: Itamar (que teve pouco mais de 2 anos de governo), em seu último ano (1994), e FHC, em seu primeiro ano (1995).
O gráfico desmente categoricamente a afirmação de que a miséria e as desigualdades no Brasil vêm caindo “desde o Plano Real”, como é comum encontrar inclusive entre analistas econômicos, principalmente aqueles que são mais entusiastas do que analistas e, a cada 5 anos, comemoram o aniversário do plano como se fosse alguém da família.

O Plano Real conseguiu reduzir a miséria apenas pelo efeito imediato e inicial de retirar do cenário econômico aquilo que é conhecido como “imposto inflacionário”: o desconto compulsório, que afeta sobretudo as camadas mais pobres, ao devorar seus rendimentos. Retirar a inflação do meio do caminho foi importante, mas insuficiente.

No governo FHC, a miséria alcançou um ponto de estagnação. Uma estagnação perversa, que deu origem, por exemplo, à teoria segundo a qual muitos brasileiros seriam “inimpregáveis”. Para o discurso oficial, o problema da miséria entre uma parte dos brasileiros estaria, imaginem, nos próprios brasileiros. A expressão era um claro sinônimo de “imprestáveis”: pessoas que não tinham lugar no crescimento pífio daqueles 8 anos. Era um recado a milhões de pessoas, do tipo: "não há nada que o governo possa fazer por vocês". "Se virem!"

O governo Lula iniciou uma nova curva descendente da miséria no Brasil e a intensificou. Sua trajetória inicial foi mais íngrime do que a verificada no início do Plano Real e, mais importante, ela se manteve em declínio ao longo do tempo. Por trás dos números e da linha torta, está o regate de milhões de brasileiros.

A razão que explica essa trajetória está no conjunto de políticas sociais implementadas por Lula, como o Fome Zero, o Bolsa Família, a bancarização e os programas da agricultura familiar, além da melhoria e ampliação da cobertura da Previdência.

No campo econômico, além de proteger as camadas sociais mais pobres da volta do imposto inflacionário (estabilidade macroeconômica), houve uma política sistemática de elevação do salário mínimo e, a partir de 2004, patamares mais significativos de crescimento econômico, com destaque nas regiões mais pobres, que cresceram em ritmo superior à média nacional - em alguns casos, superior ao ritmo chinês.

O governo FHC, sem políticas sociais robustas e integradas e com índices sofríveis de crescimento econômico, exibiu uma perversa estabilidade da miséria. Se lembrarmos bem, ao final de seu mandato, a economia projetava inflação de dois dígitos, os juros (Selic) superavam os 21% ao ano (haviam batido em 44,95% em 1999), a crise da desvalorização cambial fizera o dólar disparar, as reservas estavam zeradas e o País precisara do FMI como avalista. Por isso se pode dizer que a característica principal do Governo FHC não foi propriamente a estabilidade macroeconômica. Foi o ajuste fiscal e a estabilidade da miséria.

Por sua vez, a tríade crescimento, estabilidade e redução da miséria, prometida por Lula na campanha de 2002, aconteceu. Se alguém tinha alguma dúvida, aí está a prova.

(*) Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Responder

Voltar para “Assuntos Gerais - OFF Topic - Temas variados”