Governo Collor:
Hélio Jaguaribe, então Secretário Geral do PSDB, foi ministro do Collor.
Celso Lafer, membro da executiva nacional do PSDB, foi ministro do Collor.
Antonio Kandir, deputado federal pelo PSDB e membro da executiva do PSDB, foi Secretário da Fazenda do Collor.
FHC só não foi ministro do Collor porque o Mário Covas ameaçou deixar o partido caso FHC assumisse qualquer cargo no Governo Collor.
Sarney:
Os líderes do PSDB de agora, apoiaram o governo Sarney e ocuparam vários cargos de destaque, inclusive vários ministérios (Bresser Pereira, Dorothea Werneck, Dante de Oliveira, Ronaldo Costa Couto, etc.)
Sarney e seu grupo eram da base de apoio ao governo FHC e, até seu filho, Zequinha Sarney, foi ministro de FHC.
O PMDB fez parte do grupo de apoio ao governo FHC ocupando vários ministérios.
Renan Calheiros foi Ministro no Governo FHC.
O PP do Paulo Maluf também era do grupo de apoio ao FHC ocupando, inclusive, dois ministérios ( do Trabalho com Francisco Dornelles e da Agricultura com Pratini de Moraes)
Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
Regras do fórum
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OBS: Informação baseada nos relatos dos usuários do fórum. Não há garantia nenhuma que as informações sejam corretas ou verdadeiras.
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
MEMÓRIA CURTA (telhado de vidro)
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
Srs
Será que a D. Dilma sabe da importância de São Paulo (mesmo que apenas em números) nesta eleição????
Um abç a todos
Será que a D. Dilma sabe da importância de São Paulo (mesmo que apenas em números) nesta eleição????
É claro que a amiga da Erenice sabe que, com o Nordeste no bolso de um e o Sul no bolso do outro, as "bestas" de São Paulo podem definir esta eleição. Por que será que Lulinha, o "todo-poderoso", não domina o seu estado de origem???19/10/2010
às 7:15
Para“Blog da Dilma”, os paulistas são “BESTAS”
O Blog da Dilma, que se intitula “o maior portal de Dilma na Internet”, postou ontem o seguinte título para atacar Serra: “Zé Pedágio pensa que os nordestinos são bestas como os paulistas”. Quando percebeu a mancada, tirou o troço do ar. Mas, na Internet, sempre é tarde demais. Eis aí.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ ... 00x207.jpg
Esse é aquele mesmo blog que fez um ataque boçal a Marina Silva, chamando-a de “traidora” e afirmando que Dilma queria dar comida ao povo, enquanto a candidata verde só prometia oxigênio…
Por Reinaldo Azevedo
Um abç a todos
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
Prezado FURA-OLHO,
Tem uma matéria interessante que postei e talvez, você não teve a oportunidade de ver.
Tem uma matéria interessante que postei e talvez, você não teve a oportunidade de ver.
Sempre Alerta escreveu:Por que será que a EDITORA ABRIL/Veja ataca tanto o Governo Lula e a candidata Dilma?????
O mensalão da Editora Abril
Daniel Bezerra
Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras. Veja algumas das mamatas:
- DO [Diário Oficial] de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara ‘inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola’.
- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.
- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.
- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.
- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data daassinatura: 08/09/2008.
- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.
- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.
- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.
- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.
- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.
Negócios de R$ 34,7 milhões.
Somente com as aquisições de quatro publicações “pedagógicas” e mais as assinaturas da Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 (34 milhões, 704 mil, 472 reais e 52 centavos). A maracutaia é tão descarada que o Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.
Esta “comprinha” representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do ‘barão da mídia’ Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, outra publicação do grupo.
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
Mais sobre a bolinha de papel e o rolo de fita crepe que substituiram a discussão séria na campanha eleitoral mais besta que este país já viu:
viewtopic.php?f=12&t=66156&p=1397006#p1397006
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ta-do-psdb
http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje ... e-1.190261
http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje ... e-1.190542
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... rito-da-pf
http://www.cartacapital.com.br/destaque ... -da-logica
A história da nota do PSDB
Enviado por luisnassif, qui, 21/10/2010 - 21:35
Da série "presidente do PSDB sofre".
Eduardo Jorge vazou trechos do inquérito da Polícia Federal para a Folha. Na reportagem publicada, informava que, quando levantou os dados, Amaury Ribeiro Jr ainda trabalhava para o jornal o Estado de Minas - estreitamente ligado ao ex-governador mineiro Aécio Neves.
Em Minas, tomou-se o vazamento como uma agressão do PSDB paulista ao mineiro. Interlocutores de Andréa Neves - irmã de Aécio e eminência parda de seu governo - informaram sobre o grau de indignação contra Eduardo Jorge e a banda serrista do PSDB. Principalmente depois que teve acesso ao depoimento de Amaury e constatou que, ao contrário do que foi divulgado, em nenhum momento o repórter mencionou que a operação visaria proteger Aécio das armações de Serra.
Para contornar a situação, Sérgio Guerra soltou a nota abaixo que, em que pesem as acusações contra o PT, visou apenas dar satisfações ao pessoal do Aécio.
Nota do PSDB
Presidente e candidata petista devem explicações ao País sobre quem autorizou negociações de contratos para espionagem
O Brasil assiste atônito à mais grave evidência de uso político e partidário das instituições do Estado, agravada pela manipulação de documentos oficiais sob responsabilidade direta do Poder Público.
Primeiro, o presidente da República anuncia ao País que a Polícia Federal se pronunciará sobre a investigação a respeito da quebra do sigilo fiscal de integrantes do PSDB, numa demonstração explícita de que o conteúdo do posicionamento de uma investigação policial, que se pretendia isenta e sigilosa, seria favorável ao seu partido, o PT.
O Brasil então quer saber:
Se o assunto é tão relevante a ponto de merecer a participação direta do presidente da República, por que a Polícia Federal não divulgou a íntegra dos depoimentos?
A resposta é simples. A leitura dos depoimentos joga por terra toda a farsa montada pelo PT para esconder as vergonhosas e inaceitáveis ações que ocorreram verdadeiramente dentro do comitê da campanha da candidata Dilma Rousseff, em Brasília.
Nas últimas 24 horas o PT, o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff usaram de todos os meios para dizer aos brasileiros que a criminosa ação de venda e de vazamento de dados sigilosos da Receita Federal ocorreu a partir de uma disputa interna do PSDB entre José Serra e Aécio Neves. Disseram isso publicamente a jornalistas e aos eleitores brasileiros.
A candidata Dilma Rousseff afirmou literalmente que o jornalista sob investigação, Amaury Ribeiro Júnior, em seu depoimento à Polícia Federal, teria declarado “que fez o trabalho dentro de um conflito entre dois candidatos à presidência dos tucanos”. Dilma avalizou perante o País inteiro a versão de que o vazamento de dados fiscais da família de José Serra foi uma iniciativa com o objetivo de proteger o governador Aécio Neves contra dossiês feitos por pessoas ligadas ao governador Serra.
A leitura do depoimento prestado pelo jornalista à Polícia Federal, no entanto, revela exatamente o contrário e joga por terra a tentativa do PT de fraudar a verdade: em nenhum momento o jornalista disse ter feito qualquer investigação com o objetivo de proteger o governador de Minas de ações de pessoas ligadas ao governador Serra.
O depoimento é inequívoco ao mostrar as digitais dos responsáveis por negociações e estratégias inaceitáveis num processo de disputa eleitoral de um País democrático. Os nomes estão declarados pelo jornalista e não são de tucanos, e sim do PT.
O depoimento do jornalista Amaury Ribeiro Júnior traz revelações importantes e necessárias para conhecimento e reflexão dos eleitores brasileiros. São elas:
1- O jornalista diz textualmente que houve pelo menos duas reuniões de integrantes do comitê da campanha de Dilma Rousseff, com data, hora e endereços identificados em Brasília, com o objetivo de contratar serviços de espionagem contra José Serra.
2- Que o comitê da candidata Dilma analisou propostas financeiras feitas para contratação de serviços de espionagem contra integrantes do próprio PT e contra integrantes do PSDB.
3- Que havia uma disputa interna por poder entre dirigentes do PT dentro do comitê da candidata em Brasília.
4- E, por fim, o jornalista atribui claramente a Rui Falcão, do PT, o vazamento dos dados fiscais obtidos por ele.
O depoimento do jornalista revela mais:
Que a obtenção dos dados fiscais ocorreu no final de setembro em data na qual Amaury Ribeiro Júnior, não trabalhava mais para o jornal Estado de Minas. Documentos da empresa mostram que o jornalista encontrava-se em férias, tendo voltado em 14 de outubro para pedir demissão.
Que enquanto trabalhava no jornal, suas despesas eram custeadas pela empresa e, durante o período das férias, suas despesas passaram a ser custeadas por pessoas. Quem pagava as despesas de Amaury? Por que ele sempre passava por Brasília antes de seguir para São Paulo, conforme demonstra a investigação?
As perguntas que o País quer ver respondidas são de quem era o dinheiro que despachante Dirceu Rodrigues Garcia disse à Polícia Federal ter recebido em sua conta corrente em agosto deste ano?
O presidente da República e Dilma Rousseff devem ainda explicar ao País quem autorizou a integrantes do comitê da candidata a fazer negociações de contratos para espionagem e que envolveriam até a contratação de transporte de dinheiro de Caixa 2, conforme afirmou o jornalista em seu depoimento à Polícia Federal.
Todos, incluindo o PSDB, esperam os esclarecimentos que se fazem necessários e urgentes ao País.
Senador Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB
Brasília, 21 de outubro de 2010.
http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje ... e-1.190261
Dossiê contra Serra foi tramado no Estado de Minas
Pasta começou a ser montada depois que o deputado Marcelo Itagiba inicia suposta investigação sobre Aécio Neves
Alexandre Simões e Alex Capella - Coordenadores - 21/10/2010 - 08:45
Relatório da Polícia Federal (PF), divulgado na quarta-feira (20), sinaliza que a montagem do chamado “dossiê tucano” foi acertada em 2009, em Brasília, quando o jornalista Amaury Ribeiro Júnior descobriu que o deputado Marcelo Itagiba (RJ) reuniu um grupo de espionagem, a serviço de José Serra, para devassar a vida do ex-governador de Minas Aécio Neves. Mas a documentação começou a ser reunida bem antes, no início de 2008, em Belo Horizonte.
No primeiro trimestre de 2008, muito antes de se decidir sobre os possíveis candidatos à Presidência, o dossiê já era montado na capital mineira. A investigação do jornalista mirava as movimentações financeiras das empresas ‘Decidir.com’, com sede nas Ilhas Virgens, e Patagon, na Argentina.
Repórter especial do jornal “Estado de Minas”, Amaury Ribeiro Júnior foi o responsável pelo levantamento, com base nos dados produzidos durante as investigações da CPI do Banestado, iniciada em 2003, sobre a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais entre 1996 e 2002 – cerca de US$ 84 bilhões.
Ainda no início de 2008, durante a produção do dossiê, Amaury Ribeiro Júnior manteve contato com José Serra, em São Paulo, depois de fazer todas as apurações das movimentações das duas empresas suspeitas de lavagem de dinheiro, e que pertenciam a Verônica Serra, filha de Serra, e Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity. Com o conhecimento do dossiê, Serra viajou para Belo Horizonte, onde participou das comemorações dos 80 anos do jornal “Estado de Minas”, em festa no Palácio das Artes para 2 mil convidados.
Além dele, outro governador presente foi José Roberto Arruda, do Distrito Federal, cotado para ser o vice de Serra, indicado pelo DEM, numa chapa com o PSDB. Arruda acabou perdendo o seu mandato no ano passado, após série de denúncias contra seu Governo. Estava presente ainda seu vice, Paulo Octávio, que também caiu.
O assunto dominante na noite foi o recado a José Serra dado, indiretamente, em discurso pelo diretor do jornal, Álvaro Teixeira da Costa: “Não mexa com Minas, que Minas reage” – referência à possível espionagem de Itagiba contra Aécio Neves.
No final do ano passado, quando os nomes da corrida presidencial estavam praticamente definidos, o jornalista deixou o jornal. A notícia do dossiê chegou à cúpula tucana. O caso foi abafado.
Com a documentação em mãos, Amaury Ribeiro Júnior se encontrou com Luiz Lanzetta, responsável, até então, pela coordenação de comunicação da campanha de Dilma Rousseff à Presidência. O encontro aconteceu em abril, em Brasília. Amaury confirmou que, durante o período em que ficou em Brasília, negociou com a equipe da pré-campanha de Dilma Rousseff. O jornalista ficou hospedado num flat e as despesas teriam sido pagas por “uma pessoa do PT” ligada à candidatura governista.
A notícia de que Lanzetta participava da montagem do dossiê fez com que a direção do PT o afastasse. Ele deixou a campanha em junho, após a revelação do caso, negando participação na reunião dos documentos, que havia começado em 2008. Até o final de 2009, o levantamento em torno da movimentação de recursos feita pelas empresas da filha de Serra e da irmã de Dantas já estava concluído. Em nota, a PF afirma que ficou constatado que os dados do dossiê foram utilizados para elaboração de relatórios, “mas não foi comprovada sua utilização na campanha política”.
Por meio de sua assessoria, o senador eleito Aécio Neves rechaçou, ontem, qualquer ligação com o episódio, e disse que a prática de quebra de sigilo nunca fez parte de sua trajetória política, “em mais de 20 anos de vida pública”. Itagiba também negou ter participado de um grupo de espionagem a serviço de Serra. O jornal “Estado de Minas” “entende que isso (denúncias) é normal e recorrente às vésperas da eleição”.
Conforme a PF, Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil ao despachante paulista Dirceu Garcia para obter as informações sobre os tucanos entre setembro e outubro de 2009. O jornalista não revelou de onde teria saído o dinheiro. A PF ouviu 37 pessoas. Amaury Júnior pode ser indiciado por violação de sigilo funcional e corrupção.
Dutra nega ligação com quebra de sigilo
BRASÍLIA – Presidente do PT, José Eduardo Dutra voltou a negar nesta quarta-feira qualquer envolvimento do partido e da presidenciável Dilma Rousseff na elaboração de dossiês relacionados ao caso Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB. Ele disse que o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, apontado pela Polícia Federal como mandante da quebra de sigilo fiscal de Eduardo Jorge, nunca trabalhou na campanha.
“O único contrato dele era com o (Luiz) Lanzetta (dono da Lanza Comunicação), que era contratado pela campanha. Mas eu nem conheço o Amaury. A nossa afirmação é a mesma desde o início. Nunca encomendamos ou mandamos elaborar um dossiê”, disse Dutra, aproveitando para acusar o próprio PSDB. “Parece mais uma briga instalada dentro do tucanato que quiseram colocar no nosso colo”.
A investigação da Polícia Federal, praticamente concluída, informa que o jornalista levantou as informações para o jornal “Estado de Minas”. Na época, outubro do ano passado, ele trabalhava para o jornal. Amaury pagou R$ 12 mil ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia que, a partir de uma rede de auxiliares, obteve os dados de Eduardo Jorge na Receita Federal.
Em depoimento de oito horas à Polícia Federal, Amaury disse que ano passado, quando estava no “Estado de Minas”, foi escalado para investigar um suposto esquema de espionagem, contra o ex-governador Aécio Neves (PSDB), que teria sido montado por um suposto grupo do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a Serra. Ele e Aécio eram potenciais candidatos do PSDB à presidência da República. O jornalista disse que, ainda em outubro do ano passado, entregou um relatório do caso ao “Estado de Minas” e deixou o jornal. As informações não foram publicadas.
No início deste ano, Amaury, que mantinha cópia do relatório em seu computador pessoal, foi chamado pelo empresário Luiz Lanzetta para montar uma equipe de inteligência da campanha de Dilma Rousseff. A tarefa seria conter vazamentos de informações do comitê central da campanha da ex-ministra.
A formação da equipe de inteligência – que contaria com a participação do sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Mathias, o Dadá, e o delegado aposentado da Polícia Federal Onésimo Souza – foi abortada antes da criação do grupo. Lanzetta se desentendeu com Onézimo sobre valores e o tipo de serviço que seria prestado.
Depois da briga, o caso foi tornado público e se transformou num dos grandes escândalos da campanha eleitoral. A partir daí, os deputados José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Marcelo Itagiba pediram à PF para investigar a denúncia. Sete pessoas já foram indiciadas.
Serra atribui autoria a petistas
RIO DE JANEIRO – O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou que a quebra de sigilo de tucanos e seus familiares foi “uma ação direta ou terceirizada da campanha do PT”. “Esse cidadão (o jornalista Amaury Ribeiro Júnior) foi imediatamente contratado pelo PT para levar o seu know how, fruto das suas espionagens. Seja a que ele fez ou a que ele iria fazer”.
Por meio de nota, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o PT, “na sua enorme arrogância, acha que o Brasil é feito de tolos”. O senador alega que, a poucos dias das eleições, “justamente no momento em que José Serra e Aécio Neves percorrem juntos o Brasil na defesa de um país mais ético e mais justo, o PT tenta ressuscitar mais um factoide que tem como único objetivo provocar a divisão das forças que se unem pela vitória de José Serra”.
Ainda na nota, o tucano afirma que a denúncia é uma “nova tentativa do PT demonstrar, na verdade, a gravidade dos fatos ocorridos no âmbito da coordenação da campanha da candidata Dilma Rousseff e, agora devidamente comprovados, merecem o repúdio das forças democráticas brasileiras”.
O presidente do PSDB garantiu que a criação de grupos de espionagem “não é prática das campanhas do PSDB em Minas, São Paulo ou de qualquer outro Estado”. Conforme Guerra, o “PT dá mais uma mostra de uso político das instituições do Estado, de como usa o Governo para atender a seus objetivos políticos”. O tucano afirmou também que, embora o depoimento não tenha sequer sido divulgado, “o PT se apressa em espalhar versões”.
Dossiê tucano
Origem em BH
2008
- Antes de se decidir os possíveis candidatos à Presidência, um dossiê começou a ser montado em Belo Horizonte. A intenção era de levantar a movimentação financeira das empresas Decidir.com., com sede nas Ilhas Virgens, e Patagon, na Argentina.
- Jornalista com vínculo profissional com o jornal “Estado de Minas”, Amaury Ribeiro Júnior foi o responsável pelo levantamento do material, com base na CPI do Banestado, em 2003. A CPI investigou a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais entre 1996 e 2002, num total de cerca de US$ 84 bilhões.
- Durante a produção do dossiê, o jornalista manteve o contato com José Serra, em São Paulo, depois de fazer todas as apurações das movimentações das duas empresas. A Decidir.com e Patagon eram das sócias Verônica Serra, filha de Serra, e de Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity.
- Com o conhecimento do dossiê, Serra viajou para Belo Horizonte para participar das comemorações dos 80 anos do jornal “Estado de Minas”. Além dele, outro governador presente foi José Roberto Arruda, do Distrito Federal, cotado para ser o vice indicado pelo DEM numa chapa com o PSDB. Arruda acabou perdendo mandato.
O assunto dominante na noite era o recado claro a José Serra, dado inclusive, indiretamente, no discurso de um dos diretores do jornal, que garantiu: “Não mexa com Minas, que Minas reage”.
Conclusões da PF
2009
- Os dados dos tucanos foram encomendados pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior. jornalista não só fazia a encomenda dos dados obtidos ilegalmente em agências da Receita em São Paulo, mas ia a capital paulista buscar os documentos. As viagens eram pagas pelo jornal.
- Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia, que trabalha em São Paulo. A PF não sabe de onde saiu o dinheiro.
- Garcia confirmou que Amaury pagou pelos dados do genro de José Serra, Alexandre Bourgeois, do dirigente tucano Eduardo Jorge, das sócias Verônica Dantas e Verônica Serra, além de outros integrantes do PSDB.
- O jornalista decidiu fazer a investigação depois de descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria comandando um grupo de espionagem a serviço de José Serra para devassar a vida do ex-governador Aécio Neves que tinha a intenção de disputar a Presidência.
- Depois de deixar o emprego no jornal, no final de 2009, o jornalista participou de uma reunião, em abril passado, com integrantes da pré-campanha de Dilma Rousseff, em Brasília.No encontro, estava presente o delegado Onésimo de Souza.
- O delegado afirmou à polícia que foi chamado para cuidar da segurança do escritório do jornalista Luiz Lanzetta, responsável, até então, pela coordenação de comunicação da campanha de Dilma. Lanzetta deixou a campanha em junho, após a revelação do caso, negando que teria participado da criação do dossiê.
http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje ... e-1.190542
PF descobre que Estado de Minas pagou passagens do jornalista do dossiê
Jornal arcou com despesas até julho de 2009, e as demais foram quitadas pelo funcionário Marcelo Augusto de Oliveira
Da Redação - 21/10/2010 - 23:43
O Jornal Estado de Minas pagou as passagens aéreas do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que encomendou a violação dos sigilos fiscais dos tucanos. Em depoimento à Polícia Federal, Amaury afirmou que deixou oficialmente o jornal em 16 de outubro, tendo gozado férias de 30 dias antes disso. A quebra dos sigilos fiscais dos tucanos ocorreu entre 29 de setembro e 8 de outubro. As passagens foram faturadas pela agência de viagens Primus, que presta serviços ao jornal.
De acordo com o inquérito da Polícia Federal, uma declaração da agência de turismo confirma que o Estado de Minas só pagou, em nome da empresa, viagens para Amaury até julho do ano passado. A partir de setembro, os bilhetes, inclusive os adquiridos no período da quebra do sigilo fiscal, foram faturados em nome de Marcelo Augusto de Oliveira, funcionário do jornal até hoje. Dezoito passagens emitidas em favor de Amaury, a última delas datada de 22 de dezembro de 2009, foram pagas em dinheiro ou faturada em nome do funcionário.
A direção do jornal negou, em nota divulgada nesta quinta-feira (21), que tenha pago viagens de Amaury durante as férias. "Amaury Ribeiro Júnior trabalhou como repórter do Estado de Minas de 25 de setembro de 2006 a 15 de outubro de 2009. No dia 25 de setembro de 2009, o jornalista entrou em férias e as gozou até o dia 14 de outubro do mesmo ano. No dia 15 de outubro, o repórter pediu demissão. Nenhuma viagem do jornalista no período em questão foi custeada pelo jornal", diz a nota.
Em depoimento à PF, o despachante paulista Dirceu Garcia admitiu que recebeu R$ 12 mil em dinheiro de Amaury para comprar as declarações de renda das pessoas próximas a Serra. Por sua vez, o jornalista confirmou que conhecia o despachante e que encomendou buscas em juntas comerciais, mas negou a compra de documentos sigilosos e desconversou sobre a forma de pagamento. Ele afirmou que levantou informações do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de outros tucanos e familiares de Serra, entre eles a filha Verônica, como parte de uma investigação de “mais de dez anos”, que foi concluída antes de ele pedir demissão do jornal “Estado de Minas”, em 15 de outubro de 2009.
A PF informou que Amaury Ribeiro Jr. disse que estava levantando as informações contra José Serra porque havia indícios de que um grupo de arapongagem ligado ao ex-governador de São Paulo estaria investigando Aécio Neves, à época cotado para ser o candidato tucano à Presidência. No entanto, no depoimento prestado à PF em 15 de outubro, Amaury diz que existe um grupo de inteligência tucano, comandado pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-SP), mas não cita o nome nem faz menção ao ex-governador de Minas Gerais. Afirma que ouviu relatos de que o grupo tucano “estaria adiantado” em relação aos petistas e que, por isso, seria importante que a campanha de Dilma também tivesse seu próprio núcleo de inteligência.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... rito-da-pf
O Relatório Caribe no inquérito da PF
Enviado por luisnassif, qui, 21/10/2010 - 17:32
Estão azedadas as relações entre o PSDB mineiro e o paulista. Considera-se que a trapalhada de Eduardo Jorge – divulgando partes do inquérito da Polícia Federal – espalhou lama por todos os poros.
O tema pegava todo mundo: o Estado de Minas (que contratou Amaury), Aécio Neves (ligado ao jornal), o PT (que tentou contratar o repórter), José Serra (principal personagem da Operação Caribe, a reportagem em questão). Por isso mesmo, o melhor para todos seria deixar rolar até depois das eleições.
Embora tivesse todas suas despesas de reportagem bancadas pelo jornal o Estado de Minas, em seu depoimento Amaury Jr procurou poupar Aécio. Assumiu sozinho a responsabilidade pela compra dos dados sigilosos. Em nenhum momento teria declarado que levantou os dados para «proteger Aécio». Como o único vazador do inquérito foi Eduardo Jorge – cuja advogada teve acesso aos depoimentos, por meio de uma liminar – interpretou-se em Minas que a trapalhada da EJ visou deixar Aécio acuado.
Mas o que levaria EJ a esse gesto meio autofágico, de acessar o relatório e vazar partes selecionadas para a Folha de São Paulo?
Simples. No inquérito da Polícia Federal, o jornalista Amaury Jr anexou o tal «Relatório Caribe», a extensa reportagem que escreveu para o Estado de Minas sobre os fluxos de dólares da privatização. É uma espécie de rascunho do seu livro – que, pelo acordo com a TV Record (que recentemente o contratou) só deveria ser publicado no próximo ano, para evitar exploração eleitoral.
Aparentemente foi a leitura do relatório que fez Eduardo Jorge dar publicidade seletiva ao inquérito.
http://www.cartacapital.com.br/destaque ... -da-logica
Violação da lógica
Leandro Fortes 22 de outubro de 2010 às 9:26h
A mídia rebola para esconder o fato: a quebra do sigilo da turma de Serra é fruto de uma guerra tucana
Apesar do esforço em atribuir a culpa à campanha de Dilma Rousseff, o escândalo da quebra dos sigilos fiscais de políticos do PSDB e de parentes do candidato José Serra que dominou boa parte do debate no primeiro turno teve mesmo a origem relatada por CartaCapital em junho: uma disputa fratricida no tucanato.
Obrigada a abrir os resultados do inquérito após uma reportagem da Folha de S.Paulo com conclusões distorcidas, a Polícia Federal revelou ter sido o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, então a serviço do jornal O Estado de Minas, que encomendou a despachantes de São Paulo a quebra dos sigilos. O serviço ilegal foi pago. E há, como se verá adiante, divergências nos valores desembolsados (o pagamento teria variado, segundo as inúmeras versões, de 8 mil a 13 mil reais).
Ribeiro Júnior prestou três depoimentos à PF. No primeiro, afirmou que todos os documentos em seu poder haviam sido obtidos de forma legal, em processos públicos. Confrontado com as apurações policiais, que indicavam o contrário, foi obrigado nos demais a revelar a verdade. Segundo contou o próprio repórter, a encomenda aos despachantes fazia parte de uma investigação jornalística iniciada a pedido do então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que buscava uma forma de neutralizar a arapongagem contra ele conduzida pelo deputado federal e ex-delegado Marcelo Itagiba, do PSDB. Itagiba, diz Ribeiro Júnior, agiria a mando de Serra. À época, Aécio disputava com o colega paulista a indicação como candidato à Presidência pelo partido.
Ribeiro Júnior disse à PF ter sido escalado para o serviço diretamente pelo diretor de redação do jornal mineiro, Josemar Gimenez, próximo à irmã de Aécio, Andréa Neves. A apuração, que visava levantar escândalos a envolver Serra e seus aliados durante o processo de privatização do governo Fernando Henrique Cardoso, foi apelidada de Operação Caribe. O nome sugestivo teria a ver com supostas remessas ilegais a paraísos fiscais.
Acuado por uma investigação tocada por Itagiba, chefe da arapongagem de Serra desde os tempos do Ministério da Saúde, Aécio temia ter a reputação assassinada nos moldes do sucedido com Roseana Sarney, atual governadora do Maranhão, em 2002. Naquele período, a dupla Itagiba-Serra articulou com a Polícia Federal a Operação Lunus, em São Luís (MA), que flagrou uma montanha de dinheiro sujo na empresa de Jorge Murad, marido de Roseana, então no PFL. Líder nas pesquisas, Roseana acabou fora do páreo após a imagem do dinheiro ter sido exibida diuturnamente nos telejornais. Serra acabou ungido a candidato da aliança à Presidência, mas foi derrotado por Lula. A família Sarney jamais perdoou o tucano pelo golpe.
Influente nos dois mandatos do irmão, Andréa Neves foi, por sete anos, presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) de Minas Gerais, cargo tradicional das primeiras-damas mineiras, ocupado por ela por conta da solteirice de Aécio. Mas nunca foi sopa quente ou agasalho para os pobres a vocação de Andréa. Desde os primeiros dias do primeiro mandato do irmão, ela foi escalada para intermediar as conversas entre o Palácio da Liberdade e a mídia local. Virou coordenadora do Grupo Técnico de Comunicação do governo, formalmente criado para estabelecer as diretrizes e a execução das políticas de prestação de contas à população. Suas relações com Gimenez se estreitaram.
Convenientemente apontado agora como “jornalista ligado ao PT”, Ribeiro Júnior sempre foi um franco-atirador da imprensa brasileira. E reconhecido. Aos 47 anos, ganhou três prêmios Esso e quatro vezes o Prêmio Vladimir Herzog, duas das mais prestigiadas premiações do jornalismo nativo. O repórter integra ainda o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e é um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Entre outros veículos, trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo e IstoÉ. Sempre se destacou como um farejador de notícia, sem vínculo com políticos e partidos. Também é reconhecido pela coragem pessoal. Nunca, portanto, se enquadrou no figurino de militante.
Em 19 de setembro de 2007, por exemplo, Ribeiro Júnior estava em um bar de Cidade Ocidental, em Goiás, no violento entorno do Distrito Federal, para onde havia ido a fim de fazer uma série de reportagens sobre a guerra dos traficantes locais. Enquanto tomava uma bebida, foi abordado por um garoto de boné, bermuda, casaco azul e chinelo com uma arma em punho. O jornalista pulou em cima do rapaz e, atracado ao agressor, levou um tiro na barriga. Levado consciente ao hospital, conseguiu se recuperar e, em dois meses, estava novamente a postos para trabalhar no Correio Braziliense, do mesmo grupo controlador do Estado de Minas, os Diários Associados. Gimenez acumula a direção de redação dos dois jornais.
Depois de baleado, Ribeiro Júnior, contratado pelos Diários Associados desde 2006, foi transferido para Belo Horizonte, no início de 2008, para sua própria segurança. A partir de então, passou a ficar livre para tocar a principal pauta de interesse de Gimenez: o dossiê de contrainformação encomendado para proteger Aécio do assédio da turma de Serra. O jornalista tinha viagens e despesas pagas pelo jornal mineiro e um lugar cativo na redação do Correio em Brasília, inclusive com um telefone particular. Aos colegas que perguntavam de suas rápidas incursões na capital federal, respondia, brincalhão: “Vim ferrar com o Serra”.
Na quarta-feira 20, por ordem do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a cúpula da PF foi obrigada a se movimentar para colocar nos eixos a história da quebra de sigilos. A intenção inicial era só divulgar os resultados após o término das eleições. O objetivo era evitar que as conclusões fossem interpretadas pelos tucanos como uma forma de tentar ajudar a campanha de Dilma Rousseff. Mas a reportagem da Folha, enviezada, obrigou o governo a mudar seus planos. E precipitou uma série de versões e um disse não disse, que acabou por atingir o tucanato de modo irremediável.
Em entrevista coletiva na quarta-feira 20, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, e o delegado Alessandro Moretti, da Divisão de Inteligência Policial (DIP), anunciaram não existir relação entre a quebra de sigilo em unidades paulistas da Receita Federal e a campanha presidencial de 2010. De acordo com Moretti, assim como constou de nota distribuída aos jornalistas, as provas colhidas revelaram que Ribeiro Júnior começou a fazer levantamento de informações de empresas e pessoas físicas ligadas a tucanos desde o fim de 2008, por conta do trabalho no Estado de Minas. A informação não convenceu boa parte da mídia, que tem arrumado maneiras às vezes muito criativas de manter aceso o suposto elo entre a quebra de sigilo e a campanha petista.
Em 120 dias de investigação, disse o delegado Moretti, foram ouvidas 37 testemunhas em mais de 50 depoimentos, que resultaram nos indiciamentos dos despachantes Dirceu Rodrigues Garcia e Antonio Carlos Atella, além do office-boy Ademir Cabral, da funcionária do Serpro cedida à Receita Federal Adeildda dos Santos, e Fernando Araújo Lopes, suspeito de pagar à servidora pela obtenção das declarações de Imposto de Renda. Ribeiro Júnior, embora tenha confessado à PF ter encomendado os documentos, ainda não foi indiciado. Seus advogados acreditam, porém, que ele não escapará. Um novo depoimento do jornalista à polícia já foi agendado.
De acordo com a investigação, a filha e o genro do candidato do PSDB, Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, tiveram os sigilos quebrados na delegacia da Receita de Santo André, no ABC Paulista. Outras cinco pessoas, das quais quatro ligadas ao PSDB, tiveram o sigilo violado em 8 de outubro de 2009, numa unidade da Receita em Mauá, também na Grande São Paulo. Entre elas aparecem o ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, e Gregório Preciado, ex-sócio de Serra. O mesmo ocorreu em relação a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil e tesoureiro de campanhas de Serra e FHC.
Segundo dados da PF, todas as quebras de sigilo ocorreram entre setembro e outubro de 2009. As informações foram utilizadas para a confecção de relatórios, e todas as despesas da ação do jornalista, segundo o próprio, foram custeadas pelo jornal mineiro. Mas o repórter informou aos policiais ter disposto de 12 mil reais, em dinheiro, para pagar pelos documentos – 8,4 mil reais, segundo Dirceu Garcia – e outras despesas de viagem e hospedagem. Garcia revelou ao Jornal Nacional, da TV Globo, na mesma quarta 20, ter recebido 5 mil reais de Ribeiro Júnior, entre 9 e 19 de setembro passado, como “auxílio”. A PF acredita que o “auxílio” é, na verdade, uma espécie de suborno para o despachante não confessar a quebra ilegal dos sigilos.
A nota da PF sobre a violação fez questão de frisar que “não foi comprovada sua utilização em campanha política”, base de toda a movimentação da mídia em torno de Ribeiro Júnior desde que, em abril, ele apareceu na revista Veja como integrante do tal “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff. Embora seja a tese de interesse da campanha tucana e, por extensão, dos veículos de comunicação engajados na candidatura de Serra, a ligação do jornalista com o PT não chegou a se consumar e é um desdobramento originado da encomenda feita por Aécio.
A vasta apuração da Operação Caribe foi transformada em uma reportagem jamais publicada pelo Estado de Minas. O material, de acordo com Ribeiro Júnior, acabou por render um livro que ele supostamente pretende lançar depois das eleições. Intitulado Os Porões da Privataria, a obra pretende denunciar supostos esquemas ilegais de financiamento, lavagem de dinheiro e transferência de recursos oriundos do processo de privatização de estatais durante o governo FHC para paraísos fiscais no exterior. De olho nessas informações, e preocupado com “espiões” infiltrados no comitê, o então coordenador de comunicação da pré-campanha de Dilma, Luiz Lanzetta, decidiu procurar o jornalista.
Lanzetta conhecia Ribeiro Júnior e também sabia que o jornalista tinha entre suas fontes notórios arapongas de Brasília. Foi o repórter quem intermediou o contato de Lanzetta com o ex-delegado Onézimo Souza e o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. O quarteto encontrou-se no restaurante Fritz, localizado na Asa Sul da capital federal, em 20 de abril. Aqui, as versões do conteúdo do convescote divergem. Lanzetta e Ribeiro Júnior garantem que a intenção era contratar Souza para descobrir os supostos espiões. Segundo o delegado, além do monitoramento interno, a dupla queria também uma investigação contra Serra.
O encontro no Fritz acabou por causar uma enorme confusão na pré-campanha de Dilma e, embora não tenha resultado em nada, deu munição para a oposição e fez proliferar, na mídia, o mito do “grupo de inteligência” montado para fabricar dossiês contra Serra. A quebra dos sigilos tornou-se uma obsessão do programa eleitoral tucano, até que, ante a falta de dividendos eleitorais, partiu-se para um alvo mais eficiente: os escândalos de nepotismo a envolver a então ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
O tal “grupo de inteligência” que nunca chegou a atuar está na base de outra disputa fratricida, desta vez no PT. De um lado, Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte que indicou a empresa de Lanzetta, a Lanza Comunicações, para o trabalho no comitê eleitoral petista. Do outro, o deputado estadual por São Paulo Rui Falcão, interessado em assumir maior protagonismo na campanha de Dilma Rousseff. Essa guerra de poder e dinheiro resultou em um escândalo à moda desejada pelo PSDB.
Em um dos depoimentos à polícia, Ribeiro Júnior acusa Falcão de ter roubado de seu computador as informações dos sigilos fiscais dos tucanos. Segundo o jornalista, o deputado teria mandado invadir o quarto do hotel onde ele esteve hospedado em Brasília. Também atribuiu ao petista o vazamento de informações a Veja. O objetivo de Falcão seria afastar Lanzetta da pré-campanha e assumir maiores poderes. À Veja, Falcão teria se apresentado como o lúcido que impediu que vicejasse uma nova versão dos aloprados, alusão aos petistas presos em 2006 quando iriam comprar um dossiê contra Serra. Em nota oficial, o parlamentar rebateu as acusações. Segundo Falcão, Ribeiro Júnior terá de provar o que diz.
As conclusões do inquérito não satisfizeram a mídia. Na quinta 21, a tese central passou a ser de que Ribeiro Júnior estava de férias – e não a serviço do jornal – quando veio a São Paulo buscar a encomenda feita ao despachante. E que pagou a viagem de Brasília à capital paulista em dinheiro vivo. Mais: na volta das férias, o jornalista teria pedido demissão do Estado de Minas sem “maiores explicações”.
É o velho apego a temas acessórios para esconder o essencial. Por partes: A retirada dos documentos em São Paulo é resultado de uma apuração, conduzida, vê-se agora, por métodos ilegais, iniciada quase um ano antes. Não há dúvidas de que o diário mineiro pagou a maioria das despesas do repórter para o levantamento das informações. Ele não é filiado ao PT ou trabalhou na campanha ou na pré-campanha de Dilma.
Ribeiro Júnior pediu demissão, mas não de forma misteriosa como insinua a imprensa. O pedido ocorreu por causa da morte de seu pai, dono de uma pizzaria e uma fazenda em Mato Grosso. Sem outros parentes que pudessem cuidar do negócio, o jornalista decidiu trocar a carreira pela vida de pequeno empresário. Neste ano, decidiu regressar ao jornalismo. Hoje ele trabalha na TV Record.
Quando o resultado do inquérito veio à tona, a primeira reação do jornal mineiro foi soltar uma nota anódina que nem desmentia nem confirmava o teor dos depoimentos de Ribeiro Júnior. “O Estado de Minas é citado por parte da imprensa no episódio de possível violação de dados fiscais de pessoas ligadas à atual campanha eleitoral. Entende que isso é normal e recorrente, principalmente às vésperas da eleição, quando os debates se tornam acalorados”, diz o texto. “O jornalista Amaury Ribeiro Júnior trabalhou por três anos no Estado de Minas e publicou diversas reportagens. Nenhuma, absolutamente nenhuma, se referiu ao fato agora em questão. O Estado de Minas faz jornalismo.”
No momento em que o assunto tomou outra dimensão, a versão mudou bastante. Passou a circular a tese de que Ribeiro Júnior agiu por conta própria, durante suas férias. Procurado por CartaCapital, Gimenez ficou muito irritado com perguntas sobre a Operação Caribe. “Não sei de nada, isso é um absurdo, não estou lhe dando entrevista”, disse, alterado, ao telefone celular. Sobre a origem da pauta, foi ainda mais nervoso. “Você tem de perguntar ao Amaury”, arrematou. Antes de desligar, anunciou que iria divulgar uma nova nota pública, desta vez para provar que Ribeiro Júnior, funcionário com quem manteve uma relação de confiança profissional de quase cinco anos, não trabalhava mais nos Diários Associados quando os sigilos dos tucanos foram quebrados na Receita.
A nota, ao que parece, nem precisou ser redigida. Antes da declaração de Gimenez a CartaCapital, o UOL, portal na internet do Grupo Folha, deu guarida à versão. Em seguida, ela se espalhou pelo noticiário. Convenientemente.
O que Gimenez não pode negar é a adesão do Estado de Minas ao governador Aécio Neves na luta contra a indicação de Serra. Ela se tornou explícita em 3 de fevereiro deste ano, quando um editorial do jornal intitulado Minas a Reboque, Não! soou como um grito de guerra contra o tucanato paulista. No texto, iniciado com a palavra “indignação”, o diário partiu para cima da decisão do PSDB de negar as prévias e impor a candidatura de Serra contra as pretensões de Aécio. Também pareceu uma resposta às insinuações maldosas de um articulista de O Estado de S. Paulo dirigidas ao governador de Minas.
“Os mineiros repelem a arrogância de lideranças políticas que, temerosas do fracasso a que foram levados por seus próprios erros de avaliação, pretendem dispor do sucesso e do reconhecimento nacional construído pelo governador Aécio Neves”, tascou o editorial. Em seguida, desfiam-se as piores previsões possíveis para a candidatura de Serra: “Fazem parecer obrigação do líder mineiro, a quem há pouco negaram espaço e voz, cumprir papel secundário, apenas para injetar ânimo e simpatia à chapa que insistem ser liderada pelo governador de São Paulo, José Serra”. E termina, melancólico: “Perplexos ante mais essa demonstração de arrogância, que esconde amadorismo e inabilidade, os mineiros estão, porém, seguros de que o governador ‘político de alta linhagem de Minas’ vai rejeitar papel subalterno que lhe oferecem. Ele sabe que, a reboque das composições que a mantiveram fora do poder central nos últimos 16 anos, Minas desta vez precisa dizer não”.
Ao longo da semana, Aécio desmentiu mais de uma vez qualquer envolvimento com o episódio. “Repudio com veemência e indignação a tentativa de vinculação do meu nome às graves ações envolvendo o PT e o senhor Amaury Ribeiro Jr., a quem não conheço e com quem jamais mantive qualquer tipo de relação”, afirmou. O senador recém-eleito disse ainda que o Brasil sabe quem tem o DNA dos dossiês, em referência ao PT.
Itagiba, derrotado nas últimas eleições, também refutou as acusações de que teria comandado um grupo de espionagem com o intuito de atingir Aécio Neves, no meio da briga pela realização de prévias no PSDB. “Não sou araponga. Quando fui delegado fazia investigação em inquérito aberto, não espionagem, para pôr na cadeia criminosos do calibre desses sujeitos que formam essa camarilha inscrustada no PT.”
Leandro Fortes
Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor, autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo e Fragmentos da Grande Guerra, entre outros. Mantém um blog chamado Brasília eu Vi. http://brasiliaeuvi.wordpress.com
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
Os santinhos de uma guerra suja
A poucos dias da eleição, a campanha de José Serra se aproxima de grupos ultraconservadores e reforça a tática do ódio religioso. O oportunismo político divide a Igreja e vira caso de polícia
Alan Rodrigues e Bruna Cavalcanti
A ordem para encomendar o material à gráfica ligada aos tucanos partiu de dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele é antigo conhecido do PSDB, amigo declarado de seu conterrâneo Sidney Beraldo, deputado estadual pelo partido e um dos coordenadores da campanha de Serra em São Paulo. Nas conversas de sacristia, dom Luiz tem fama de ser um homem ?maquiavélico? e ?implacável?. Padres o descreveram à ISTOÉ como alguém que não aceita opiniões divergentes e já criou situações embaraçosas para constranger e afastar subordinados que questionam seu radicalismo. Para fazer os contatos com a gráfica dos Kobayashi, dom Luiz contou com a ajuda do ex-seminarista Kelmon Luís da Silva Souza. Frequentador da Catedral Metropolitana Ortodoxa, na zona sul de São Paulo, Souza também é presidente da Associação Theotokos, um grupo católico ultratradicionalista, e membro do autodenominado Partido Monarquista Brasileiro. Em 2006, um dos parceiros do ex-seminarista que atua numa organização integralista (leia quadro abaixo) doou R$ 3,5 mil para a campanha do deputado federal Índio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa de Serra. Quando a atuação de Souza e dom Luiz tornou-se pública, os dois se enclausuraram. Nos próximos dias, no entanto, terão de prestar depoimento à Polícia Federal, investigados por crime eleitoral, calúnia e difamação.
A distribuição de panfletos caluniosos em paróquias que estão sob a jurisdição de outros bispos provocou um racha na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. ?O embate ideológico que existiu nos primeiros anos da CNBB, mas estava ausente nas últimas décadas, ameaça voltar após as eleições?, avalia dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca. Fiéis não param de telefonar e mandar e-mails para a Cúria Diocesana de Guarulhos condenando o comportamento de dom Luiz. Eles questionam: se os cofres da igreja estão quase vazios, com que dinheiro o bispo vai pagar a encomenda dos panfletos que beneficiam Serra? ?Na segunda-feira, recebi uma ligação de dom Luiz pedindo desculpas pelos transtornos?, contou à ISTOÉ Paulo Ogawa, administrador da gráfica que trabalha para o PSDB. ?O Kelmon também telefonou?, disse ele. ?Garantiu que eu não ficaria no prejuízo e que a fatura do material apreendido pela PF, no valor de R$ 30 mil, poderia ser enviada porque a igreja iria pagar.?
As acusações contra Dilma que aparecem nestes panfletos são idênticas às divulgadas pela central de boatos dos tucanos na internet. No bureau de difamação instalado no QG tucano trabalham 30 ?troleiros?, como são chamados os militantes que rastreiam e espalham pelas redes de computadores propagandas negativas e calúnias sobre a candidata do PT. O comitê da campanha de Serra ocupa quatro andares do antigo Edifício Joelma, no centro de São Paulo. No térreo fica o chamado baixo clero, que recebe informações de militantes que estão nas ruas e busca cooptar lideranças de diversos segmentos, como o dos religiosos. É ali que trabalham operadores como o pastor Alcides Cantóia Jr. Ele coordena com afinco o grupo dos evangélicos que, entre seus trunfos, se orgulha de ter conseguido a adesão do pastor Silas Malafaia, do Rio de Janeiro, estrela de um dos vídeos mais ferinos contra Dilma. Na última semana, o grupo foi encarregado de oferecer benefícios financeiros às igrejas e seus projetos sociais, uma forma de compra de votos que deverá ser investigada pelo Ministério Público Eleitoral. O cérebro do bureau fica no 20º andar do Joelma, ninho dos tucanos mais poderosos. A avalanche de baixarias que eles produzem é tão intensa que o PT já recebeu mais de cinco mil denúncias sobre mensagens e vídeos ofensivos à candidata petista. Apesar de toda essa estrutura, o presidenciável Serra procura se apresentar como vítima e cinicamente afirma que foi o PT que colocou o debate sobre o aborto na pauta eleitoral. Não foi (leia reportagem acima).
Para combater a disseminação de calúnias, a coordenação da campanha de Dilma criou, na semana passada, uma espécie de disque-denúncia em 59 cidades brasileiras. ?Há indícios veementes de que os panfletos apreendidos pela PF foram produzidos pela campanha de nosso adversário?, disse o deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP). ?A despesa é por conta da diocese de Guarulhos, que tem pleno direito a manifestar-se sobre questões que considera relevantes?, retrucou Serra. A alegação do tucano não é verdadeira, como explica o advogado Eduardo Nobre, especialista em direito eleitoral: ?Entidade religiosa não pode fazer doações para candidatos ou partidos políticos. Os bispos que assinaram o manifesto podem ser processados por calúnia e difamação e ser obrigados a pagar multa.?
A campanha eleitoral rasteira deste ano é um marco na história do País. A onda de mensagens preconceituosas pulverizada na internet pelos grupos ultraconservadores agora aliados dos tucanos debocha do poder de dicernimento do eleitorado. Recorrendo a artimanhas subterrâneas, foge ao debate de questões vitais para o avanço do Brasil. O volume e a rapidez de propagação de falsidades são inéditos. E não há dúvida de onde partem: após o primeiro turno, numa reunião da cúpula tucana em Brasília, foi distribuído um panfleto com instruções de como propagar uma campanha anti-Dilma na internet. Num dos trechos, há recomendação para que militantes visitem o site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, um dos fundadores da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), um dos grupos mais arraigados ao conservadorismo no País.
Apostando no peso do voto religioso, a central de boatos de Serra parece usar métodos da inquisição e fazer campanha para a sucessão de Bento XVI ? e não de Lula. Uma das providências desses militantes tucanos foi distribuir ?santinhos? com a foto e a assinatura de Serra, junto à inscrição ?Jesus é a verdade e a justiça?. Panfletos como este, porém, acabaram irritando muitos católicos. Menos de uma semana depois do vexame de Canindé, o evidente uso e abuso tucano de armações com radicais de ultradireita já dava sinais de fadiga. As feitiçarias e os supostos pecados começavam a recair sobre quem se esmerou em propagá-los. ?A Igreja não tem a tutela nem a missão de dominar a consciência política do povo?, disse padre Júlio Lancellotti, na terça-feira 19, durante um ato de apoio de juristas e intelectuais à candidata petista. O religioso e escritor Frei Betto fez coro: ?Bispos panfletários não falam em nome da Igreja nem da CNBB. É opinião pessoal, só que injuriosa, mentirosa e difamatória.?
http://www.istoe.com.br/reportagens/107 ... JA+PARTE+2
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
O modo tucano de fazer campanha política: baixarias, mentiras e destilar ódio entre os brasileiros
Polícia apreende panfletos contra Dilma em São Paulo
A Polícia Civil de São Paulo aprendeu na tarde desta segunda-feira folhetos que associam a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, a práticas terroristas durante a ditadura militar.
Segundo o PT de São Paulo, o material estava sendo distribuído em Perus (zona norte de SP) por cerca de 30 pessoas com camisetas, adesivos e bandeiras da campanha de José Serra (PSDB).
A polícia foi ao local a pedido de um dirigente petista.
O 46º Distrito Policial informa que foi registrado um TCO (Termo Circunstancial de Ocorrência).
O material foi apreendido porque não havia identificação como exige a legislação eleitoral e por ser ofensivo.
Cerca de 10 pessoas são ouvidas na delegacia.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/8201 ... aulo.shtml
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
No ínicio deste tópico, cerca de 1 ou 2 anos atras, eu registrei que José Serra seria o pior candidato para o PSDB para as eleições 2010. Ele é um candidato cansado, que passa um aspecto de desanimo para o eleitorado e só chegou no segundo turno graças a surpreendente votação de Marina Silva.
Se fosse o AECIO NEVES...
Eu disse isso no começo deste tópico. Aécio Neves seria uma grande novidade ao passo que SErra é o candidato cansado, com pouco potencial de crescimento.
Mas enfim, não tenho bola de cristal e "se" nunca serviu pra nada, mas acredito que a capacidade de crescimento da campanha tucana seria muito maior. Aécio teria muito, mas muito mais penetração no Norte-Nordeste e é infinitamente mais carismatico do que o motrto-vivo do SErra. O governador de MInas é quase uma hunanimidade no estado e sua performance nos ultimos 8 anos foi incontestável. Mas...o TUCANATO-PAULISTA preferiu acreditar em pesquisas feitas a cerca de 1 ano átras...
Agora aguenta. Aquela que era pouco conhecida a dois anos atras, Dilma Roussef, está prestes a vencer e garantir mais 4 anos para o PT, que conforme estiver o cenário em 2014, garante mais 4 na releição.
Outra coisa, fica claro que difamação gratuita não ajuda, pode até atrapalhar. O que fizeram com a Dilma foi lamentável. Independente de se simpatizar ou não com ela, independente de suas opções pessoais, nada justifica o que se viu na Internet, TV e jornais. E nem assim o candidato Serra conseguiu subir.
Se fosse o AECIO NEVES...
Eu disse isso no começo deste tópico. Aécio Neves seria uma grande novidade ao passo que SErra é o candidato cansado, com pouco potencial de crescimento.
Mas enfim, não tenho bola de cristal e "se" nunca serviu pra nada, mas acredito que a capacidade de crescimento da campanha tucana seria muito maior. Aécio teria muito, mas muito mais penetração no Norte-Nordeste e é infinitamente mais carismatico do que o motrto-vivo do SErra. O governador de MInas é quase uma hunanimidade no estado e sua performance nos ultimos 8 anos foi incontestável. Mas...o TUCANATO-PAULISTA preferiu acreditar em pesquisas feitas a cerca de 1 ano átras...
Agora aguenta. Aquela que era pouco conhecida a dois anos atras, Dilma Roussef, está prestes a vencer e garantir mais 4 anos para o PT, que conforme estiver o cenário em 2014, garante mais 4 na releição.
Outra coisa, fica claro que difamação gratuita não ajuda, pode até atrapalhar. O que fizeram com a Dilma foi lamentável. Independente de se simpatizar ou não com ela, independente de suas opções pessoais, nada justifica o que se viu na Internet, TV e jornais. E nem assim o candidato Serra conseguiu subir.
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
O Serra fez o mesmo tipo de baixaria para tirar o Aécio da disputa, espalhou na mídia boatos de sopapos na namorada até insinuações de que o tucano mineiro tinha hábitos maradonicos.
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
Tiozinho50 escreveu:O Serra fez o mesmo tipo de baixaria para tirar o Aécio da disputa, espalhou na mídia boatos de sopapos na namorada até insinuações de que o tucano mineiro tinha hábitos maradonicos.
Essa estoria do Aecio cheirador e espancador de mulher eh bem recorrente em MG. Ha muitas lendas sobre isso, que amigo de fulano viu ele dando entrada no hospital com quadro de overdose, que fulana apanhou dele na cara. Olha, até acho que pode ser verdade, que ele seja viciado. Mas seria dificil provar e a imagem que ele passa no geral, parece pouco afetada por essa condição de viciado. Ele pasa a imagem de um cara muito centrado e com muita energia. Logo, cheirado ou não, ele teria mais pique que o Serra, bem mais pique


A não ser que o caso seja muito escancarado, tipo, muitas brechas deixadas pelo caminho, o que acho dificil porque se fosse o caso, ele nao teria conseguido se eleger 2 vezes pro governo de MG e não teria eleito seu candidato numa condição tão adversa (Helio Costa estava muito a frente nas pesquisas).
O povo no geral, gosta de novidades. Dilma é uma novidade e a Marina foi uma agradabilissima novidade, muito bem votada. O Aecio podia até não ganhar, mas daria mais trabalho, eu acho.
Enfim, seja como for, o autor do PSDB não podia ser o SErra.
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
Unicamp desautoriza perito a falar em nome da instituição
http://www.parana-online.com.br/editori ... NSTITUICAOA Unicamp (Universidade de Campinas) emitiu nota oficial, ontem, desautorizando qualquer professor ou pesquisador a falar em nome da instituição. O comunicado foi assinado pelo procurador geral da Instituição, Eustáquio Gomes, afirmando que a Unicamp não recebeu nenhuma solicitação para realização de perícia sobre identificação de voz procedente de qualquer partido ou agremiação política do Paraná.
O laudo fornecido ao PPB, pelo professor exonerado por justa causa Ricardo Molina, não tem o aval da Unicamp e é totalmente ilegal. De acordo com o laudo, porque ele não pode emitir laudo pois não é perito criminal, informou a procuradora a Unicamp, Tereza Dóro. O Departamento de Medicina Legal da Universidade Estadual de Campinas foi desativado, informa ainda a procuradora da Instituição e o circo montado pelo presidente do PPB, não tem valor nenhum perante a justiça, já que Molina não fala pela instituição.
A advogada da Unicamp, Tereza Dóro, declarou que Ricardo Molina foi demitido da instituição por apropriação indébita de bens pertencentes à Unicamp e que foram apreendidos em sua casa. A advogada informou ainda que o ex-professor responde a sete processos e já foi condenado na Comarca de Piracicaba por calúnia e fraude em laudos.
Certidões
Tereza Dóro afirma que o ex-professor utiliza indevidamente o nome da Universidade e trabalha na garagem de sua casa. A procuradora apresentou ainda certidões onde o foneticista Ricardo Molina foi condenado a um ano de prisão por falência fraudulenta, através da 10.º Vara Civil de São Paulo.
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.
Os envergonhados e os desavergonhados
Bernardo Kucinski(*)
Rompo meu silêncio de três anos na Carta Maior por causa da minha mulher. Ela perguntou: você não vai fazer nada? Não vai participar da campanha? Eu não sou mais jornalista, respondi, sou ficcionista; não quero mais saber de política, chega, cinqüenta anos sendo usado, agora chega. Ela acabara de ler a história do bispo que mandou imprimir dois milhões de folhetos contra a Dilma. Eu lembrei ter dito a ela que a Igreja Católica estava traindo, já naquele dia em que soltaram o manifesto acusando Lula da fascista, com a assinatura do Dom Paulo. O pobre homem em estado avançado de Alzheimer, e arrancam dele essa assinatura.
A Igreja não está traindo, está fazendo o que sempre fez, ela respondeu. Nós acabávamos de voltar de uma viagem à Cartagena, na Colômbia, onde visitamos o museu da Inquisição. Os instrumentos de tortura ali exibidos, de fazer o DOI-CODI sentir vergonha, ficaram gravados fundo na nossa imaginação.
Está traindo sim, eu falei, está traindo em primeiro lugar porque usou um método traiçoeiro, o método das mentiras, da difamação, em segundo lugar porque está usando o dinheiro que arranca dos pobres para combater o governo dos pobres, e em terceiro lugar porque está usando uma eleição universal, republicana, para emplacar um dogma religioso, dogma dos mais nefastos, que só prejudica as mulheres pobres.
Um Papa decidiu lá em Roma que o aborto é a linha divisória entre uma sociedade moderna, laica, regida pelo saber científico, e a sociedade atrasada, na qual os padres mandam na vida das pessoas e a Igreja por isso mantém seu poder. E veio a ordem, lancem a campanha contra o aborto bem no meio da campanha eleitoral. Eles são profissionais. Fazem isso há dois mil anos, desavergonhados, Os evangélicos, amadores, entraram de carona.
Agora vou falar dos envergonhados, esses que passaram oito anos disseminando mentiras sobre a transposição do São Francisco, acusando Lula de só beneficiar o agronegócio, demonizando as novas hidroelétricas, tumultuando audiências públicas em nome de índios e caboclos desprovidos de luz elétrica, obstruindo a construção de pontes e estradas que integrariam o continente, combatendo os transgênicos em nome de uma visão pré-darwiniana da natureza, esses que se condoem com gatinhos e pererecas, mas não com os meninos de rua ou os moradores de palafitas. Esses, que agora estão lançando manifestos dizendo envergonhadamente para votar contra o Serra. Por que não dizem bem alto votem na Dilma?
E também essas todas, amigas minhas, da Vila Madalena, de Pinheiros, da USP, mulheres esclarecidas, emancipadas, que votaram na Marina apesar de evangélica e anti-aborto e agora descobriram que todo o seu estado maior é formado por tucanos. Ou ainda não descobriram? A vocês todas eu digo: não se trata agora de derrotar o Serra ou o neoliberalismo. Tudo isso é transitório, efêmero. Trata-se de derrotar a grande conspiração obscurantista. Trata-se da luta milenar da razão contra a superstição, da tolerância contra o fanatismo, da modernidade contra o atraso.
(*) Bernardo Kucinski é jornalista, autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000)
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