Acredito que o senhor não tenha lido as matérias, não?Cara_do_Fliperama escreveu:Tem os mais caros porque tem os impostos mais altos do mundo![]()
Brasil tem os automóveis mais caros do mundo
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo
É por que ele faz parte, da massa de manobra da impresa, que faz pensar que tudo é culpa do impostos e que podemos viver num mundo sem impostos!!!Carnage escreveu:Acredito que o senhor não tenha lido as matérias, não?Cara_do_Fliperama escreveu:Tem os mais caros porque tem os impostos mais altos do mundo![]()
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo
http://www.viomundo.com.br/denuncias/he ... rasil.html
Foi um susto!
por Heloisa Villela, de Washington
Em tantas idas e vindas norte-sul nesses quase 23 anos trabalhando nos Estados Unidos, nunca achei o Brasil tão caro. Entre o fim de junho e o começo de julho, passei três semanas em casa: Rio, São Paulo, Mato Grosso do Sul. Sempre paguei mais caro por livros em português. Para mim e pros meus filhos. Afinal, todo investimento nessa área é pouco! Compra-se livro bem em conta nos Estados Unidos. Ainda mais depois do advento da internet. Agora, tem sempre a oferta dos usados que saem por menos de um dólar. No Brasil, ainda é caro ler.
Mas se os livros sempre foram mais caros no Brasil, a comida, os sapatos, as roupas, os carros… Pensei: aí deve ter matéria. Saí com uma equipe da Record prá checar as diferenças e tentar entender o que está acontecendo. Fui parar no escritório de Joel Leite, jornalista especializado no mercado de automóveis que tem um site sobre o assunto (http://www.autoinforme.com.br). Joel estava escrevendo sobre o Lucro Brasil. Nada de Custo Brasil. Esse tempo já passou. Agora, as empresas estão faturando de verdade.
Pois o Joel se deu ao trabalho, ao longo de vários meses, de destrinchar a composição de preços dos automóveis. Nas ruas de São Paulo, qualquer pessoa repete a ladainha: por que os carros são tão caros aqui? Por causa dos impostos. Gente motorizada e gente a pé, no ponto de ônibus. Não importa. A certeza é a mesma. E ainda tem aquela história do Custo Brasil – seria mais caro produzir mercadorias no país por causa da infraestrutura engarrafada e do custo do capital.
Mas o Joel me explicou que não é nada disso. Ele tirou impostos, alíquotas, etc. e tal e no fim, o carro brasileiro continuava sendo o mais caro do mundo. É isso mesmo. O Brasil, que em 2010 ganhou o título de quinto maior produtor de automóveis e quarto maior mercado consumidor do mundo, em matéria de preços, ganha de todos os outros países. Tamanha produção e tamanho consume jogam por terra qualquer argumentação de que não se tem uma produção em escala suficiente para reduzir os preços.
Então o que?
“Se colar colou”, brincou o Joel meio a sério. Mas a idéia é a seguinte: joga-se o preço lá no alto. Se existe fila pra comprar, se a procura é grande, prá que baixar? O preço cola e fica. Exemplos?
O Honda City, fabricado em Sumaré, interior de São Paulo, viaja até o México, paga frete, tem que dar lucro para a revendedora, e tal. Bem, os mexicanos compram o carro pelo equivalente a R$ 25.800,00 enquanto os brasileiros desembolsam R$ 56.210,00 pelo mesmo modelo. Pelas contas do Joel, tirando toda a carga tributária, o lucro das concessionárias, e comparando com o preço no México, o fabricante tem um lucro de quase R$ 15.000, por unidade, no Brasil.
Outros exemplos prá matar de ódio o consumidor brasileiro:
O Corolla, que custa o equivalente a U$ 37.636,00 no Brasil, na Argentina sai pelo equivalente a U$ 21.658,00 e nos Estados Unidos, US$ 15.450,00. O Kia Soul, fabricado na Coréia do Sul, chega às lojas do nosso vizinho Paraguai pelo equivalente a US$ 18.000,00 e custa o dobro no Brasil. Haja viagem entre os dois países para explicar tanta diferença… Só mais uma comparação: o Jetta, que custa R$ 65.700,00 no Brasil, sai pelo equivalente a R$ 32.500,00 no México.
O banco de investimentos Morgan Stanley fez um estudo comparativo e concluiu que as subsidiárias brasileiras de montadoras estrangeiras garantem, no Brasil, lucros que não conseguem obter em outros países. O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, chegou à conclusão de que no Brasil a margem de lucro das montadoras chega a ser três vezes maior do que em outros países.
No site do Joel, teve gente deixando mensagem dizendo que ia sair na rua com nariz de palhaço. Consumidores se sentindo ridículos. Mas o aumento da classe média colocou no mercado uma porção de novos compradores. Acesso ao crédito e demanda aquecida tornaram bem mais fácil aumentar os preços e continuar vendendo.
Como o consumidor brasileiro não vive apenas de automóveis, fui prá rua conferir outras mercadorias. Aqui nos Estados Unidos uma brasileira já tinha me alertado: entrou em uma loja da cadeia espanhola Zara, em Nova York, e comprou uma camiseta por US$ 40,00. Voou para o Brasil e entrou em outra loja da Zara, desta vez em um shopping center de São Paulo. Encontrou a mesma camiseta. Mas com outro preço: R$ 400,00!
É assim também com os preços de sapatos, jeans, computadores e tablets. Eu posso até entender que o Ipad, da Apple, feito nos Estados Unidos, chegue ao Brasil por um preço mais alto por causa do imposto de importação. Mas pagar o equivalente a R$ 1.350,00 nos Estados Unidos e R$ 2.599,00 no Brasil não é diferença demais? E alguns modelos de calça jeans e tênis, que saem de outros países, em geral da Ásia ou da América Central? Encontrei um modelo recente de Nike por R$ 549,90 no Brasil e o par, igualzinho, pelo equivalente a R$ 250,00 nos Estados Unidos.
Se a margem de lucro é a grande responsável pela diferença de preços dos automóveis, será que acontece algo semelhante com outros produtos?
Quando os preços perdem a relação com a realidade, acontece de tudo. Foi o que eu constatei da conversa com a minha mãe, faz poucos dias. Para tratar um problema no joelho, o médico recomendou um remédio chamado Artrodar. E avisou: “procure na farmácia X”. Pois a minha mãe chegou em casa e foi pro telefone. O médico tinha toda razão. Na farmácia citada, a caixa com trinta comprimidos custa R$ 58,00, mas em outra farmácia a mesma caixa estava custando R$ 94,00. Foi fácil decidir onde comprar.
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo
Carro no Brasil não é caro.
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo
Penso que seria um somatorio de fatores: Olho grande dos empresários, impostos relevantes, custos elevados de mão de obra (encargos sociais) e demanda alta da população pelos automoveis.
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo
Os impostos são exorbitantes? São.
Os empresários aumentam suas margens e a desculpa sempre é os altos impostos? Sim.
Mas o que conta mais é que o brasileiro adora pagar muito caro pelas coisas, nem que seja em trocentas parcelas. Ele é movido pela soberba. O que vale mesmo é poder mostrar para os demais que pode gastar naquilo. Basta ver os preços de itens como apartamentos na planta, automóveis 0km, jeans de marca, e calçados. Compare com os preços que custam nos EUA.
Quando morava há muitos anos atrás num bairro pobre na periferia de São Paulo cansei de ver gente de classe média baixa dando prioridade para roupas de marca. Comprava calça Lee e tênis Nike, e no fim do mês não tinha dinheiro pro feijão.
Falta educação financeira básica para o brasileiro.
Os empresários aumentam suas margens e a desculpa sempre é os altos impostos? Sim.
Mas o que conta mais é que o brasileiro adora pagar muito caro pelas coisas, nem que seja em trocentas parcelas. Ele é movido pela soberba. O que vale mesmo é poder mostrar para os demais que pode gastar naquilo. Basta ver os preços de itens como apartamentos na planta, automóveis 0km, jeans de marca, e calçados. Compare com os preços que custam nos EUA.
Quando morava há muitos anos atrás num bairro pobre na periferia de São Paulo cansei de ver gente de classe média baixa dando prioridade para roupas de marca. Comprava calça Lee e tênis Nike, e no fim do mês não tinha dinheiro pro feijão.
Falta educação financeira básica para o brasileiro.
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo
É verdade!!bullitt escreveu:Os impostos são exorbitantes? São.
Os empresários aumentam suas margens e a desculpa sempre é os altos impostos? Sim.
Mas o que conta mais é que o brasileiro adora pagar muito caro pelas coisas, nem que seja em trocentas parcelas. Ele é movido pela soberba. O que vale mesmo é poder mostrar para os demais que pode gastar naquilo. Basta ver os preços de itens como apartamentos na planta, automóveis 0km, jeans de marca, e calçados. Compare com os preços que custam nos EUA.
Quando morava há muitos anos atrás num bairro pobre na periferia de São Paulo cansei de ver gente de classe média baixa dando prioridade para roupas de marca. Comprava calça Lee e tênis Nike, e no fim do mês não tinha dinheiro pro feijão.
Falta educação financeira básica para o brasileiro.
E isso aumenta cada dia!!!!
Tem gente que trabalha so pra pagar calça, tenis e camisa...
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A culpa não é só do governo: Empresários salafários!!!
Heloisa Villela: Um susto com os preços no Brasil
por Heloisa Villela, de Washington
Foi um susto!
Em tantas idas e vindas norte-sul nesses quase 23 anos trabalhando nos Estados Unidos, nunca achei o Brasil tão caro. Entre o fim de junho e o começo de julho, passei três semanas em casa: Rio, São Paulo, Mato Grosso do Sul. Sempre paguei mais caro por livros em português. Para mim e pros meus filhos. Afinal, todo investimento nessa área é pouco! Compra-se livro bem em conta nos Estados Unidos. Ainda mais depois do advento da internet. Agora, tem sempre a oferta dos usados que saem por menos de um dólar. No Brasil, ainda é caro ler.
Mas se os livros sempre foram mais caros no Brasil, a comida, os sapatos, as roupas, os carros… Pensei: aí deve ter matéria. Saí com uma equipe da Record prá checar as diferenças e tentar entender o que está acontecendo. Fui parar no escritório de Joel Leite, jornalista especializado no mercado de automóveis que tem um site sobre o assunto (www.autoinforme.com.br). Joel estava escrevendo sobre o Lucro Brasil. Nada de Custo Brasil. Esse tempo já passou. Agora, as empresas estão faturando de verdade.
Pois o Joel se deu ao trabalho, ao longo de vários meses, de destrinchar a composição de preços dos automóveis. Nas ruas de São Paulo, qualquer pessoa repete a ladainha: por que os carros são tão caros aqui? Por causa dos impostos. Gente motorizada e gente a pé, no ponto de ônibus. Não importa. A certeza é a mesma. E ainda tem aquela história do Custo Brasil – seria mais caro produzir mercadorias no país por causa da infraestrutura engarrafada e do custo do capital.
Mas o Joel me explicou que não é nada disso. Ele tirou impostos, alíquotas, etc. e tal e no fim, o carro brasileiro continuava sendo o mais caro do mundo. É isso mesmo. O Brasil, que em 2010 ganhou o título de quinto maior produtor de automóveis e quarto maior mercado consumidor do mundo, em matéria de preços, ganha de todos os outros países. Tamanha produção e tamanho consume jogam por terra qualquer argumentação de que não se tem uma produção em escala suficiente para reduzir os preços.
Então o que?
“Se colar colou”, brincou o Joel meio a sério. Mas a idéia é a seguinte: joga-se o preço lá no alto. Se existe fila pra comprar, se a procura é grande, prá que baixar? O preço cola e fica. Exemplos?
O Honda City, fabricado em Sumaré, interior de São Paulo, viaja até o México, paga frete, tem que dar lucro para a revendedora, e tal. Bem, os mexicanos compram o carro pelo equivalente a R$ 25.800,00 enquanto os brasileiros desembolsam R$ 56.210,00 pelo mesmo modelo. Pelas contas do Joel, tirando toda a carga tributária, o lucro das concessionárias, e comparando com o preço no México, o fabricante tem um lucro de quase R$ 15.000, por unidade, no Brasil.
Outros exemplos prá matar de ódio o consumidor brasileiro:
O Corolla, que custa o equivalente a U$ 37.636,00 no Brasil, na Argentina sai pelo equivalente a U$ 21.658,00 e nos Estados Unidos, US$ 15.450,00. O Kia Soul, fabricado na Coréia do Sul, chega às lojas do nosso vizinho Paraguai pelo equivalente a US$ 18.000,00 e custa o dobro no Brasil. Haja viagem entre os dois países para explicar tanta diferença… Só mais uma comparação: o Jetta, que custa R$ 65.700,00 no Brasil, sai pelo equivalente a R$ 32.500,00 no México.
O banco de investimentos Morgan Stanley fez um estudo comparativo e concluiu que as subsidiárias brasileiras de montadoras estrangeiras garantem, no Brasil, lucros que não conseguem obter em outros países. O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, chegou à conclusão de que no Brasil a margem de lucro das montadoras chega a ser três vezes maior do que em outros países.
No site do Joel, teve gente deixando mensagem dizendo que ia sair na rua com nariz de palhaço. Consumidores se sentindo ridículos. Mas o aumento da classe média colocou no mercado uma porção de novos compradores. Acesso ao crédito e demanda aquecida tornaram bem mais fácil aumentar os preços e continuar vendendo.
Como o consumidor brasileiro não vive apenas de automóveis, fui prá rua conferir outras mercadorias. Aqui nos Estados Unidos uma brasileira já tinha me alertado: entrou em uma loja da cadeia espanhola Zara, em Nova York, e comprou uma camiseta por US$ 40,00. Voou para o Brasil e entrou em outra loja da Zara, desta vez em um shopping center de São Paulo. Encontrou a mesma camiseta. Mas com outro preço: R$ 400,00!
É assim também com os preços de sapatos, jeans, computadores e tablets. Eu posso até entender que o Ipad, da Apple, feito nos Estados Unidos, chegue ao Brasil por um preço mais alto por causa do imposto de importação. Mas pagar o equivalente a R$ 1.350,00 nos Estados Unidos e R$ 2.599,00 no Brasil não é diferença demais? E alguns modelos de calça jeans e tênis, que saem de outros países, em geral da Ásia ou da América Central? Encontrei um modelo recente de Nike por R$ 549,90 no Brasil e o par, igualzinho, pelo equivalente a R$ 250,00 nos Estados Unidos.
Se a margem de lucro é a grande responsável pela diferença de preços dos automóveis, será que acontece algo semelhante com outros produtos?
Quando os preços perdem a relação com a realidade, acontece de tudo. Foi o que eu constatei da conversa com a minha mãe, faz poucos dias. Para tratar um problema no joelho, o médico recomendou um remédio chamado Artrodar. E avisou: “procure na farmácia X”. Pois a minha mãe chegou em casa e foi pro telefone. O médico tinha toda razão. Na farmácia citada, a caixa com trinta comprimidos custa R$ 58,00, mas em outra farmácia a mesma caixa estava custando R$ 94,00. Foi fácil decidir onde comprar.
por Heloisa Villela, de Washington
Foi um susto!
Em tantas idas e vindas norte-sul nesses quase 23 anos trabalhando nos Estados Unidos, nunca achei o Brasil tão caro. Entre o fim de junho e o começo de julho, passei três semanas em casa: Rio, São Paulo, Mato Grosso do Sul. Sempre paguei mais caro por livros em português. Para mim e pros meus filhos. Afinal, todo investimento nessa área é pouco! Compra-se livro bem em conta nos Estados Unidos. Ainda mais depois do advento da internet. Agora, tem sempre a oferta dos usados que saem por menos de um dólar. No Brasil, ainda é caro ler.
Mas se os livros sempre foram mais caros no Brasil, a comida, os sapatos, as roupas, os carros… Pensei: aí deve ter matéria. Saí com uma equipe da Record prá checar as diferenças e tentar entender o que está acontecendo. Fui parar no escritório de Joel Leite, jornalista especializado no mercado de automóveis que tem um site sobre o assunto (www.autoinforme.com.br). Joel estava escrevendo sobre o Lucro Brasil. Nada de Custo Brasil. Esse tempo já passou. Agora, as empresas estão faturando de verdade.
Pois o Joel se deu ao trabalho, ao longo de vários meses, de destrinchar a composição de preços dos automóveis. Nas ruas de São Paulo, qualquer pessoa repete a ladainha: por que os carros são tão caros aqui? Por causa dos impostos. Gente motorizada e gente a pé, no ponto de ônibus. Não importa. A certeza é a mesma. E ainda tem aquela história do Custo Brasil – seria mais caro produzir mercadorias no país por causa da infraestrutura engarrafada e do custo do capital.
Mas o Joel me explicou que não é nada disso. Ele tirou impostos, alíquotas, etc. e tal e no fim, o carro brasileiro continuava sendo o mais caro do mundo. É isso mesmo. O Brasil, que em 2010 ganhou o título de quinto maior produtor de automóveis e quarto maior mercado consumidor do mundo, em matéria de preços, ganha de todos os outros países. Tamanha produção e tamanho consume jogam por terra qualquer argumentação de que não se tem uma produção em escala suficiente para reduzir os preços.
Então o que?
“Se colar colou”, brincou o Joel meio a sério. Mas a idéia é a seguinte: joga-se o preço lá no alto. Se existe fila pra comprar, se a procura é grande, prá que baixar? O preço cola e fica. Exemplos?
O Honda City, fabricado em Sumaré, interior de São Paulo, viaja até o México, paga frete, tem que dar lucro para a revendedora, e tal. Bem, os mexicanos compram o carro pelo equivalente a R$ 25.800,00 enquanto os brasileiros desembolsam R$ 56.210,00 pelo mesmo modelo. Pelas contas do Joel, tirando toda a carga tributária, o lucro das concessionárias, e comparando com o preço no México, o fabricante tem um lucro de quase R$ 15.000, por unidade, no Brasil.
Outros exemplos prá matar de ódio o consumidor brasileiro:
O Corolla, que custa o equivalente a U$ 37.636,00 no Brasil, na Argentina sai pelo equivalente a U$ 21.658,00 e nos Estados Unidos, US$ 15.450,00. O Kia Soul, fabricado na Coréia do Sul, chega às lojas do nosso vizinho Paraguai pelo equivalente a US$ 18.000,00 e custa o dobro no Brasil. Haja viagem entre os dois países para explicar tanta diferença… Só mais uma comparação: o Jetta, que custa R$ 65.700,00 no Brasil, sai pelo equivalente a R$ 32.500,00 no México.
O banco de investimentos Morgan Stanley fez um estudo comparativo e concluiu que as subsidiárias brasileiras de montadoras estrangeiras garantem, no Brasil, lucros que não conseguem obter em outros países. O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, chegou à conclusão de que no Brasil a margem de lucro das montadoras chega a ser três vezes maior do que em outros países.
No site do Joel, teve gente deixando mensagem dizendo que ia sair na rua com nariz de palhaço. Consumidores se sentindo ridículos. Mas o aumento da classe média colocou no mercado uma porção de novos compradores. Acesso ao crédito e demanda aquecida tornaram bem mais fácil aumentar os preços e continuar vendendo.
Como o consumidor brasileiro não vive apenas de automóveis, fui prá rua conferir outras mercadorias. Aqui nos Estados Unidos uma brasileira já tinha me alertado: entrou em uma loja da cadeia espanhola Zara, em Nova York, e comprou uma camiseta por US$ 40,00. Voou para o Brasil e entrou em outra loja da Zara, desta vez em um shopping center de São Paulo. Encontrou a mesma camiseta. Mas com outro preço: R$ 400,00!
É assim também com os preços de sapatos, jeans, computadores e tablets. Eu posso até entender que o Ipad, da Apple, feito nos Estados Unidos, chegue ao Brasil por um preço mais alto por causa do imposto de importação. Mas pagar o equivalente a R$ 1.350,00 nos Estados Unidos e R$ 2.599,00 no Brasil não é diferença demais? E alguns modelos de calça jeans e tênis, que saem de outros países, em geral da Ásia ou da América Central? Encontrei um modelo recente de Nike por R$ 549,90 no Brasil e o par, igualzinho, pelo equivalente a R$ 250,00 nos Estados Unidos.
Se a margem de lucro é a grande responsável pela diferença de preços dos automóveis, será que acontece algo semelhante com outros produtos?
Quando os preços perdem a relação com a realidade, acontece de tudo. Foi o que eu constatei da conversa com a minha mãe, faz poucos dias. Para tratar um problema no joelho, o médico recomendou um remédio chamado Artrodar. E avisou: “procure na farmácia X”. Pois a minha mãe chegou em casa e foi pro telefone. O médico tinha toda razão. Na farmácia citada, a caixa com trinta comprimidos custa R$ 58,00, mas em outra farmácia a mesma caixa estava custando R$ 94,00. Foi fácil decidir onde comprar.
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Re: A culpa não é só do governo: Empresários salafários!!!
viewtopic.php?p=1552127&sid=a4f8b9e48415868f93331be09f75e2f3#p1552127
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Re: A culpa não é só do governo: Empresários salafários!!!
Até quando essa palhaçada vai?
Isso nao vai acabar, nunca!!!
E nao é só aqui nao, nos EUA, pra cada um dólar gasto, 50% ( 0,50 cents ) automaticamente vao pros militares.
Ou seja, dinheiro pra financiarem guerras eles tem, agora acabar com a fome no mundo, nao tem né Dr. Obama???
Pq nao cortam o orçamento desses?
Safadeza sempre vai ter e em todo o lugar...
TODOS querem lucro rápido...
Isso nao vai acabar, nunca!!!
E nao é só aqui nao, nos EUA, pra cada um dólar gasto, 50% ( 0,50 cents ) automaticamente vao pros militares.
Ou seja, dinheiro pra financiarem guerras eles tem, agora acabar com a fome no mundo, nao tem né Dr. Obama???
Pq nao cortam o orçamento desses?
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Re: A culpa não é só do governo: Empresários salafários!!!
Como este tópico provavelmente vai ser unido com o indicado pelo Carnage, fica um lembrete que vale para ambos.
Empresários são salafrários, ou seja, vão tentar lucrar mais, no Brasil, nos EUA e na China.
Ou seja, há alguma coisa no Brasil que permite ao empresário lucrar ainda mais por aqui.
Na minha opinião, a culpa é sim do governo ou, mais precisamente, da estrutura institucional dos impostos.
Não acho que o governo cobra muito imposto, acho que cobra errado...
O fato dos impostos de importação serem muito altos permite que os produtores nacionais tenham margens de lucro maiores, pois cria uma reserva de mercado para eles.
É verdade que muitos países têm proteções tributárias, mas o caso do Brasil é muito específico por causa de seu tamanho e por causa da história de sua industrialização voltada para dentro.
Para comparar:
(1) O Chile teve um desenvolvimento voltado para dentro, mas seu mercado interno é muito pequeno, portanto sua indústria logo estagnou e exigiu uma abertura precoce, com seleção e aumento da competitividade da indústria interna. O mesmo raciocínio vale, dadas as devidas proporções, para Argentina e México.
(2) A China tem um mercado interno enorme, mas sua indústria se desenvolveu primordialmente para exportação. Portanto, ela já nasceu com níveis de competitividade internacionais.
O Brasil é um dos poucos casos, se não o único, que combinou grande mercado interno, com desenvolvimento voltado para dentro. Na verdade, foi o tamanho do mercado interno que permitiu que a indústria voltada para dentro se desenvolvesse tanto (em comparação com Chile, Argentina, México).
Por isso, se quisermos superar o problema precisamos partir para a redução das instituições que geraram esse desenvolvimento para dentro, a começar com o protecionismo, pelo menos em alguns setores (o automobilístico é o mais evidente).
Mas se quisermos reduzir a lucratividade dos empresários de determinados setores (em condições de livre empresa), temos que estar cientes de que eles reduzirão a quantidade de emprego nesses setores.
Por isso, o momento ideal para fazer isso teria sido no auge do desenvolvimento brasileiro recente (2005-2010), com desemprego baixo... Nesse sentido, foi uma oportunidade histórica perdida pelo nosso governo "sindicodemocrático" popular...
Empresários são salafrários, ou seja, vão tentar lucrar mais, no Brasil, nos EUA e na China.
Ou seja, há alguma coisa no Brasil que permite ao empresário lucrar ainda mais por aqui.
Na minha opinião, a culpa é sim do governo ou, mais precisamente, da estrutura institucional dos impostos.
Não acho que o governo cobra muito imposto, acho que cobra errado...
O fato dos impostos de importação serem muito altos permite que os produtores nacionais tenham margens de lucro maiores, pois cria uma reserva de mercado para eles.
É verdade que muitos países têm proteções tributárias, mas o caso do Brasil é muito específico por causa de seu tamanho e por causa da história de sua industrialização voltada para dentro.
Para comparar:
(1) O Chile teve um desenvolvimento voltado para dentro, mas seu mercado interno é muito pequeno, portanto sua indústria logo estagnou e exigiu uma abertura precoce, com seleção e aumento da competitividade da indústria interna. O mesmo raciocínio vale, dadas as devidas proporções, para Argentina e México.
(2) A China tem um mercado interno enorme, mas sua indústria se desenvolveu primordialmente para exportação. Portanto, ela já nasceu com níveis de competitividade internacionais.
O Brasil é um dos poucos casos, se não o único, que combinou grande mercado interno, com desenvolvimento voltado para dentro. Na verdade, foi o tamanho do mercado interno que permitiu que a indústria voltada para dentro se desenvolvesse tanto (em comparação com Chile, Argentina, México).
Por isso, se quisermos superar o problema precisamos partir para a redução das instituições que geraram esse desenvolvimento para dentro, a começar com o protecionismo, pelo menos em alguns setores (o automobilístico é o mais evidente).
Mas se quisermos reduzir a lucratividade dos empresários de determinados setores (em condições de livre empresa), temos que estar cientes de que eles reduzirão a quantidade de emprego nesses setores.
Por isso, o momento ideal para fazer isso teria sido no auge do desenvolvimento brasileiro recente (2005-2010), com desemprego baixo... Nesse sentido, foi uma oportunidade histórica perdida pelo nosso governo "sindicodemocrático" popular...
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Re: A culpa não é só do governo: Empresários salafários!!!
Provavelmente não leu tudo!!
A um exemplo na materia que foi ZERADO os impostos e mesmo assim, ficou continou caro!!!
Comentar sem ler é foda
A um exemplo na materia que foi ZERADO os impostos e mesmo assim, ficou continou caro!!!
Comentar sem ler é foda

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Re: A culpa não é só do governo: Empresários salafários!!!
Não li mesmo! Pois já tinha lido no post do Carnage do outro tópico... Sacou?roladoce escreveu:Comentar sem ler é foda
Se o trecho sobre impostos é este:
É exatamente contra esse argumento que escrevi meu texto. O efeito dos impostos não é contábil, mas funcional!roladoce escreveu:Mas o Joel me explicou que não é nada disso. Ele tirou impostos, alíquotas, etc. e tal e no fim, o carro brasileiro continuava sendo o mais caro do mundo. É isso mesmo.
Mais foda que comentar sem ler é comentar sem ler e nem entender... low low low
Mas, ao que interessa: se o problema não é a reserva de mercado causado pelas barreiras de importação, qual é? Nossos empresários são mais malvados que os outros? Diniz e Johannpeter são mais gananciosos que Ford e Jobs?
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Re: A culpa não é só do governo: Empresários salafários!!!
Os brasileiros são mais gananciosos..Compson escreveu:Não li mesmo! Pois já tinha lido no post do Carnage do outro tópico... Sacou?roladoce escreveu:Comentar sem ler é foda
Se o trecho sobre impostos é este:
É exatamente contra esse argumento que escrevi meu texto. O efeito dos impostos não é contábil, mas funcional!roladoce escreveu:Mas o Joel me explicou que não é nada disso. Ele tirou impostos, alíquotas, etc. e tal e no fim, o carro brasileiro continuava sendo o mais caro do mundo. É isso mesmo.
Mais foda que comentar sem ler é comentar sem ler e nem entender... low low low
Mas, ao que interessa: se o problema não é a reserva de mercado causado pelas barreiras de importação, qual é? Nossos empresários são mais malvados que os outros? Diniz e Johannpeter são mais gananciosos que Ford e Jobs?
Nâo discuto ideologias baratas...deixo isso pra tricampeão e cia..
Mais o pratico..e na pratica as margens de lucros..e a forma que são tratados os consumidores..no Brasil é pior FATO!!!
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Re: A culpa não é só do governo: Empresários salafários!!!
Nã, nãni, nãnão.roladoce escreveu:Os brasileiros são mais gananciosos..
Os empresários brasileiros não são mais gananciosos, em média, que os demais. Todo empresário quer ter lucro, o máximo possível de lucro. O que limita os lucros de uma empresa é o mercado onde ela atua.
No caso, o problema não são os empresários brasileiros em si, mas como o mercado brasileiro se comporta, o jeito como o consumidor brasileiro se comporta.
No caso particular dos carros, o brasileiro de classe média se acostumou ao fato (suposto) de que coisas boas são muito caras, e acha até bonito adquirir um carro de 70 mil reais, porque ele pode bater no peito e falar "eu tenho grana pra comprar um carro de 70 mil reais!", sem em momento algum fazer um julgamento de quanto aquele bem "vale"! O consumidor médio não pensa muito em termos de valor, ele pensa em termos de preço! E preço e valor são duas coisas diferentes! O preço cabe no bolso? Então tá bom! A coisa vale o preço combrado? Ah, isso não importa, eu posso pagar o preço!
O empresário sabe disso e estipula um preço que ele acha que "vai colar" nem um pouco relacionado com custo ou margem razoável de lucro. Ele pensa o preço em termos de quanto o consumidor médio está disposto a pagar, e essa estimativa de preço é culpa do consumidor. "Se colar, colou!"
O exemplo da bolsa comentado no texto é emblemático.
Tenho um outro exemplo muito legal
Uma amiga do trabalho mora em um bairro "chique". Lá tem uma padaria "chique", que é mesmo muito boa, com produtos de ótima qualidade. O local é meio caro, mas oras, "coisas boas são caras!", não é mesmo?
Pois bem, o dono do local tem mais uma padaria, que fica mais afastada, em outro bairro, num local "não tão chique". Um belo dia essa minha amiga foi comprar uma torta, que custa nessa padaria "chique", algo como R$35. Só que chegando lá deu de cara com o local fechado, porque o dono estava fazendo uma pequena reforma e a fechou pelo fim de semana. Como ela sempre conversava com o sujeito, sabia da outra padaria, e sabia onde ela ficava e que a qualidade dos locais era idêntica. Então rumou pra lá, era mais longe, mas ela queria o diabo da torta que sabia que lá seria a mesma, pois o dono comprava ingredientes no mesmo lugar pra abastecer as duas e tinha a mesma metodologia de produção nos dois locais. Chegando lá ela encontra a tal torta e constata que nesta outra padaria, a torta custava R$19!!!
Ela compra a torta e vê que era igual! A mesma coisa!
Dias depois ela encontra o dono das padarias e vai perguntar pra ele o porque da mesma torta ter preços tão diferentes nas duas padarias. E ele calmamente responde que se ele cobrasse pela a torta o preço menor na padaria do bairro chique, ele não venderia nenhuma, pois os clientes achariam que não era de boa qualidade e então não comprariam!! Ele cobrava em função da clientela que frequentava o local, nada a ver com custos!!
Culpa do cara??
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