A princípio, não houve sonegação, apenas bom uso de brechas nas leis de diversos países...
Sobre o problema dos preços no Brasil, o problema não é cultural... Se a questão fosse consumismo, os EUA teriam os maiores preços do mundo.
bullitt escreveu:Mistar Gaga escreveu:E o brasileiro? O que leva o brasileiro pagar 1500 reais na porra de um celular com uma maçãzinha e achar que é feliz?
Brasileiro curte ostentação e ao mesmo tempo valoriza muito o que é caro. Culturalmente, aqui o que é caro deve ser bom. É por isso que muita gente aproveita e mete a faca nos preços sem dó.
O brasileiro paga 1500 reais na porra de um celular com uma maçãzinha porque o celular equivalente sem a maçãzinha custa 1400 reais, o celular que custa 1200 reais é pior e o que custa 500 é muito pior... Não há mistério algum, os preços estão perfeitamente alinhados em termos de qualidade e valor de marca do produto!
A verdadeira questão é: por que os preços no Brasil são sistematicamente mais altos que no exterior, mesmo se comparados com os de países de mesmo nível de desenvolvimento, como México e Chile?
Ou, colocando em termos mais específicos, por que a VW do Brasil vende o Gol 1.6 a 120.000 pesos no México (18.000 reais) e a 38.000 reais aqui? O mesmíssimo carro feito em São Bernardo custa no México menos da metade do que custa na fábrica para um funcionário da VW... Por quê?
Não sei, mas com certeza não é porque um brasileiro aceita pagar qualquer valor em um carro de merda, ao passo que o mexicano exige altos padrões automobilísticos...
Novamente, os valores estão alinhados, não há mistério algum: um carro mais barato que o Gol é pior ou de uma marca menos reconhecida/confiável!
Um palpite: as chinesas Lifan/JAC tentaram entrar no mercado brasileiro de modo bastante agressivo, oferecendo carros muito mais completos e com motorização melhor ao preço dos populares nacionais, muitas vezes menor. O que o governo fez: aumentou o IPI de importação e constrangeu as empresas a montar fábricas aqui!
Uma grande sacada, diriam alguns: geramos empregos aqui em vez de subsidiá-los na China!
A pergunta que fica é - atualmente, do que o Brasil precisa mais: gerar emprego automobilístico e aumentar a escassez de técnicos, concentrando-os num setor com baixíssimo potencial de inovação e produtividade, OU oferecer carros mais baratos para as classes baixas de modo que essas possam gastar dinheiro em outras coisas, dinamizando a economia?