Interessante, eu pensei em abrir um tópico aqui sobre esse assunto e dei de cara com este, já existente, então vou aproveitar para escrever o que penso.
Os rolezinhos significam a ausência de uma esquerda na sociedade que saiba interpretar corretamente as necessidades dos excluídos da economia moderna e mesmo que essa esquerda existisse e buscasse dar sentido a essas reivindicações, os jovens não se identificariam com suas posições.
Entendo que isso ocorra em sociedades onde os valores religiosos são predominantes e dificultam a organização dos excluídos devido a falta de um raciocínio racional, que é substituído por uma visão simplista de bem e mal.
Essas aglomerações também aconteceram em outros países sem tradição de esquerda, como os Estados Unidos e foram mobilizadas pelas redes sociais, o que lhes confere um ar novidadeiro, mas sem conteúdo político. Nos países de língua inglesa não existe movimento de esquerda. Aconteceram também nos subúrbios franceses quando os jovens de ascendência árabe queimaram vários carros, uma depredação inócua; os franceses são mobilizados pelo Parti Socialiste ou o Parti Communiste Français.
Podemos comparar esses rolezinhos com as pichações nas paredes; a motivação é a mesma.
Diversos grupos existentes na sociedade buscam se aproveitar da manifestação e canalizar para si os dividendos políticos. No caso de São Paulo esses grupos buscam fragilizar o governo do Estado, já pensando nas próximas eleições.
O movimento é prejudicial ao país, na medida que busca um inimigo imaginário para se contrapor (a elite branca, racista, higienista, etc.) e na medida que acirra um confronto que não interessa e que nada produz de útil. Diria que é o estilo Chavez querendo criar raízes no Brasil.
Esses excluídos estariam melhor se reivindicassem o básico, algo relacionado a saúde, educação, trabalho ou mobilidade urbana. Fazer passeatas em Shoppings apenas prejudicam suas vendas ocasionando retração econômica, que não beneficiam a ninguém.
