Esse cara da matéria só falou besteira. O padrão monogâmico é adotado de modo praticamente universal nas relações contemporâneas em qualquer sociedade avançada (refiro-me aqui a sociedades não-tribais, e retornarei a isso posteriormente), independentemente da camada social dos partícipes na relação. A grande maioria dos ricos, do pessoal da classe média, e dos pobres, constituem relações afetivas de caráter monogâmico.Fodedor Municipal escreveu:Concordo plenamente com esse especialista...
https://www.bbc.com/portuguese/geral-45629555" -"-
É claro que aqui estou me referindo a pactos afetivos firmados entre pessoas e não de sexo casual, ou de alguém solteiro(a) que tem vários parceiros eventuais. Nenhuma dessas relações fugazes são consideradas poligamia. Para ser poligamia, teria que ser um trato afetivo duradouro firmado entre mais de 2 pessoas, ou mesmo algo similar ao aceito no mundo islâmico (mas bastante incomum na prática, e bem minoritário mesmo lá), onde um homem pode ter mais de uma família (poderia ser também, em outra sociedade, uma mulher com mais de uma família).
A razão pela qual a monogamia se tornou o padrão nas sociedades avançadas contemporâneas é porque este é o padrão mais eficiente para acúmulo de capital e prosperidade tanto dos pais quanto da prole. Não é nem um pouco difícil de entender o porque disso ser um fato, de modo que sequer vou me alongar neste ponto, basta constatar empiricamente a sua veracidade: compare as sociedades onde o casamento monogâmico é a instituição com lastro reconhecido pelo Estado, com as sociedades tribais onde o conceito de família (marido, esposa e filhos) é enfraquecido diante da coletividade tribal!
Não, não somos monogâmicos porque somos pobres, até porque nem todos são pobres, mas a maioria, pobre ou rica, é monogâmica. A monogamia é um constructo social extremamente bem sucedido, de fato, a configuração de relacionamentos afetivos e de formação de família mais bem sucedida em toda a história. E é por isso que ela é adotada globalmente.
PS: você pode pegar sociedades feministas e pouco religiosas, como as nórdicas, e lá o padrão é também o monogâmico. A monogamia, apesar de ter também lastro circunstancial na tradição religiosa, é maior que isso. Lembrando que na Escandinávia você tem o maior IDH do mundo, de modo que essa besteira de que "somos monogâmicos porque somos pobres" é de uma estupidez ímpar, sem qualquer lastro na realidade empírica!
PS II: esse papo de que a "monogamia não é natural", significa o que exatamente? Se por "natural" compreende-se abdicar da razão para agir de forma instintiva, praticamente NADA do comportamento do homem civilizado contemporâneo é "natural". Ou alguém acha que é "natural" andar vestido, segurar a vontade de fazer necessidades fisiológicas (mesmo fazendo mal à saúde) até achar o banheiro mais próximo, não esmurrar a cara do primeiro desafeto que aparecer pela frente, etc? Agir de forma instintiva é o que aproximaria o homem do animal, e por aí não teríamos jamais chegado onde chegamos. Esse papinho do velho senil da matéria é uma baboseira com viés esquerdista que visa relativizar valores sociais tradicionais que foram constituídos com base em tentativa-e-erro, até se chegar a uma configuração mais eficiente. A própria noção de democracia não é nada natural e sim um constructo social sofisticado, tanto quanto o capitalismo e a monogamia, que são, não por acaso, pilares fundamentais das sociedades avançadas contemporâneas.