Batizaram os dois gêmeos com a singeleza de Clitóris e Prepúcio, estavam ali rascunhados seus destinos. Os pais eram muito ignorantes, ouviram estes nomes em alguma conversa domingueira e batizaram os gêmeos com esta graça, exibindo nos rostos a felicidade pela exclusividade na nominação da alcunha dos meninos.
Na verdade esta anomalia ocorreu também por uma filha-da-putice do escrivão. Sujeito sacana, desclassificado moral, ele queria comer a mãe das crianças mas esta era uma santa mulher e nunca entregou a rapadura, sempre declinou aos convites que o vagabundo fazia enquanto o marido estava na roça suando bicas e ele - o escrivão, chegava com presentes alimentícios para a família de famintos.
Por vingança o calhorda deixou o pai colocar este nomes nas crianças, que além de tudo, eram muito, muito feios. Qualquer um da cidadezinha, que os visse, já comentava: Lá vem a fotocópia do capeta.
O tempo passou, passou e passou, cresceram na mesma proporção que a inverosímil feiúra também cresceu. Nunca tiveram qualquer vida social, nem perto de menina nenhuma chegavam nas matinês. Foram despachados para o quartel, talvez o exército pudesse escondê-los em alguma fronteira bem distante ou despachá-los rumo à alguma outra guerra mundial vindoura.
Porém, quis o destino que não fossem a lugar algum. Mas sim, foram subjugados à escravidão particular do seu superior, o sargento Fêmur. Fêmur era um homem muito mau, gordo, suava muito, era peludo tal qual um ursão, pau pequeno, e o detalhe mais importante: era ciumentíssimo.
O desgraçado do sargento era casado com Sarita, morena jambo lindíssima e naturalmente fogosa, obviamente o sargento não dá conta daquela voluptuosidade toda. A mulher era um vulcão, em constante erupção carnal. Algo surreal para aquela década e até muitas depois...
Pois bem, o sargento, no uso de suas atribuiçoes hierárquicas e amorais, põe os dois para vigiar sua casa enquanto trabalha. Ele podia ser broxa, mas não aceitaria ser um corno consensual.
A morena do sargento, que não podia passar sem pica, não fez-se de rogada, deu um banho no Clitóris, preparou bem o Prepúcio e lascou chá de xavasca nos mal-acabados. Eles, síncrona e competentemente, passam a vara na Sarita, de todas as formas possíveis e imagináveis, diria até inimagináveis. Sentam-lhe os mangalhos até saciar, temporariamente é bom que se diga, a fome de caralho que nutria aquela senhora.
Obviamente, ao inspecionar a patroa com a buceta e rabo em frangalhos, o sargento babando de raiva clama pelo relatório dos irmãos. Na sua pusilanimidade animal, Clitóris e Prepúcio culpam sem qualquer cerimônia a macharada da comunidade.
E isso tornou-se uma receita infalível, fodiam a patroa - Sarita, culpavam um pobre galã desavisado e junto com o sargento vingam a honra dele, vingam torturando (sob tortura os galãs admitiam o crime não cometido) e quebrando as pernas dos cabras. A cidade encheu-se de homens mancos!
Ocorreu que um determinado dia Fêmur sai e deixa os dois cuidando e Sarita, porém esquece seu pacote de pão-de-queijo feito para o lanche vespertino, volta surpreendendo os dois seres horríveis comendo a sua musa doce amada e insaciável Sarita.
Visão aterradora, dois monstrengos com suas babas viscosas e aquela mulher belíssima, em plena dupla penetração - um atolado na buça e o outro prospectando aquele magnífico cu. E ela adorando, lamentavelmente adorando...
Eles porém não se abalam, nada, nadica de nada mesmo. Como em uma loucura, seguem o mesmo expediente aprendido em conluio e negam tudo. Querem convencê-lo de que ele não viu o que viu e torturam Fêmur, quebrando-o todo e não bastasse a quebradeira, cortam sua língua fora cruelmente. Tudo às vistas de Sarita, que não derramou uma lágrima e nem vestiu as roupas.
O sargento inevitavelmente fica paraplégico, tetraplégico. E mudo.
Sua sina agora é ficar em casa inválido, na cadeira de rodas e sem língua, assistindo Clitóris e Prepúcio enrabar Sarita em sua frente. Ele sua muito mas não consegue fazer nada além de suar e chorar. Mas é um choro silencioso já que a ausência da língua o impedia de algo mais que grunhir...
Foi assim, sem tirar, nem pôr.
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