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da Folha Online
Vinte e cinco anos após o surgimento da Aids, a OMS (órgão da ONU para a saúde) afirmou nesta segunda-feira que o risco de uma epidemia heterossexual global desapareceu, segundo a versão eletrônica do diário britânico "The Independent".
Na primeira admissão oficial de que a estratégia de prevenção promovida pelas principais instituições de combate à Aids pode ter sido errônea, Kevin de Cock, chefe do departamento para HIV/Aids da Organização Mundial de Saúde (OMS), disse que não haverá epidemia generalizada entre a população heterossexual fora da África.
De Cock, epidemiologista, disse que o entendimento da ameaça imposta pelo vírus mudou, de acordo com o diário britânico. Antes vista como um risco para as populações de todo o mundo, agora reconhece-se que, fora da África subsaariana, a doença está confinada a grupos de alto risco --incluindo homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas injetáveis, profissionais do sexo e seus clientes.
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"É muito improvável que haja uma epidemia heterossexual em outros países", disse De Cock, citado pelo "Independent". "Dez anos atrás, muitas pessoas diziam que haveria uma epidemia generalizada na Ásia --a China era a grande preocupação com sua população enorme. Isso não parece mais provável", afirmou o médico. "Mas temos de tomar cuidado. Como um epidemiologista, é melhor descrever o que podemos medir."
Organizações de ajuda humanitária, incluindo a OMS, a UNAids e o Fundo Global, foram colocadas sob intenso ataque por aumentarem as estimativas do número de pessoas afetadas, desviando o dinheiro de outras demandas de saúde como malária, gastando nas medidas erradas, como em programas de abstinência do que em camisinhas.
"A Aids continua o principal desafio infeccioso de saúde pública", afirmou De Cock.