Como Brasília perdeu uma prostituta
A educadora Dagmar Garroux preparou uma de suas alunas para ser prostituta. Mas não qualquer prostituta - seria treinada para circular pelos bastidores de Brasília. Além de etiqueta, aprenderia a falar bem português e se viraria no inglês ou espanhol. Com aulas de artes, história e atualidades, ela conseguiria manter uma conversa em recepções. "O treino funcionou", orgulha-se Dagmar. Funcionou tão bem que Brasília perdeu uma prostituta.
A menina, estimulada com a chance de ser prostituta em Brasília, morava na favela do Parque Santo Antônio, localizada no chamado "triângulo da morte", na zona sul da cidade de São Paulo. No "triângulo" existe o cemitério São Luiz, que, conta-se, é o lugar onde estariam enterrados mais adolescentes por metro quadrado no mundo.
Dagmar criou, ali, um centro educacional batizado de Casa do Zezinho - o nome é inspirado na poesia "E agora, José?", de Carlos Drummond de Andrade. Uma das freqüentadoras da casa era a menina, que começou a vender o corpo, na fronteira da adolescência, agenciada por um rapaz mais velho da escola pública em que estudava. Dividiam pela metade o valor de cada programa (R$ 10).
A garota não gostou da intromissão da educadora. "Não se mete, não. Você nunca pensou em se vender para ganhar dinheiro?", perguntou, agressiva. Ela era conhecida pela violência, metia-se em brigas. Quase sempre andava com uma faca.
Dagmar suspeitou de que corria o risco de perder a aluna, desfeito o já frágil laço afetivo. Decidiu entrar no jogo. Disse que nunca quis vender o corpo. Mas, se quisesse, não iria aceitar mixaria. "Eu iria cobrar no mínimo R$ 1.000. Isso no começo, depois aumentaria o preço."
A aluna arregalou os olhos e ouviu a improvável proposta: "Por que você não se prepara para ser puta em Brasília? Você ganha dinheiro e se aposenta". Com aquele corpo e a bagagem intelectual, acrescentou, certamente iria surgir um marido rico.
No dia seguinte, a garota voltou, animada com a proposta. "Topo", disse. Dagmar ponderou que ela deveria, então, se preparar. Para começo de conversa, deveria se cuidar para que aumentasse a disputa dos clientes.
Precisaria, assim, parar imediatamente de estragar seu corpo com os homens da favela. "Você quer chegar a Brasília com a mercadoria velha?" Dagmar convenceu-a de que, além do corpo atraente, precisaria mostrar cultura e saber falar. Um tanto a contragosto, mas de olho nas recompensas futuras, aceitou as aulas.
Com as aulas, vieram reflexões sobre autonomia e responsabilidade; a auto-estima era trabalhada em projetos de arte e comunicação. Certo dia, ela fez um comentário sobre os dentes de Dagmar. "Parece que você tem uma boca de cavalo." E brincou: "Se eu fosse dentista, eu consertaria a sua boca".
O apoio explicou por que, embora sem intenção, a menina apresentasse melhor desempenho escolar. A trajetória teve momentos de crise: como já não faturava com a prostituição, a garota passou a vender drogas. Dagmar voltou a argumentar que, se fosse mesmo vender drogas, deveria se tornar chefe e, aí, precisaria continuar os estudos para entender contabilidade. O inglês seria útil para transações internacionais.
Como era inteligente, a menina prosperava cada vez mais rapidamente na escola. À medida que ficava mais velha, prestava mais atenção no que acontecia em sua comunidade com quem se envolvia com as drogas e a prostituição - bem ao seu lado estava o pedagógico cemitério São Luiz.
Ela chegou a concluir o ensino médio e suspeitou que talvez pudesse prosseguir. Por motivos óbvios, não posso revelar o nome da aluna: "Ainda sinto muita vergonha", justifica. Fez um cursinho pré-vestibular gratuito e entrou na USP. Formou-se em odontologia - e agora vive consertando bocas.
PS: A ex-futura-prostituta de Brasília é um dos casos que passaram pela Casa do Zezinho, uma experiência relatada agora pelo educador Celso Antunes no livro "A Pedagogia do Cuidado", a ser lançado neste mês.
Ele detalha o que existe de teorias pedagógicas por trás dos exemplos.
Se os gestores municipais agora eleitos quiserem fazer cidades melhores, terão de aprender as magias que podem ser feitas quando existirem bons educadores, mesmo num "triângulo da morte".
É mais uma ilustração do que sempre digo: educar é ensinar o encanto da possibilidade. Um dos seus projetos é transformar aquele simbólico cemitério São Luiz, com o recorde de covas de adolescentes, numa galeria de arte, com os muros externos pintados - as obras, claro, serão feitas por adolescentes. Por esse tipo de experiência, Dagmar vai dar aula, na próxima semana, num curso de gestão da Fundação Vanzolini, da Poli.
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http://aprendiz.uol.com.br/content/hecluregeb.mmp
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cara... trabalhei durante mto tempo com jovens, e apesar de parecer ppp, casos como o dessa mina, existem e me emocionam.
Essa Dagmar é foda.
Acho que estou ficando velho.
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Acho que estou ficando velho.
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Parece irreal.
Só não entendo que ela era de Brasília e entrou pra USP.
O pior é que tem muita GP com mais instrução que não se toca que evoluir intelectualmente e em comportamento é primordial para ela se dar bem mesmo nessa profissão.
Só não entendo que ela era de Brasília e entrou pra USP.
O pior é que tem muita GP com mais instrução que não se toca que evoluir intelectualmente e em comportamento é primordial para ela se dar bem mesmo nessa profissão.
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A menina não era de Brasília:Edu28 escreveu:Só não entendo que ela era de Brasília e entrou pra USP.
Ela era de São Paulo e a educadora a aconselhou a ser uma puta de luxo em Brasília, pois assim poderia ganhar mais dinheiro.A menina, estimulada com a chance de ser prostituta em Brasília, morava na favela do Parque Santo Antônio, localizada no chamado "triângulo da morte", na zona sul da cidade de São Paulo.
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não sei de onde vc viu este texto porem me parece um caso claro de aliciamento para a prostituição
creio que se o MP(ministerio publico) pegar este texto é cana na dagmar
creio que se o MP(ministerio publico) pegar este texto é cana na dagmar
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O link do texto está acima, mas se pesquisar na internet, verá que foi reproduzido em uma penca de sites e blogs. Até no Viomundo tem. E se ler tudo, verá que a história será publicada num livro.kank escreveu:não sei de onde vc viu este texto porem me parece um caso claro de aliciamento para a prostituição
Agora, se é aliciamento ou sobra cana pra tal educadora, aí eu já não sei avaliar.
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A professora foi muito habil em utilizar as duvidas e inseguranças da adolescente, em beneficio da propria, percebe-se isto aqui...educar é ensinar o encanto da possibilidade.
Precisaria, assim, parar imediatamente de estragar seu corpo com os homens da favela. "Você quer chegar a Brasília com a mercadoria velha?" Dagmar convenceu-a de que, além do corpo atraente, precisaria mostrar cultura e saber falar.
Quem lida ou ja lidou com adolescente esta "careca" de saber que não adianta falar a eles para não fazer alguma coisa, tem sim que demonstrar possibilidades e alternativas...
Muito boa materia!!!
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
E não deve faturar mais de R$ 2.000 como dentista pelo SUS ...Fez um cursinho pré-vestibular gratuito e entrou na USP. Formou-se em odontologia - e agora vive consertando bocas.
Essa Dagmar é uma FDP, estragou a perva.
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
A moçinha ja estava encaminhada na vida e ela apareceu e desgraçou com a vida da meninaGringo Aposentado escreveu:E não deve faturar mais de R$ 2.000 como dentista pelo SUS ...Fez um cursinho pré-vestibular gratuito e entrou na USP. Formou-se em odontologia - e agora vive consertando bocas.
Essa Dagmar é uma FDP, estragou a perva.
Agora falando serio...Realmente não sei o que é pior no Brasil ser profissional de saude ou profissional de sexo...Uma coisa é certo nos dois casos a maioria so leva na bunda...
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Gringo Aposentado escreveu:E não deve faturar mais de R$ 2.000 como dentista pelo SUS ...Fez um cursinho pré-vestibular gratuito e entrou na USP. Formou-se em odontologia - e agora vive consertando bocas.
Essa Dagmar é uma FDP, estragou a perva.
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Esse Mr. Caos é foda, vive no mundo da Lua, não presta atenção no que lê. E o Carnage com paciência pra ficar explicando. Imaginem o Mr. Caos num show do Ary Toledo, ia ter de interromper o show toda hora pra explicar as piadas pra ele.Carnage escreveu:A menina não era de Brasília:Edu28 escreveu:Só não entendo que ela era de Brasília e entrou pra USP.Ela era de São Paulo e a educadora a aconselhou a ser uma puta de luxo em Brasília, pois assim poderia ganhar mais dinheiro.A menina, estimulada com a chance de ser prostituta em Brasília, morava na favela do Parque Santo Antônio, localizada no chamado "triângulo da morte", na zona sul da cidade de São Paulo.
Alguém aí falou sobre aliciamento para prostituição? Então não entendeu a moral da história: claro que a professora não estaa aliciando a menina. A história de ser prostituta em Brasília, assim com a história de traficante de sucesso, era um subterfúgio que ela usou porque queria convencer a menina e dedicar-se aos estudos. Como não tinha outro argumento que despertasse interesse da menina além do "sucesso econômico", lançou esse de que a garota poderia se tornar uma profissional bem sucedida se, além de puta, fosse estudada e não se deitasse com qualquer um. No fim, para as mentes mais simples e pragmáticas, estudar tem como única finalidade ganhar dinheiro.
Ao menos ela mantém a dignidade como dentista.Gringo Aposentado escreveu:E não deve faturar mais de R$ 2.000 como dentista pelo SUS ...Fez um cursinho pré-vestibular gratuito e entrou na USP. Formou-se em odontologia - e agora vive consertando bocas.
É, mas vendo por esse lado... tem razão, Gringo, essa Dagmar é uma FDP mesmo!Gringo Aposentado escreveu:Essa Dagmar é uma FDP, estragou a perva.
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Roman Barak escreveu:É, mas vendo por esse lado... tem razão, Gringo, essa Dagmar é uma FDP mesmo!Gringo Aposentado escreveu:Essa Dagmar é uma FDP, estragou a perva.
Será Fazendo programinha a $10 no Parque de Fim de Mundo da Zona Sul, sei não...
Mas a educadora em questão, está de parabéns. Atingiu o objetivo dela. E fica provado pra aqueles que ainda duvidam, que tudo é possível, bastando que ao menos alguma oportunidade seja dada e claro, a pessoa aproveite.
Falando assim, tudo parece muito simples, mas não é. O caso dessa guria é um caso excepcional, é 1 em 1,000,000, é como ganhar na loteria. Depende não apenas de palavras clichês como as que eu descrevi no paragrafo anterior, mas de sorte, circunstancias favoraveis e uma combinação dificil de se repetir para todos.
Para ser honesto, nem gosto muito de ler essas histórias porque se vcs forem ver, há muito de sordido em tudo isso. Todos adoram a dentista, mas odeiam aquela menina abandonada, drogada e protituida. Mas no fundo sao a mesma pessoa.
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
A meu ver, não são a mesma pessoa, Pastor. A menina certamente mudou muito desde quando teve seu primeiro encontro com a educadora e hoje tem outros valores, outra perspectiva de vida e transmitirá coisas diferentes às pessoas. É como na música de Lennon & McCartney, última do labo B do LP "Abbey Road" de 1969:O Pastor escreveu:Para ser honesto, nem gosto muito de ler essas histórias porque se vcs forem ver, há muito de sordido em tudo isso. Todos adoram a dentista, mas odeiam aquela menina abandonada, drogada e protituida. Mas no fundo sao a mesma pessoa.
"...and in the end
the love you take
is equal to the love
you made."
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
bullitt escreveu:Gringo Aposentado escreveu:E não deve faturar mais de R$ 2.000 como dentista pelo SUS ...Fez um cursinho pré-vestibular gratuito e entrou na USP. Formou-se em odontologia - e agora vive consertando bocas.
Essa Dagmar é uma FDP, estragou a perva.
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
A moça teve o mérito de continuar até o fim pelo caminho mais difícil (estudar) ao invés de se manter como GP que era a opção bem mais fácil e imediata. Ao longo da vida de GP até podia acabar ganhando mais se fosse mesmo bonita, mas optou por uma vida mais digna.
Ao meu ver existem dois tipos de GPs, as pobres e as vagabundas. As putas pobres que não tem muita opção de vida (incluindo muitas mães solteiras), e as vagabundas que tem um leque de possibilidades à frente mas querem a vida fácil.
Ao meu ver existem dois tipos de GPs, as pobres e as vagabundas. As putas pobres que não tem muita opção de vida (incluindo muitas mães solteiras), e as vagabundas que tem um leque de possibilidades à frente mas querem a vida fácil.
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Não acho que a vida de GP seja fácil. Em certos aspectos, pelo preconceito, por ter que vievr vida dupla, pela dificuldade em ter amigos ou amigas devido aso preconceito em relação à profissão, é até mais difícil.bullitt escreveu: Ao meu ver existem dois tipos de GPs, as pobres e as vagabundas. As putas pobres que não tem muita opção de vida (incluindo muitas mães solteiras), e as vagabundas que tem um leque de possibilidades à frente mas querem a vida fácil.
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
As pessoas acabam sempre vendo "profissões" (ou opções de vida) através de esteriótipos que quase nunca refletem a realidade.
"Vida fácil" é um atributo que possivelmente só se encaixa nas GPs muito bonitas e que, inclusive por isso, ganham muito dinheiro, bastando-lhes fazer um ou dois programas por dia com caras que, endinheirados, geralmente (excluamos as exceções) são higiênicos, educados e não lhes exigem muito no atendimento.
Do outro lado do vértice da profissão estão as pobres coitadas que trabalham no Predião Itatiaia (Rua Brão de Limeira, Centrão de São Paulo), que têm de atender mais de 10 clientes por dia apenas para pagar a diária que as donas dos apartamentos (trabalhando ou não, elas têm de pagar entre R$50 ou R$80), têm de lidar com todo tipo de sujeito, depois têm de correr pra casa de ônibus, metrô e trem pra cuidar da prole, num bairro de periferia qualquer. É uma vida desgraçada que não se deve desejar a ninguém. Mas essas, como já se disse, não têm opção, porque nem caixa de supermercado conseguem ser. De que outra forma se sustentariam?
No caso da garota, ela teve a ajuda de alguém "de fora" que ao menos a orientou a estudar e ter uma profissão. Ganhar R$2 mil como dentista do SUS é uma merda? Não acho. Pelo menos ela só abre as pernas pra quem ela quer.
É certo que, para a sociedade, o que vale é ter dinheiro no bolso, pouco importa da onde ele vem, mas essa garota, certamente, não estaria ganhando mais do que isso se prostituíndo em qualquer espelunca autodenominada privê. Mais provável é que ganhasse menos. Daí que acho até mais fácil uma "puta barata" sair da vida do que uma "puta cara".
A "puta cara" anda de carro importado, viaja pra Espanha e Paris, toma champanhe importado e só frequenta hotéis de luxo. Mesmo tendo como clientes empresarios e profissionais liberais, o convivio não a enriqueceu culturalmente, de modo que ela, muitas vezes, continua sem estudo e não poderia jamais conseguir um emprego que lhe desse o mesmo rendimento da putaria. Essa puta cara, por esse prisma, está condenada a sempre ser puta, porque para manter o padrão de vida a que está acostumada, só abrindo as pernas mesmo. Quando estiver velha, só servirá pra ser cafetina, isto é, se for esperta o suficiente pra isso.
Qual das duas tem um destino melhor?
"Vida fácil" é um atributo que possivelmente só se encaixa nas GPs muito bonitas e que, inclusive por isso, ganham muito dinheiro, bastando-lhes fazer um ou dois programas por dia com caras que, endinheirados, geralmente (excluamos as exceções) são higiênicos, educados e não lhes exigem muito no atendimento.
Do outro lado do vértice da profissão estão as pobres coitadas que trabalham no Predião Itatiaia (Rua Brão de Limeira, Centrão de São Paulo), que têm de atender mais de 10 clientes por dia apenas para pagar a diária que as donas dos apartamentos (trabalhando ou não, elas têm de pagar entre R$50 ou R$80), têm de lidar com todo tipo de sujeito, depois têm de correr pra casa de ônibus, metrô e trem pra cuidar da prole, num bairro de periferia qualquer. É uma vida desgraçada que não se deve desejar a ninguém. Mas essas, como já se disse, não têm opção, porque nem caixa de supermercado conseguem ser. De que outra forma se sustentariam?
No caso da garota, ela teve a ajuda de alguém "de fora" que ao menos a orientou a estudar e ter uma profissão. Ganhar R$2 mil como dentista do SUS é uma merda? Não acho. Pelo menos ela só abre as pernas pra quem ela quer.
É certo que, para a sociedade, o que vale é ter dinheiro no bolso, pouco importa da onde ele vem, mas essa garota, certamente, não estaria ganhando mais do que isso se prostituíndo em qualquer espelunca autodenominada privê. Mais provável é que ganhasse menos. Daí que acho até mais fácil uma "puta barata" sair da vida do que uma "puta cara".
A "puta cara" anda de carro importado, viaja pra Espanha e Paris, toma champanhe importado e só frequenta hotéis de luxo. Mesmo tendo como clientes empresarios e profissionais liberais, o convivio não a enriqueceu culturalmente, de modo que ela, muitas vezes, continua sem estudo e não poderia jamais conseguir um emprego que lhe desse o mesmo rendimento da putaria. Essa puta cara, por esse prisma, está condenada a sempre ser puta, porque para manter o padrão de vida a que está acostumada, só abrindo as pernas mesmo. Quando estiver velha, só servirá pra ser cafetina, isto é, se for esperta o suficiente pra isso.
Qual das duas tem um destino melhor?
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Barak, teu post está ótimo, mas eu não resisto à tentação de conturbar:
PN - Um mala.
Bom, ela sempre pode tentar ser presidente da república. Aqui no Brasil não precisa nem saber escrever direito para ganhar eleição.Roman Barak escreveu:o convivio não a enriqueceu culturalmente, de modo que ela, muitas vezes, continua sem estudo e não poderia jamais conseguir um emprego
PN - Um mala.
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Sim, por isso mesmo reforço minha tese que existem dois tipos de GPs, as pobres (dos prediões e privês trash) e as vagabundas. Algumas da segunda categoria inclusive vem postar de forma arrogante neste fórum, se gabando dos altos preços praticados e reclamando de clientes "pé-rapados" que pedem descontos (como se vender a buceta não fosse uma transação comercial e sim uma espécie de favor).
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Roman Barak escreveu:As pessoas acabam sempre vendo "profissões" (ou opções de vida) através de esteriótipos que quase nunca refletem a realidade.
"Vida fácil" é um atributo que possivelmente só se encaixa nas GPs muito bonitas e que, inclusive por isso, ganham muito dinheiro, bastando-lhes fazer um ou dois programas por dia com caras que, endinheirados, geralmente (excluamos as exceções) são higiênicos, educados e não lhes exigem muito no atendimento.
Do outro lado do vértice da profissão estão as pobres coitadas que trabalham no Predião Itatiaia (Rua Brão de Limeira, Centrão de São Paulo), que têm de atender mais de 10 clientes por dia apenas para pagar a diária que as donas dos apartamentos (trabalhando ou não, elas têm de pagar entre R$50 ou R$80), têm de lidar com todo tipo de sujeito, depois têm de correr pra casa de ônibus, metrô e trem pra cuidar da prole, num bairro de periferia qualquer. É uma vida desgraçada que não se deve desejar a ninguém. Mas essas, como já se disse, não têm opção, porque nem caixa de supermercado conseguem ser. De que outra forma se sustentariam?
No caso da garota, ela teve a ajuda de alguém "de fora" que ao menos a orientou a estudar e ter uma profissão. Ganhar R$2 mil como dentista do SUS é uma merda? Não acho. Pelo menos ela só abre as pernas pra quem ela quer.
É certo que, para a sociedade, o que vale é ter dinheiro no bolso, pouco importa da onde ele vem, mas essa garota, certamente, não estaria ganhando mais do que isso se prostituíndo em qualquer espelunca autodenominada privê. Mais provável é que ganhasse menos. Daí que acho até mais fácil uma "puta barata" sair da vida do que uma "puta cara".
A "puta cara" anda de carro importado, viaja pra Espanha e Paris, toma champanhe importado e só frequenta hotéis de luxo. Mesmo tendo como clientes empresarios e profissionais liberais, o convivio não a enriqueceu culturalmente, de modo que ela, muitas vezes, continua sem estudo e não poderia jamais conseguir um emprego que lhe desse o mesmo rendimento da putaria. Essa puta cara, por esse prisma, está condenada a sempre ser puta, porque para manter o padrão de vida a que está acostumada, só abrindo as pernas mesmo. Quando estiver velha, só servirá pra ser cafetina, isto é, se for esperta o suficiente pra isso.
Qual das duas tem um destino melhor?
Barack, muito bacana sua visão da parada e concordo.
Completaria com uma classe intermediaria, as que ainda são novas, entram na putaria iludidas ( já viu alguma puta falar que ta fudida de grana ? ) pelas amigas, que falam que ganham rios de dinheiro.
Essas putas não vivem, elas sobrevivem, ganham o suficiente pra gastar com merdas e futilidades, enchem o cu de pinga e drogas.
Estão sempre achando que vão achar o cliente que vai bancar, ou que ainda vai pra Espanha e ganhar muito dinheiro.
Vão envelhecendo e continuam na mesma merda das situações descritas por vc.
Sobre a sua pergunta, incluindo a 3º categoria.
Barack, acredito que nenhuma das 3, terá um destino melhor, tirando raros casos.
De putas que tiveram cabeça ou ortunidade de aproveitaram o momento pra conseguir melhorar de vida.
SDS
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não sei pq mas tenho sentido um certo desprezo quase raiva das gps neste topico
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Não foi a minha intenção ao postar o texto. Apenas achei a história muito interessante.kank escreveu:não sei pq mas tenho sentido um certo desprezo quase raiva das gps neste topico
Eu acho que prostituas desempenham uma função social muito importante e imprescindível. Tem que haver prostitutas.
O triste são as que estão na vida pelos motivos errados.
Queria eu que todas gostassem de sua profissão.
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kank escreveu:não sei pq mas tenho sentido um certo desprezo quase raiva das gps neste topico
Naõ sei, acho que vc não entendeu nada.
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Capitão Caverna BsB
tem mais um monte de citação deste tipo sobre a dignidade de ser dentista a pobreza ou a vagabundagem das moças para virar puta
kank escreveu:
não sei pq mas tenho sentido um certo desprezo quase raiva das gps neste topico
Naõ sei, acho que vc não entendeu nada
ou seja puta não tem dignidadeAo menos ela mantém a dignidade como dentista.
ou seja novamente puta não é uma pessoa digna ou pelo menos tão digna como um dentista (apesar dos casos de abuso sexual praticados por dentistas enquando os pacientes estão sedados sei é raridade mas aconteceu)A moça teve o mérito de continuar até o fim pelo caminho mais difícil (estudar) ao invés de se manter como GP que era a opção bem mais fácil e imediata. Ao longo da vida de GP até podia acabar ganhando mais se fosse mesmo bonita, mas optou por uma vida mais digna.
tem mais um monte de citação deste tipo sobre a dignidade de ser dentista a pobreza ou a vagabundagem das moças para virar puta
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kank escreveu:Capitão Caverna BsBkank escreveu:
não sei pq mas tenho sentido um certo desprezo quase raiva das gps neste topico
Naõ sei, acho que vc não entendeu nada
ou seja puta não tem dignidadeAo menos ela mantém a dignidade como dentista.
ou seja novamente puta não é uma pessoa digna ou pelo menos tão digna como um dentista (apesar dos casos de abuso sexual praticados por dentistas enquando os pacientes estão sedados sei é raridade mas aconteceu)A moça teve o mérito de continuar até o fim pelo caminho mais difícil (estudar) ao invés de se manter como GP que era a opção bem mais fácil e imediata. Ao longo da vida de GP até podia acabar ganhando mais se fosse mesmo bonita, mas optou por uma vida mais digna.
tem mais um monte de citação deste tipo sobre a dignidade de ser dentista a pobreza ou a vagabundagem das moças para virar puta
Ae Kank, foi mau.
Tava com o post do Barack e o meu na cabeça, que na minha opinião vão na contramão das citações levantadas por vc.
SDS
CC
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tranquilo Capitão Caverna
e carnage sei que não foi sua intenção foram comentados postados depois
abraços
e carnage sei que não foi sua intenção foram comentados postados depois
abraços
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Peter_North escreveu:Barak, teu post está ótimo, mas eu não resisto à tentação de conturbar:
Bom, ela sempre pode tentar ser presidente da república. Aqui no Brasil não precisa nem saber escrever direito para ganhar eleição.Roman Barak escreveu:o convivio não a enriqueceu culturalmente, de modo que ela, muitas vezes, continua sem estudo e não poderia jamais conseguir um emprego
PN - Um mala.
Suspeito, Peter, que seja pré-requisito para "se dar bem" no Brasil de hoje não ter cultura mesmo, não ter conteúdo, enfim ser apenas uma "imagem" que agrade a massa, que seja popular.
Veja, por outro lado, que a ignorância não é privilégio de alguns que estão no poder político. Já teve a curiosidade de zapear pelo programa do Amaury Jr.? Este suposto jornalista da "high society" vive emfestejos sem sentido algum frequentados por uns indinheirados daqui de São Paulo. Pois eu só vejo gente idiota e imbecil que, a despeito de peidar aos quatro ventos que possuem haras, hotéis de luxo, iates, fazendas e o escambau, demonstram na curta conversa o quanto lhes falta cultura, não perdoando nem o português. Não raro ouço uns "a gente vamos". E o conteúdo das conversas é de última categoria. Nem o porre de champanhe justifica tanta besteira. Inobstante se assemelhem ao Lula nas baboseiras, são na maioria esmagadora eleitores do PSDB paulista. Prova de que "o povo do PSDB" é tão ou mais estúpido que o "povo do PT".
Nesse passo, o nosso Lula parece bem espelhar (involuntariamente) essa casta que, ao menos aqui em Sampa, acha que dinheiro no bolso (ou ocupar um alto cargo político) lhes garante sair bem na foto.
Essa ideologia se espalha para todos os ambientes, inclusive o das GPs. Algumas acreditam que, se tiverem dinheiro para comprar bolsas "exclusivas" e para dirigirem carros importados, de nada importa o que está ao seu redor e no seu interior.
Mas para não dizerem mais que a gente só desce o pau nas GPs (prefiro enfiar o meu nelas), que dizer de foristas que gastam fortunas com GPs de primeira linha, mas que postam TDs sofríveis de se ler?
Capitão Caverna BsB escreveu:Barack, muito bacana sua visão da parada e concordo.
Completaria com uma classe intermediaria, as que ainda são novas, entram na putaria iludidas ( já viu alguma puta falar que ta fudida de grana ? ) pelas amigas, que falam que ganham rios de dinheiro.
Essas putas não vivem, elas sobrevivem, ganham o suficiente pra gastar com merdas e futilidades, enchem o cu de pinga e drogas.
Estão sempre achando que vão achar o cliente que vai bancar, ou que ainda vai pra Espanha e ganhar muito dinheiro.
Vão envelhecendo e continuam na mesma merda das situações descritas por vc.
Sobre a sua pergunta, incluindo a 3º categoria.
Barack, acredito que nenhuma das 3, terá um destino melhor, tirando raros casos.
De putas que tiveram cabeça ou ortunidade de aproveitaram o momento pra conseguir melhorar de vida.
Esqueci de falar que, inexplicavelmente, tenho reparado que as novelas da Rede Globo ultimamente têm "glamorizado" a profissão.
Nas últimas novelas, as putas sempre aparecem como exemplos de moral e de fidelidade aos amigos (desculpem, por motivos de ordem doméstica, vez por outra sou obrigado a assisteir essas porcarias).
Nessas novelas, as putas são sempre as mocinhas ou no mínimo as vítimas. Nunca aparecem como vilãs. Quando não são personagens perfeitas, têm pequenos defeitos perdoáveis que se justificam por serem "vítimas da sociedade".
Que explicação vocês têm pra isso?
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Dá IBOPE ??Roman Barak escreveu:Que explicação vocês têm pra isso?
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Identificação pessoal?Carnage escreveu:Dá IBOPE ??Roman Barak escreveu:Que explicação vocês têm pra isso?
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Re: Como Brasília perdeu uma prostituta
Maniqueismo de novela, para consumo das massas.Renton escreveu:Identificação pessoal?Carnage escreveu:Dá IBOPE ??Roman Barak escreveu:Que explicação vocês têm pra isso?
Dois exemplos básicos:
Gente bonita = gente boa, seja o que faz da vida.
Gente bem cuidada = normalmente é vilã; gente boa é bonita naturalmente.
É só ver como nós, gordos, somos tratados pela ficção - gordo , normalmente ou faz papel de idiota ou faz papel de filho-da-puta. Mocinho é sempre magro.
[s]
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