FucaBala escreveu:Quer dizer... O PSDB não pode aumentar a passagem do Metrô, vai pesar no bolso da classe trabalhadora, mesmo se tratando de um serviço de boa qualidade comparando-se com outros meios de transporte coletivo e mesmo com obras de ampliação e integração.
Serra aumentou a passagem logo depois de eleito, depois do governo ter sergurado antes das eleições. Foi o que o Kassab fez com o ônibus nesta eleição, resistindo à pressão das empresas de rapina que operam no sistema atualmente.
Falando um pouco sobre a "qualidade" do metrô de São Paulo.
Quem pega metrô todos os dias às 8 horas da manhã na linha leste-oeste não vê essa "qualidade"!
O metrô vem tendo panes crescentes. Praticamente todos os dias tem lentidão provocada por algum problema ou outro. A superlotação aumenta cada dia, e só em 2007 houve uma série de panes técnicas graves. Foram quatro em menos de duas semanas, e denúncias do sindicato dos metroviários apontam que o motivo é o corte de gastos com manutenção e redução do quadro de funcionários responsáveis.
A Associação Nacional de Transportes Públicos aponta que mesmo sendo o transporte com melhor avaliação, a aprovação do metrô tem caído nos últimos anos, isso por conta dos superlotação e os constantes atrasos e paradas. Só no último período da avaliação, a aprovação caiu de mais de 90% para 82%. Essa aprovação somente se sustenta porque a alternativa ao metrô são os ônibus e carros, sujeitos a um insuportável trânsito que já ameaça parar São Paulo completamente. Comparado a ficar preso no tráfego imóvel de SP, andar espremido num trem, num calor insuportável, e parando no meio de um túnel de 100 em 100 metros, parece uma alternativa razoável...
Depois de 14 anos no governo do estado, o PSDB construiu pouco mais de 10 quilômetros de metrô. Ou seja, menos de 1 Km por ano, chegando aos atuais 61,3 Km. Menos que a extensão do metrô do Cairo (61,5 Km)!!!! Atrás ainda de cidades como Nova Deli, Índia (65,0 Km), Santiago no Chile (80,6 Km), e Cidade do México (201,7 Km!!). Ocupando o 40º lugar no ranking mundial:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_das_ ... ropolitano
Isso sendo a 5ª cidade do mundo em habitantes e a 19ª mais rica!
E quando se meteram a construir mais metrô, o fizeram privatizando as linhas. Bem, não exatamente...
O problema, é lógico, não é a privatização, que se feita de forma responsável, bem regulamentada e com fiscalização eficiente dos resultados seria uma boa. Mas o fato de ser uma “semi-privatização”.
Isso foi feito através das PPPs (parcerias público-privadas). Estas parcerias são não intrinsecamente nocivas, muito pelo contrário, mas do jeito que estão sendo feitas pelo PSDB, são um verdadeiro saque aos cofres públicos: primeiro o governo concede a exploração da linha à iniciativa privada por cerca de trinta anos, depois ele financia os gastos destas empresas via BNDES (ou seja, eles não colocam um tostão do próprio bolso, recebem a grana de mão beijada e depois pagam com os lucros obtidos com o funcionamento do metrô. Isso não é muito diferente do que o governo Lula aparentemente está fazendo com o caso da BrOi) e, por último, garante que, caso o número de passageiros seja menor do que o esperado no contrato, o governo paga a diferença aos empresários!! Quem não quer ser empresário do metrô assim???
Grosso modo, as PPPs ‘estatizam’ as despesas e ‘privatizam’ os lucros.
E como vamos ter uma empresa visando apenas o lucro, e não o bem estar da população, que podemos esperar deste serviço? Acho que o que recebemos de bancos é um bom exemplo (já aguardo as críticas ao governo Lula passar a mão na cabeça de banqueiros)
Uma amostra já foi dada, já que nesta própria obra da linha amarela ocorreu um catastrófico acidente, que causou a morte de 7 pessoas e desabrigou 79 famílias.
Essa obra está sendo feita com contrato turn-key, o que significa total independência da empreiteira, sendo que nem fiscalizada ela era! Deu no que deu, um desabamento fruto de incompetência e corte de gastos abusivos.
Obras sem fiscalização, acho que todos sabemos o que acontece quando se deixa as coisas soltas sem fiscalização, é só ver o que aconteceu como mercado financeiro nos EEUU!
É óbvio que acho nocivo o governo controlar as coisas. Não falo em controle, falo em fiscalização. Que é imprescindível quando se fala de coisas de interesse público e social, já que estes empresários, via de regra, pensa apenas no bolso deles, e não no resto.
Palavra do sindicado dos metroviários
Na visão de Wagner Fajardo Pereira, secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o governo de José Serra possui uma visão limitada do serviço público de transporte. “Para o governo paulista, o usuário é considerado um simples cliente e o Estado, um grande administrador empresarial”, analisa. Segundo ele, predominam as estratégicas políticas e ideológicas que beneficiam os grandes empresários de transportes e oneram a população. “O transporte público no mundo todo, principalmente o metroviário, é subsidiado pelo governo. Aqui, no Brasil, os sistemas de ônibus são bem mais subsidiados que o metrô, o que beneficia os empresários, não os usuários”, pondera Pereira.
O sindicalista aponta que o grande problema do sistema de transporte público paulista e brasileiro, em geral, nunca foi a falta de recursos como dizem certos governos. “Trata-se de um problema de política, pois não onera quem deveria onerar”, diz. Para ele, quem deveria pagar o preço do transporte público são os empresários de diversos setores, como os banqueiros, os industriais, ou seja, aqueles que lucram com os trabalhadores que moram nos bairros mais afastados do trabalho e necessitam do transporte público de qualidade.
Mesmo sob a ótica da “clientela”, porém, os seqüentes reajustes implementados pelos tucanos não satisfazem a população quanto à melhoria dos serviços. Segundo o MPL, no início deste ano, os trens do metrô sofreram quatro panes técnicas em menos de quinze dias, provocadas por falta de manutenção. “O aumento do número de usuários de trens e do metrô não foi acompanhado por uma ampliação da frota, provocando superlotação crescente. O argumento de que o aumento do preço das tarifas seja necessário para melhorar a qualidade do serviço oferecido não tem base diante do histórico da Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo”, afirma o MPL, em nota.
Lucas Monteiro, do MPL, lembra ainda que, a partir do sistema de integração entre ônibus e trens, o número de passageiros cresceu, mas a frota permaneceu a mesma. “Apenas a linha C, que liga Grajaú a Osasco, administrada pela CPTM, teve um aumento de 60% na quantidade de passageiros”, informa.
Mas acho que já estamos saindo muito do assunto do tópico que é mídia. Acho que esta discussão ficava melhor no tópico sobre 2010.