Admiro muito o Joaquim Barbosa pela sua atuação corretíssima no caso do mensalão, porque quis realmente fazer justiça, que as coisas funcionassem para todos, como deveria ser o judiciário (sabemos que não é assim).
Mas acontece que eu entendo que o judiciário como um todo é uma máquina pesada, mal administrada e não é voltada para os interesses nacionais, no sentido de se construir um país desenvolvido economicamente e com uma população incluída socialmente. Lembrando, antes de mais nada, que existe enorme influência religiosa no judiciário, basta ver que no STF eles ainda colocam a cruz na parede e que aparece em todas as fotos.
Falta ao judiciário uma modernização; o pessoal do judiciário deveria ter como matérias para se trabalhar na área, a sociologia e a história, pois essas áreas estimulam um pensamento voltado para a solução dos problemas nacionais. Nosso judiciário é pesado, burocratizado, formalista, beneficia quem tem muitas posses, etc. De outro lado existem as leis, que são exageradas (o país não vai mudar com os parlamentares fazendo tantas leis inúteis) e muitas delas são absurdas, como as que tratam da questão sexual (vide o outro tópico). Outra coisa, as leis não são modernizadas porque existem os parlamentares do atraso no Congresso (bancada religiosa e extremistas de esquerda e de direita).
Então, para que eu admirasse mesmo, com muito vigor, o Joaquim Barbosa, eu queria que ele tocasse nesses problemas, coisa que ele não faz, talvez porque a formação dele (e de todo o pessoal do judiciário) é apenas com as leis. Pude constatar também que quando ele tentou encaminhar esses assuntos não o fez da melhor maneira, não foi feliz.
Ainda está para nascer um jurista que eu admire mesmo; teria de ser uma mistura de Raimundo Faoro com alguém que tivesse o pensamento em nossa era e que fosse moderno.